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Professores do Ifal são selecionados em programa de combate ao racismo e vão à Colômbia

Docentes vão desenvolver atividades em Bogotá, com a participação de movimentos sociais afro-colombianos
publicado: 01/11/2024 16h38, última modificação: 01/11/2024 16h38

*Por Lais Marques, estagiária de Jornalismo*

Dois docentes de Língua Portuguesa do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) foram aprovados no edital nº 01/2024 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Ministério da Igualdade Racial (MIR), para participarem do Programa Caminhos Amefricanos: Programa de Intercâmbios Sul-Sul (edição Colômbia). Humberto Soares da Silva, do Campus Piranhas, e Felipe Augusto Santana do Nascimento, do Campus Maragogi, estão arrumando as malas para o intercâmbio que começa na próxima segunda-feira, 4, e tem duração de 15 dias.

Os professores foram selecionados para uma formação continuada sobre educação para relações étnico-raciais, que contará com ações formativas com a Secretaría de Educación Distrital de Bogotá, visitas guiadas em escolas, em locais históricos e em museus, e rodas de conversa com movimentos sociais afro-colombianos. Para Humberto, o intercâmbio vai contribuir com os estudos no doutorado do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), no qual ele realiza uma pesquisa etnográfica que intersecciona questões de identidade, linguagem, gênero, raça, sexualidade e regionalidade de três travestis negras alagoanas. "Ter a oportunidade de participar de uma formação de professores fora do nosso país e, mais ainda, tocar em questões que dialogam diretamente com o nosso corpo são construções significativas que muito acrescentam à minha formação", ressaltou. 

O tema também mobiliza o professor Felipe, que já foi coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Campus Coruripe e, atualmente, é presidente da banca heteroidentificação do Campus Maragogi. Ele vem desenvolvendo pesquisas sobre discursos racializados em instrumentos linguísticos-pedagógicos, como os dicionários e as gramáticas, para compreender como discursos racistas circulam em sala de aula. “O Programa Caminhos Amefricanos fortalece o ensino da cultura e história Afro-Brasileira no ensino básico, além de reconhecer o trabalho que os Neabis [Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas] vêm executando para garantir o direito a uma educação antirracista”, explicou o docente. 

Sobre o Programa Caminhos Amefricanos

O programa é voltado para professores da educação básica de instituições educacionais públicas, e estudantes de licenciatura, que se autodeclaram como pessoas pretas, pardas ou quilombolas. O intuito da ação é estimular a troca de conhecimentos, experiências e políticas públicas que contribuam para o combate ao racismo e para a educação das relações étnico-raciais.

De acordo com o edital, o programa busca ainda socializar conhecimentos da História e Cultura Africana, Afro-brasileira e da Diáspora Africana, particularmente na África, América Latina e Caribe e estimular a produção de pesquisas, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação para a promoção da igualdade racial e combate ao racismo no Brasil. 

Confira mais informações sobre o programa e os editais publicados aqui. 

*Sob a supervisão de Elaine Rodrigues, jornalista.