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Projeto desenvolvido no Ifal Batalha é premiado pelo estado, com recursos da Lei Paulo Gustavo
A professora do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Marina Milito, teve uma de suas iniciativas desenvolvidas no Campus Batalha, “Documentário e Patrimônio”, reconhecida pelo Prêmio Theotônio Vilela Brandão. O resultado foi divulgado no último dia 26 de janeiro, pelo Governo do Estado de Alagoas, que promoveu edital com recursos da Lei Paulo Gustavo, visando reconhecer ações exitosas voltadas à proteção, preservação, conservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural de Alagoas, realizadas nos últimos três anos.
Por meio de uma iniciativa de extensão, desde 2021, a professora vinha estimulando alunos da unidade do Ifal a resgatarem manifestações da cultura em suas comunidades, no Sertão Alagoano, para reflexão e produção de material audiovisual voltado aos patrimônios culturais da região.
Ao longo dos três anos, os alunos da unidade do Ifal de Batalha fizeram documentários relacionados às expressões culturais da região, como a casa de farinha, no povoado da Amargosa, localizado no município de Major Izidoro; a história do povoado do Alto do Meio, no município de Batalha e a Festa da Manga, de Monteirópolis.
“O projeto começou dentro da disciplina de Artes, como atividade obrigatória para os alunos do 1º ano. Então, todo ano tem um bimestre que eu dedico ao estudo do Cinema e do Patrimônio, e como conclusão do bimestre, eles têm que desenvolver um documentário sobre algum patrimônio da sua cidade, ou região. Além dessa iniciativa, em sala de aula, como ela foi bastante exitosa, ela acabou se desdobrando em outras ações. Ainda em 2021, ela se desdobrou em projeto para a Mostra de Ações Interdisciplinares, lá do Campus Batalha, já em 2022, ela se transformou em um projeto de Extensão no Programa Minha Comunidade, e também virou uma pesquisa Pibic [Programa de Iniciação Científica], finalizado em 2023. Os resultados foram levados para as escolas públicas da região, também como atividade de extensão”, detalhou.
Marina ressalta que os alunos, além de produzirem os vídeos, também promoveram oficinas junto às comunidades, para estimular outros jovens a também refletirem sobre seus patrimônios.
“Eu trago as referências das produções audiovisuais locais alagoanas. Divulgo para eles o site Alagoar, que é um site especializado no cinema local. E depois, a gente vai refletir um pouco sobre o que é o patrimônio. E a ideia desse projeto também, é que eles ampliem um pouco o conceito do que é patrimônio, porque muitas vezes eles ficam presos no patrimônio material. Eles acham que o patrimônio só é aquele prédio antigo da cidade, ou a igreja, ou uma estátua”, detalhou Marina, em entrevista para a série Na Base.
Confira o episódio completo do Na Base, A disciplina de Artes e o debate de patrimônio na escola:
Para obter o reconhecimento, Marina participou do Edital n° 10/2023 de Chamamento Público, voltado a Iniciativas de Preservação do Patrimônio Cultural de Alagoas e obteve a primeira colocação na categoria pessoa física, do Prêmio Theotônio Vilela Brandão.
A partir de 2024, a docente passa a atuar na unidade de São Miguel dos Campos com a intenção de continuar o projeto a partir do terceiro bimestre.
“E aí vai ser interessante também, porque, como foi desenvolvido ao longo de três anos no Sertão, a gente fez quase um mapeamento dos patrimônios da região da Bacia Leiteira do Sertão Alagoano e agora a gente vai também poder ter acesso aos patrimônios da região de São Miguel dos Campos, que tem alunos de toda a região, como de Boca da Mata e Campo Alegre”, planeja Marina.