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Projeto de extensão realiza oficinas de pintura com solo em escolas do sertão de Alagoas
O projeto usa o solo como elemento didático e matéria-prima das tintas utilizadas nas oficinas
O solo possui diferentes cores em suas camadas e horizontes, devido à presença de material pigmentante como matéria orgânica e óxidos de ferro e alumínio. Foi essa riqueza em pigmentação do solo que possibilitou a confecção de pinturas rupestres por povos pré-históricos e que inspirou o projeto Solo na Escola a realizar oficinas de pintura com crianças e adolescentes, utilizando solo para colorir diversos desenhos. O projeto de extensão do Ifal Piranhas usa o solo como elemento didático para sensibilizar os professores e estudantes do ensino fundamental e médio quanto à importância do mesmo enquanto componente indispensável para a sobrevivência do ser humano e de diversos organismos vivos.
O projeto foi desenvolvido pelo professor de Agroecologia, Thales Pantaleão, e por seus orientandos, Maria Danila da Silva e Frankly Barbosa Teotônio. Eles realizaram oficinas de pintura com tintas de solo, geotintas, e ensinaram o passo a passo da preparação do solo e da produção da tinta para estudantes de várias escolas da região de Piranhas. O projeto apresentou aos alunos uma variedade de solos e os ensinou sobre a importância de utilizar o solo de forma sustentável. Segundo o professor, Thales Pantaleão, o projeto já atendeu a cerca de 300 pessoas do ensino infantil, fundamental, médio e superior. As palestras e oficinas do projeto deram tão certo que, além de alcançar o público das escolas, atingiu um público ainda maior em eventos sobre meio ambiente, rodas de conversas e até no Encontro Regional de Agroecologia (ERA-NE).
Segundo a bolsista do projeto, Maria Danila, o solo utilizado na produção das tintas foi coletado por estudantes do Ifal em diferentes áreas para garantir uma variedade de pigmentação. Ela conta que os alunos gostaram muito das oficinas, tanto dos momentos de pintura, quanto das explicações sobre compactação e conservação do solo. Para ela, o projeto foi uma ótima experiência, pois, além da oportunidade de passar conhecimentos da sua área técnica para outras pessoas, ela também adquiriu conhecimentos múltiplos. “No início, eu tinha dificuldade em lidar com muitas pessoas, principalmente, para apresentar trabalhos, mas com a ajuda do professor Thales e da equipe do projeto nós desenvolvemos muito bem as oficinas e todos ficaram satisfeitos”, afirma Maria Danila.
Para Frankly falar em público, também foi uma superação e um momento de aprendizado. “Participar do projeto foi uma experiência incrível, absorvi novos conteúdos para minha formação profissional e pude ter um contato direto com as crianças na sala de aula”, afirma Frankly. Ele conta que as crianças ficaram muito curiosas ao descobrirem que é possível pintar com o solo, fizeram várias perguntas e demonstraram total interesse na produção das tintas.