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Preciosa: Stephany Crislaine brilhou em competições do JIF 2017

publicado: 27/12/2017 09h45, última modificação: 28/12/2017 12h38

A única estudante do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) a trazer medalhas dos Jogos dos Institutos Federais (JIF), realizado em outubro passado, no município de Poço de Caldas, Minas Gerais, Stephany Crislaine terminou o ano como a atleta mais premiada do Instituto no ano. Nos jogos nacionais, ela obteve três medalhas, sendo duas delas de prata nas modalidades de salto em distância e 100 metros rasos, além de uma de bronze, nos 200m.

Aqueles bons resultados haviam sido precedidos por outras duas participações vitoriosas em etapas regionais. Em julho deste ano, em Fortaleza, a aluna conseguiu obter outras três medalhas, sendo uma delas um ouro, quando foi campeã recordista nos 200m. Já no ano de sua estreia, em 2016, na Paraíba, apesar de não ter conquistado medalhas, ela conseguiu sua primeira classificação para a etapa nacional, em Brasília, na modalidade de salto em distância.

O seu técnico e professor responsável pela equipe de Atletismo do Campus Maceió, Newton César, revela que esses resultados foram frutos de dois anos de trabalhos, com treinos diários realizados por Stephany, seja nas instalações do Campus, seja no Estádio Rei Pelé, onde ela treina com atletas da Federação Alagoana de Atletismo (FAF), mas apesar de parecer, não foi por amor que a aluna de Informática iniciou na modalidade.

Stephany revelou que começou porque gostava da ideia de competir e como havia feito a Ginástica Rítmica durante todo o seu Ensino Fundamental e o Ifal não possuía a modalidade, só teve seu primeiro contato com o Atletismo quando decidiu encontrar alguma modalidade para participar dos Jogos Internos.Indicação do professor Newton César a levou a treinar com a FAF.JPG

"Eu gosto muito de esportes, mas quando cheguei aqui, fiquei parada porque não teve jogos internos no primeiro ano, quando foi em 2016 já houve. Assim como a Ginástica Rítmica é um esporte coletivo e individual, eu gostava de competir, mas como não havia me identificado com nenhum esporte ofertado no Ifal, eu vim para o Atletismo sem nenhum propósito, apenas para participar", comentou.

Stephany se destacou nos Jogos e logo foi convidada a participar da equipe de Atletismo, com o professor Newton. "Aí eu nem fui, falei para mim mesmo: vou nada, eu nem gosto disso. Não apareci, só depois que entrei", acrescentou.

No início, ela era a única mulher entre uma equipe de garotos, mas isso não a desanimou. “Eu conheci o atletismo em um momento em que eu estava muito fragilizada, foi uma fuga da vida real, onde eu me sentia bem, longe dos problemas, onde eu me sentia eu mesma, uma pessoa melhor. A partir dos treinos, do relacionamento com a equipe e com os treinadores, os professores de Educação Física do Campus começaram a me admirar, não só como atleta, mas como pessoa, isso me ajudou muito no meu desempenho e isso significa tudo para mim. Hoje eu sou melhor por causa do Atletismo”, explicou.

A inspiração nos professores

Stephany comenta que hoje pensa em fazer Educação Física e confirma que se trata de uma influência direta de  professores, principalmente do Newton César e da Michele Andrade, do Campus Maragogi. Para Newton, a inspiração é recíproca. Técnico da equipe de Atletismo do Campus Maceió desde 2012, ele comenta que foi também por acaso que começou a treinar os estudantes na modalidade. Até aquele ano ele era responsável pela equipe de Natação do Campus, quando a piscina passou a ser inutilizada e o professor teve que se readequar para preparar os alunos da Natação para o Atletismo, com o intuito de que não perdessem o condicionamento físico.Newton César é responsável pela equipe de Atletismo do Campus Maceió desde 2012.JPG

Com o tempo, Newton percebeu que os alunos se adaptaram bem a nova modalidade, o que o incentivou a continuar com o Atletismo. "Os meninos começaram a gostar do trabalho de condicionamento físico fora da piscina e sugeriram participar das corridas de rua de Maceió. Então eu comecei a preparar esses alunos para essas corridas e eles começaram a gostar e aí foi quando comecei a perceber que eles estavam se dando bem nos jogos internos: a minha equipe de Natação começava a ganhar as provas de Atletismo e com isso fomos participar dos jogos dos institutos federais, ganhamos a etapa regional e desde 2012 que a gente sempre tem destaques de alunos nas etapas regionais e consequentemente os vencedores das etapas regionais vão para os jogos nacionais", lembra o treinador.

Os resultados o empolgam e o faz querer continuar na modalidade, ainda que a piscina volte a funcionar. “O Atletismo deu continuidade para que eu tivesse sempre uma galera boa e que me incentivou a querer continuar treinando. Se não fosse o Atletismo, com a quebra da piscina, eu iria ficar muito mais triste, porque não teria outra opção. Então foi o atletismo que fez com que eu não parasse de treinar equipes”, enfatizou.

O desafio das instalações

Apesar da alegria em treinar a equipe, Newton lembra que ainda é necessário fazer investimentos, seja em instalações, seja no material utilizado pelos alunos. A pista irregular e fora dos padrões oficiais são apenas algumas das dificuldades enfrentadas diariamente pela equipe.

Newton César relatou que existe apoio administrativo para a participação das competições, inclusive fora do Estado, além de bolsas para atletas, mas isto não é o bastante para desenvolvê-los por completo. "A gente precisa fazer uma renovação dos equipamentos, têm as traves, as barreiras, os implementos que a gente usa em outras modalidades, como o peso e o disco, que são velhos e enferrujados", enumerou o professor.Quando começou a treinar, Stephany era a única mulher da equipe, hoje outras alunas se interessaram pela modalidade.JPG

Ele ainda revela que na falta de equipamentos, outros campi se ajudam. “A gente conseguiu as sapatilhas com o Campus Marechal Deodoro, mas eles não podem correr o tempo todo com as sapatilhas porque os cravos são de metal e não podem ser utilizados em pistas de brita e sim emborrachado, então a gente consegue um material bom para treinamento, mas não pode utilizar o tempo todo porque senão estraga, pois o gasto é bem maior do que aquele se fosse utilizada a pista adequada para isso", explicou Newton, que ainda destaca ser necessário uma sala de musculação para desenvolver um trabalho paralelo de preparação física entre os atletas.

Como o Ifal não possui as instalações desejadas para que os alunos possam competir, Newton conta com a ajuda da FAA para melhorar o desempenho daqueles alunos que se destacam. Assim como Stephany, no próximo ano ele deve sugerir nomes de alguns alunos para que eles possam usar as instalações da Federação.

"A gente tem uma parceria com a Federação. Então a gente faz um trabalho dentro das nossas limitações e a partir do momento em que a gente vê que os alunos estão crescendo, a gente indica para a Federação, para que eles possam desenvolver mais o trabalho que a gente começou”, explicou.Apesar de parar as competições pelo JIFs em 2017, no próximo ano Stephany Crislaine continuará treinando com a federação alagoana.JPG

Parte desses resultados puderam ser vistos com Stephany. “A evolução do ano passado para cá foi bem nítida e precisa, como atleta e como pessoa. Posso dizer que os meus resultados foram esperados porque eu estava me dedicando muito e as pessoas também me ajudaram demais. Quando eu voltei do regional, eu tinha dois meses para me preparar para o brasileiro, foi quando eu fui para a Federação para obter um melhor desempenho. No brasileiro eu tive resultados maravilhosos, que eu não esperava. Mas como o treinamento e dedicação foram intensos, sei que ainda tenho muito para aprender ainda”, disse a aluna, que este ano se despediu dos jogos por completar a maioridade.

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