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Projetos de incentivo à leitura do Ifal celebram Dia do Livro com programação especial e indicações literárias
Clubes de leitura falam sobre as atividades on-line que estão sendo desenvolvidas para alunos e comunidade em geral
Por Camilla Bibiano - estagiária de jornalismo
Nesta sexta-feira (23) é comemorado o Dia Internacional do Livro. Por esse motivo, projetos de incentivo à leitura do Instituto Federal de Alagoas preparam programações especiais e indicações literárias para a comunidade acadêmica em alusão à data.
Entre eles está o Clube de leitura Leia Mulheres, executado no campus Marechal Deodoro. O projeto faz parte de uma rede nacional que está em todos os estados brasileiros, além de Zurique, na Suíça, e Berlim, na Alemanha. São mais de 200 clubes e em Alagoas, o Leia Mulheres tem grupos em Maceió, Marechal Deodoro, Arapiraca e União dos Palmares. O grupo visa a leitura de textos de autoria feminina e a discussão das questões de gênero, raça e classe que os permeiam.
Em 2018, o grupo de Marechal Deodoro foi institucionalizado como um projeto de ensino no âmbito do Ifal. Neste dia do livro, o clube irá realizar um evento encerrando a programação da semana do livro, com uma palestra de uma das mediadoras do Leia Mulheres Marechal Deodoro, professora Elaine Rapôso.
A live irá acontecer nesta sexta, às 17h, através da página @rededecontadoresdehistoriasreal com mediação da escritora e contadora de história Damiana Melo.
Já o clube de leitura Passarinhar, que é um projeto de extensão do campus Palmeira dos Índios, não organizou uma programação específica para o dia do livro, por conta de um processo na divisão de coordenação. Mas apesar disso, o projeto que existe desde 2011, possui uma rica programação em suas redes sociais voltada à literatura e projetos mensais com autores renomados, incluindo a do mês de maio, que já está sendo planejada, com o tema mães na literatura.
Um de seus diferenciais, inclusive, é a presença das produções dos alunos, que enviam vídeos, declamações e trabalhos autorais de poesia e desenho para serem postados.
A pandemia do coronavírus fez com que esses grupos se adaptassem para seguirem com suas programações. Apesar do isolamento, as atividades são intensas no formato on-line.
A responsável pelo grupo de leitura Passarinhar, Maria Célia, contou que apesar da situação incomum, a quarentena teve um lado bom para o clube. “A gente pôde expandir mais o projeto, até para fora do estado. Nós estamos fazendo sempre sorteios com os livros que recebemos de doações e a participação é bem grande. E tudo isso por conta da programação estar sendo toda on-line, o que possibilita um alcance maior. Por outro lado, a gente tem que se desdobrar para fazer trabalhos criativos que chamem a atenção dos alunos, principalmente”, relata.
Para o clube do livro Leia Mulheres, a situação não foi diferente. A dinâmica mudou em função da impossibilidade de manter os encontros presenciais e hoje grupo realiza todas as suas atividades virtualmente, por meio de encontros no Google Meet. Apesar disso, a professora Elaine Rapôso, coordenadora do projeto, conta que o grupo conseguiu se unir ainda mais. “O grupo se fortaleceu como uma importante rede de apoio e afeto para lidar com o isolamento e todas as incertezas e dores que este período nos impõe”, explica.
Por ser o dia de incentivo à leitura, os projetos separaram indicações para toda a comunidade acadêmica. Atualmente, o Leia Mulheres Marechal Deodoro está lendo Eu, Tituba, bruxa negra de Salém, da escritora Maryse Condé, mas eles indicam ainda outros volumes.
“Além dessa indicação de leitura, recomendamos alguns livros que marcaram a nossa trajetória neste período de isolamento social. Em primeiro lugar, O diário de Anne Frank, primeira leitura do clube no isolamento em abril de 2020, por nos permitir ressignificar a experiência de ficar em casa. Além dele, A cor púrpura, da Alice Walker, e Eu & Mamãe & Eu, da Maya Angelou, pelo poder de cura que eles carregam em suas páginas”, sugere Elaine Rapôso.
Já o clube de leitura Passarinhar ressalta que desde os clássicos até os contemporâneos, o importante é gostar de ler e introduzir o aluno nesse mundo da leitura. Mas um dos livros está em destaque, veio a tona por conta de questões políticas e vem sendo bastante debatido, que é o Conto da Aia de Margaret Atwood, uma distopia que traz um debate acerca da sobrevivência e do papel da mulher na sociedade.
Maria Célia também traz que esses livros, diferente dos livros de ficção ou de romance, levam a discussões mais realistas, apesar de se passar em um mundo não real. E ainda deixa uma dica para quem quer começar a ler: “comece pelos contos porque são histórias mais curtas e fica mais fácil de ir pegando o gosto da leitura. Essa semana foi aniversário de Ligia Fagundes Teles, uma escritora que tem um livro somente com contos de vários temas, como o suspense, e que é bem interessante para os adolescentes por ter uma linguagem acessível e interessante para essa faixa etária”, finaliza.