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Projeto busca aproximar Ifal e estudantes de municípios do Baixo São Francisco

Por meio de visitas ao Campus Penedo e oficinas informativas, ação de extensão visa ampliar acesso à educação profissional.

publicado: 16/05/2019 17h12, última modificação: 17/05/2019 13h57
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Visita ao campus de turmas de escola municipal de Feliz Deserto (AL).

Com uma vaga ideia do tipo de ensino ofertado pelo Instituto Federal de Alagoas, a adolescente Emilly Vitória dos Santos, 14 anos, teve a oportunidade de visitar o Campus Penedo e conhecer como funciona a instituição. Uma tarde na unidade de ensino fez surgir na estudante, que é oriunda da cidade de Feliz Deserto (AL), a motivação para ingressar no Ifal. “Tenho um amigo que é aluno do Campus Coruripe, mas a única coisa que eu sabia do Ifal era que o estudante já saia com uma formação”, disse a jovem, referindo-se à certificação técnica dos cursos integrados ao ensino médio.

A visita feita não apenas por Emilly, como pelas duas turmas de 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Hevyton Alves Possidônio, integra as ações do projeto de extensão “Ifal Penedo: abrindo portas, ampliando horizontes”. A iniciativa está sob a coordenação do professor de Sociologia, Marcos Paixão, e conta com as bolsistas Marise Lima e Vitoria Raynny Santos. Até novembro, o plano é alcançar estudantes de quatro municípios alagoanos (Penedo, Igreja Nova, Piaçabuçu e Feliz Deserto) e dois sergipanos (Neópolis e Santana do São Francisco), localizados na região do Baixo São Francisco. “Esse raio de ação corresponde ao território de onde vem a maior parte dos estudantes do Campus Penedo”, justificou o docente.

Emilly Vitória dos Santos, 14 anos, aluna de 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Hevyton Alves Possidônio.O projeto tem como principal objetivo motivar estudantes da rede pública a prestarem o Exame de Seleção, processo seletivo anual de ingresso nos cursos técnicos ofertados pelo Ifal. Segundo Paixão, a despeito da expansão dos institutos federais pelo Brasil, estudar em uma escola com esse perfil pode não estar no horizonte de possibilidades de um aluno da rede pública. “Pesam nesse distanciamento fatores que vão desde a baixa escolaridade familiar até a atmosfera de desinformação oriunda de mitos sobre a ‘dificuldade do exame de seleção’, dos ‘professores excessivamente exigentes’, barreiras econômicas e o desconhecimento de que o IF é uma escola pública e gratuita”, explicou.

Metodologia - Para cada escola alcançada, o projeto possui duas fases: vivência no campus e oficina de instrumentalização sobre o processo seletivo para ingresso nos cursos técnicos. A vivência corresponde ao dia de visita ao Ifal, na qual os alunos de 9º ano conhecem as estruturas física e pedagógica do campus, assim como as políticas de assistência estudantil e suporte aos estudantes. “Este momento também inclui a realização de oficinas temáticas de meio ambiente, química, engenharia química, física, português, biologia, matemática, entre outras áreas técnicas e da formação geral, como resultado de parcerias com professores do campus”, informou Paixão.

Durante a visita da Escola Municipal Hevyton Alves Possidônio, que abriu a fase de vivência da ação de extensão, cerca de 50 alunos foram recepcionados no auditório do Ifal Penedo pela equipe do projeto e de gestão do campus: Felipe Thiago de Souza (diretor-geral), Maira Egito (chefe do Departamento Acadêmico), Pablo Pinheiro (coordenador do curso técnico em Meio Ambiente), Emiliano Torquato (coordenador do Apoio Acadêmico) e Wellinghton Santos (coordenador pedagógico). Cada um deles falou sobre as ações dos setores que coordenam, destacando a importância do projeto de extensão e desmistificando a ideia de que o ingresso e adaptação à rotina acadêmica do Ifal é algo inviável para estudantes oriundos da rede pública de ensino.

Oficina temática sobre “Plantio de Mudas Agroflorestais”, ministrada pelo professor Paulo Feitosa.No “rolê” pelo Ifal, as turmas conheceram espaços como a biblioteca, o refeitório, a área de convivência e os diferentes laboratórios que compõem a infraestrutura de ensino do campus, entre eles, o de Açúcar e Álcool, Meio Ambiente e Mecânica dos Fluídos. Já as oficinas temáticas foram sobre “Plantio de Mudas Agroflorestais”, ministrada pelo professor Paulo Feitosa, e “Química é Show”, um outro projeto de extensão coordenado pela professora Elisangela Santos, que trabalha conceitos e práticas relacionadas à química de forma lúdica.

Para Gilton Joventino dos Santos, um dos professores da escola de Feliz Deserto que acompanhou as turmas na visita ao Ifal, a iniciativa é importante por ampliar a visão dos estudantes de escolas municipais com relação às possibilidades de acesso a instituições públicas de ensino de excelência. “A gente lida, muitas vezes, com alunos desmotivados em se dedicar aos estudos e enxergar a Educação como um caminho de transformação de vida para melhor. Aqui no Ifal, o ensino é de qualidade e os estudantes têm oportunidades que os motivam a seguir adiante, e isso é muito positivo”, destacou o professor, que conhece bem o Ifal por ter se graduado em Letras Português, em 2018, no Campus Penedo, polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Segunda fase - Mediadas pelas bolsistas e pelo coordenador do projeto, as oficinas de instrumentalização têm como público-alvo o corpo técnico e estudantes das escolas que participam da primeira fase (vivência no campus). Elas acontecerão em cada escola alcançada pela ação, constituindo um trabalho formativo destinado a fornecer orientações sobre o que é o Exame de Seleção do Ifal, como ocorre o processo de inscrição, documentos necessários, leitura do edital e aplicação da prova. Na Escola Municipal Hevyton Alves Possidônio, a primeira de Feliz Deserto a receber a ação, a oficina está marcada para a próxima semana, 22 de maio.