Professores do Ifal partem para qualificação em instituições dos Estados Unidos

Nesta quarta-feira, 10, cinco professores da Língua Inglesa do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) iniciaram os preparatórios em São Paulo, para participar de um período de seis semanas de qualificação em duas universidades dos Estados Unidos. Eles são parte dos 479 docentes de todo o Brasil selecionados para participar do Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Língua Inglesa nos EUA (PDPI), um convênio da Capes e Fulbright que dá a oportunidade de capacitação de docentes de escolas públicas, além do auxílio para deslocamento, estadia, alimentação, saúde e demais custos burocráticos para visto e taxas escolares.

Everton Marques, da Unidade de São Miguel dos Campos, Gisele Loures, do Campus Maceió e Lorena Norberta, de Viçosa, irão frequentar a Universidade de Miami, Dadeland, para a capacitação em Metodologias de ensino de Língua Inglesa. Já Reinaldo de Albuquerque, do Campus Marechal Deodoro e Ednaldo Faria, do Campus Benedito Bentes frequentarão a Universidade de Missouri, Kansas City, para participarem do curso de Intermediário 2.

Retorno para o Instituto

Não é a primeira vez que o Instituto envia docentes pelo programa. Em 2013, por exemplo, a professora Niedja Balbino participou do programa no Miami Dade College (MDC). Lá, ela conheceu o National Association for Developmental Education (Nade), organização formada por uma rede de profissionais cujo intuito é ajudar nos assuntos relacionados à aprendizagem nos Estados Unidos, compartilhar estudos teóricos e práticos sobre “educação de desenvolvimento” em rede e assim facilitar a comunicação dos profissionais da educação. Foi daí que surgiu sua ideia para o seu projeto de doutorado.

Hoje, aluna do Programa de Pós-graduação em Linguística e Literatura (PPGL), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), após receber carta convite do professor Stephen Johnson, ela foi selecionada pela Capes para fazer um doutorado sanduíche, realizado entre julho e outubro 2017, no próprio MDC. Niedja relata que essas experiências foram essenciais para o andamento de seu trabalho de Doutorado, voltado para a área de letramento de alunos do Ensino Superior, pois ela pôde verificar como era realizada a educação remedial no panorama americano.

“Entrevistei especialistas em ensino de leitura acadêmica em nível remedial, observei sessões de orientação a alunos recém-chegados ao Ensino Superior e, por fim, também observei aulas de leitura de diferentes níveis, o que me proporcionou uma vivência com alunos de diferentes perfis, especialmente alunos não tradicionais, que se assemelham ao perfil dos alunos do Curso Superior em Tecnologia de Gestão Ambiental, que são o meu foco de maior interesse na pesquisa”, descreveu.

Atuando no Campus Marechal Deodoro, ela percebe que há espaço para melhorias nos níveis de leitura acadêmica dos estudantes e quer utilizar o conhecimento obtido no Doutorado e nos intercâmbios para planejar novas iniciativas.

“Como conheço o nível de letramento, principalmente com relação à habilidade leitora, dos alunos que recebemos no CSTGA e reconheço que eles têm muitas limitações, pensei que seria de bom proveito, assim como fazem os colleges americanos, oferecermos, no início do curso superior, uma disciplina que ajudasse os alunos a desenvolver seu nível de compreensão leitora, especificamente do texto acadêmico, a partir de um trabalho de conscientização e desenvolvimento de estratégias metacognitivas que os tornem mais íntimos desse gênero textual, o acadêmico, que não é muito privilegiado na Educação Básica, e, assim, os tornem mais autônomos em termos de aprendizagem”, detalhou Niedja, que está preparando para passar pela banca de qualificação, a ser realizada em março.