Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça é tema de mesa redonda no Connepi
conteúdo

Notícias

Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça é tema de mesa redonda no Connepi

publicado: 08/12/2016 16h17, última modificação: 08/12/2016 16h17
Exibir carrossel de imagens Lidiana Neves Mesa redonda trouxe reflexões e possíveis caminhos para equidade de gênero e raça na rede federal.

Mesa redonda trouxe reflexões e possíveis caminhos para equidade de gênero e raça na rede federal.

Em andamento no Instituto Federal de Alagoas (Ifal) desde abril de 2016, o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça entrou na programação do 11° Congresso Norte e Nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi) como tema de mesa redonda. As discussões aconteceram na tarde de quarta-feira (7), segundo dia do evento realizado no Hotel Ritz Lagoa da Anta, em Maceió (AL), com a participação de estudantes e pesquisadores de instituições da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. 

A mesa, que teve como facilitadora a assistente social e coordenadora de Pesquisa do Ifal – Campus Penedo, Danielly Spósito, trouxe como debatedoras as professoras Maria Aparecida de Oliveira e Elvira Barreto, ambas da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e Elaine Cristina Raposo dos Santos, do Ifal – Campus Marechal Deodoro. 

O Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça é uma iniciativa do governo federal, lançada em 2005 sob a coordenação da Secretaria de Políticas para as Mulheres. O objetivo é difundir novas concepções na gestão de pessoas e na cultura organizacional, combater as dinâmicas de discriminação e desigualdade de gênero e raça praticadas no ambiente de trabalho e, assim, abrir espaço para a promoção da igualdade no que diz respeito às relações formais de trabalho e à ocupação de cargos de direção. “A participação no programa é aberta às organizações públicas e privadas e ocorre de forma voluntária e pactuada com a SPM”, explicou a docente Elvira Barreto. 

A professora Maria Aparecida de Oliveira destacou a importância das políticas públicas que promovam a equidade entre homens e mulheres, bem como entre as etnias. “Por que eticamente a gente tem que assumir essa tarefa? Porque ainda temos uma sociedade eurocêntrica, patriarcalista, racista, preconceituosa e que naturaliza a violência contra mulheres, negros, homossexuais”, justificou.  

Pioneirismo - Dentre os institutos que compõem a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, o Ifal é o primeiro, e até então o único, a aderir ao programa. “Estamos na fase de monitoramento da execução do plano de ações voltado à promoção da equidade em âmbito institucional, o que nos dará condições de modificar a realidade do instituto e conquistar o Selo Pró-Equidade de Gênero e Raça", informou Danielly Spósito, que também integra o comitê gestor do programa no Ifal. 

Concedido pelo governo federal, o selo representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas organizações a fim de fomentar a igualdade de gênero e raça e de eliminar todas as formas de discriminação no mundo do trabalho. Na rede federal de ensino, Até agora, somente a Universidade Federal do Paraná (UFPR) conquistou essa certificação. 

No caminho - Membro do comitê gestor do Pró-Equidade no Ifal, a professora Elaine Raposo levou o poema Mulher Proletária, de autoria do alagoano Jorge de Lima, para refletir sobre as relações de trabalho sob a ótica das relações de gênero. “No poema, a mulher aparece como um ser duplamente oprimido: primeiro, pelas relações de trabalho no contexto capitalista e, segundo, pelo fato de ser mulher”, explicou. 

A partir dessa reflexão, Elaine colocou o Pró-Equidade como uma possibilidade real de oportunizar reparação a essas desigualdades. “O programa tenta apresentar caminhos para que pelo menos isso seja remediado socialmente. Então, por que não temos toda a rede de institutos aderindo à iniciativa?”, questionou a docente. 

Grupo de pesquisa - No Ifal, a adesão resulta de um projeto de iniciação científica realizado no ano passado pelo Grupo de Pesquisa em Gênero e Sexualidade (Gênese), hoje formado por 14 estudantes, três servidoras e um servidor do Campus Penedo. O trabalho foi executado sob a orientação da assistente social Danielly Spósito e a psicóloga Bárbara Guerreiro, com foco no perfil dos servidores e das servidoras da reitoria do Ifal, para avaliar a igualdade de oportunidades naquele ambiente laboral.  

A pesquisa fomentou o debate acerca da necessidade de implementar ações que possibilitem a construção de um ambiente de trabalho com equidade entre homens e mulheres. “É nesse contexto que o Pró-Equidade se encaixa”, completou Danielly. Atualmente, como desdobramento do projeto, outras duas pesquisas estão em curso no Ifal: uma delas amplia o objetivo do primeiro projeto para todos os campi do instituto e a outra foca nos cargos de poder e decisão.