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Qualidade de vida, bem-estar e meio ambiente são pilares trabalhados por TAES em reportagem desta semana
Gerônimo Vicente, Adriana Cirqueira, Roberta Rocha e Acássia Deliê - jornalistas
Na última matéria da série de reportagens “Técnicos em Ação”, abordaremos servidores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) que direcionam suas ações institucionais em prol de uma maior qualidade de vida - seja dos alunos, servidores ou comunidade -, do meio ambiente e do próprio ambiente organizacional. Estes TAEs fazem com o que a instituição se torne mais acolhedora e contribuem para o bem-estar de cada indivíduo, mesmo fora das dependências do Ifal, o que ultrapassa benefícios estritamente relacionados a sua atuação profissional/acadêmica.
Sebastião Júnior é um desses servidores que motiva o bem-estar dos colegas de trabalho. Graduado em Ciências Contábeis com atuação há 23 anos na área de recursos humanos e esportista com experiência em ultramaratonas, o TAE é coordenador de Saúde do Servidor da Reitoria e conseguiu mesclar o conhecimento das três áreas às atividades que desempenha no setor em que trabalha. Há pouco mais de um ano na CSS, Júnior, como é chamado pelos colegas, aponta a maneira de atender as pessoas durante a prestação de serviço público como o motivo maior para incorporar essas tarefas ao exercício funcional diário.
Servidor da ex-Escola Agrotécnica de Satuba, onde ingressou em 1994, Júnior tem 23 anos de carreira como assistente administrativo e, desde então, atuou na área de capacitação e diretoria de Gestão de Pessoas do atual campus. Em 2014, foi cedido à Reitoria do Ifal para atuar nos setores de Aposentadoria, Contrato e Admissão e, atualmente, está lotado na Coordenação de Saúde do Servidor. “Em todos esses períodos, identifiquei que o atendimento ao público, apesar de não haver registros de anormalidades, ainda não era suficiente para satisfazer aos beneficiários dos setores. Foi então que, em 2013, resolvi desenvolver um projeto denominado EcoIfal, no campus Satuba, com o objetivo de levar o servidor nos finais de semana para conhecer a instituição. Temos uma área muito grande no campus com vários setores ligados à agropecuária e, nesses espaços, desenvolvemos atividades físicas e lúdicas. O servidor chegava, tomava café regional pela manhã e depois realizava atividades. Sou atleta, participo de ultramaratonas e sei que este tipo de atividade resulta em vários benefícios para saúde,” explicou o servidor, que também é especialista em Recursos Humanos.
Na CSS, o foco das atividades é o pagamento e ressarcimento de planos de saúde com atendimento a 420 servidores, entre aposentados e pensionistas. A equipe da coordenação analisa também pedidos de licenças e de atestados médicos em parcerias com o Siass, avalia ainda as atividades de periculosidade e insalubridade. “Para promover a saúde do servidor, já que ainda não há projeto, desenvolvemos parcerias com a Geap para trazer profissionais de saúde que atendem sem custo os beneficiários do plano”, declarou.
Entre as atividades que foram incorporadas por Júnior à Reitoria está a caminhada vertical, que consiste em reunir colegas de trabalho na subida e descida das escadarias do prédio, composta por 255 degraus, durante dois dias da semana. Foi também ideia dele o projeto Caminhar na Praia, que ocorre aos sábados pela manhã, a cada 15 dias, e culmina com um café da manhã. O projeto Cine Pipoca, que consistia na exibição de filmes para servidores aposentados, foi outra ação motivadora, da qual Júnior foi participante na Coordenação de Aposentadoria da Reitoria. A fotografia também é outro hobby do servidor e, por isso, tornou-se comum servidores e aposentados apreciarem fotos de exposição na CCS.
Jana Kelly dos Santos é médica veterinária do campus Satuba desde junho de 2014 e há dois meses ocupa o cargo de chefe do Departamento de Gestão Agropecuária (DGP). Ela é especialista em Defesa Sanitária Animal e Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal e mestra em Defesa Agropecuária. Quando chegou ao campus, a equipe era formada por profissionais da área de zootecnia, engenheiros agrônomos e técnicos em agropecuária, entre outros profissionais. “Existia a carência do médico veterinário para completar o time e otimizar a eficiência produtiva”, explica a técnica administrativa, que é a primeira mulher TAE a chefiar a equipe, cargo historicamente ocupado por docentes do sexo masculino.
Formada pela Universidade Federal de Alagoas, a médica veterinária atualmente está concluindo outra especialização, desta vez em Reprodução de Bovinos. Além da atividade prática no manejo com os animais do campus, Jana é responsável pelas demandas administrativas relacionadas às atribuições do cargo, como por exemplo as solicitações de produtos de uso veterinário, a exemplo dos medicamentos e de exames laboratoriais nos animais. “Posso destacar que houve melhoria na sanidade animal, repercutindo na saúde do rebanho e na saúde pública. Pude contribuir também para o bem-estar animal nas diversas culturas”, complementa.
Jana Kelly atua ainda da área de alimentos. No Laboratório de Agroindústria, são processados produtos de origem animal e a presença de uma médica veterinária foi importante, pois é exigida pelos órgãos oficiais. “Tenho orgulho de fazer parte da administração pública, na importante missão que é a de prover a educação necessária para conduzir este país. Ser servidora pública é firmar um compromisso com a sociedade no desempenho das atribuições, sempre prevalecendo a ética, a dedicação e a responsabilidade”, afirma a servidora.
No setor médico do campus Marechal Deodoro são atendidos estudantes, trabalhadores e até familiares que não possuem plano de saúde e precisam de orientações médicas. Para a médica Virgínia Canuto, não existe diferença no tratamento oferecido aos usuários e, todos os meses, o setor realiza campanhas de comunicação para incentivar cuidados com a saúde.
Foi assim que um estudante do curso superior em Gestão Ambiental chegou até Virgínia pedindo ajuda para perder peso. Jackson Filipe estava com obesidade mórbida em 2015 e acabou se tornando um exemplo de força de vontade na escola, depois de perder 37 quilos com a ajuda da médica. "Ela foi peça fundamental para que eu pudesse vencer os preconceitos que eu vivia constantemente. Eu já tinha tentado perder peso várias vezes, mas sempre desistia, até que ela me ajudou a conseguir", relata Jackson.
O setor médico em Marechal Deodoro realiza, em média, mais de 100 atendimentos por mês, a maioria deles simples, para verificação de pressão arterial, medidas de peso e altura e tratamentos de dores de cabeça ou cólicas menstruais. Mas, em alguns casos, os exames simples acabam despertando a suspeita de problemas mais graves de saúde, e aí a atenção de servidores públicos como Virgínia faz toda a diferença. “Foi por meio de um exame de rotina que diagnostiquei hipotireoidismo em uma estudante. Ela apresentava um cansaço muito grande e decidimos verificar a fundo. Neste caso, quando o problema envolve a nossa especialidade, nós mesmas continuamos o tratamento, já que a maioria dos alunos não possui plano de saúde”, explica Virgínia, que é endocrinologista.
José Walter Gomes Costa, 56 anos, é auxiliar de agropecuária e presidente da Comissão do Meio Ambiente do campus Satuba desde a sua criação, em 2015. Servidor do campus há 21 anos, há 12 trabalha na área de meio ambiente. Walter é técnico em agropecuária e foi aluno da escola de 1978 a 1980. Ele e sua equipe, formada pelos servidores Carlos Roberto Lira e Gerson Praxedes, organizam e fiscalizam as áreas de mata, fazem o reflorestamento, a manutenção das trilhas e orientam as visitas guiadas, entre outras atribuições. “Quado começamos tínhamos poucos animais, então fizemos isolamentos de áreas e depois ampliamos com o plantio de mudas e formando corredores ecológicos, o que possibilitou a volta de muitos animais”, explicou.
O campus Satuba está dentro da Área de Preservação Ambiental do Catolé (APA Catolé) e disponibilizou um imóvel como sede para as atividades de educação ambiental da comissão. Lá, são recebidas as pessoas que visitam o campus para conhecer a mata atlântica preservada. Essa, segundo Walter, é uma das mais gratificantes facetas de sua atividade: apresentar aos visitantes as espécies de plantas e animais que vivem na reserva e mostrar como a área preservada está aumentando e 'se curando'. “Entre mata primária e secundária – a que está se refazendo -, temos aproximadamente 75 hectares de reserva”, afirma Walter. São seis trilhas na mata atlântica: Trilha Sambacuim, Trilha Pedra Redonda, Trilha Açaí, Trilha Rio Velho, Trilha Sabiá e Trilha Rio Novo. A mais extensa é a Trilha Rio Velho, com aproximadamente 1500 metros. “Na Trilha Sambacuim temos um visgueiro centenário, cujas raízes externas atingem mais de 10 metros”, comemora.
Walter diz ainda que, com a preservação da área e a criação de corredores, houve uma ampliação no número das aves e dos animais silvestres, que aos poucos estão voltando a povoar as copas frondosas das grandes árvores da reserva. “Aqui tem bicho preguiça, tatu, quati, teju, quandu, cotia, jacaré e muitos outros animais. Entre as aves temos o Três Potes, Irerê, Galo d’agua, Nambu, Sete-cores, Carão, três tipos de pica-pau, gaviões, entre outros”, explica o servidor, empolgado.
Walter e sua equipe realizam visitas técnicas em reservas ecológicas de todo o país para conhecer outras realidades e novas técnicas que auxiliem suas atividades. Alunos do campus e de escolas públicas e particulares da região frequentam a reserva para aulas práticas, visitas técnicas ou para conhecer as trilhas em visitas guiadas pela equipe da Casa do Meio Ambiente do campus Satuba.
Desde o ingresso no instituto, em março de 2014, a atuação da psicóloga Paulete Constantino, do Ifal São Miguel dos Campos, vem sendo pautada na excelência e na disponibilidade para o serviço. Os convites foram surgindo e ela, dizendo sim a cada uma das oportunidades de aprendizado. Daí, veio a participação na comissão de sustentabilidade, no colegiado do campus, na comissão de regulamentação do uso do nome social no Ifal, na reformulação da política estudantil da instituição, na coordenação do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Especiais (Napne) do campus.
Paulete é também coordenadora de pesquisa da unidade de ensino e orienta um projeto sobre o acompanhamento da primeira turma do programa Mulheres Mil no campus São Miguel. Na extensão, teve sua experiência contribuindo com um projeto de novo olhar sobre a matemática, desenvolvido em escolas de ensino fundamental do município onde trabalha e do Coité do Nóia. Especialista em Psicopedagogia clínica e institucional, Paulete já organizou palestras sobre prevenção ao suicídio, espaços de conversa sobre gênero, raça e etnia, além de conduzir debates sobre saúde no trabalho, relacionamento interpessoal, assédio e outros temas. São atividades de sensibilização que traduzem a preocupação da psicóloga em construir uma instituição mais acolhedora.