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Novos professores exaltam papel da docência para transformar a sociedade
Eunice Palmeira, reitora-substituta presidiu a cerimônia de posse
O exercício da docência como fator de transformação social e de valorização humana foi o tema que dominou a posse de dez novos professores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) em solenidade ocorrida na manhã desta sexta-feira (19) no gabinete da Reitoria. “A escola pública foi o meu tíquete para mudança na vida profissional”, disse Francisco de Assis Martins. “Vir para uma instituição que já tem essa linguagem de qualidade social para mim é fundamental”, ressaltou Thiago Bezerra. Esses são trechos de discursos que demonstram a intenção dos novos servidores em contribuir para mudança de uma realidade social. Os docentes passam a reforçar o quadro funcional dos campi de Piranhas, Batalha, Palmeira dos Índios, Penedo, Arapiraca e Santana do Ipanema
A cerimônia foi presidida pela reitora-substituta, a pró-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPPI), Eunice Palmeira, que depois de abrir a solenidade foi seguida pelos pronunciamentos dos demais dirigentes. A diretora de Gestão de Pessoas, Adriana Paula Nogueira, a primeira pessoa entre os gestores a discursar, declarou ser aquela ocasião uma coroação de todos os esforços medidos pelos nomeados e destacou o papel do professor no processo de mudança social dos alunos, diante das dificuldades cotidianas que eles enfrentam para ter acesso a uma escola pública, gratuita e de qualidade.
A pró-reitora de Ensino, Cledilma Costa disse que o evento era um momento especial por promover reencontro entre ex-alunos e professores e entre servidores que já atuaram em outras instituições, ao citar o exemplo de dois dos novos servidores, Leon Cavalcante, ex- estudantes do Ifal e da professora de inglês, Rosângela Nunes com quem atuou na Universidade Estadual de Alagoas (Uneal). “É essa dinâmica que a educação nos proporciona.Conseguir tomar posse nos Instituto Federal de Alagoas é uma grande vitória pelos esforços pessoais e pelo contexto atual. Aqui se tem um ensino diferenciado porque vocês vão trabalhar com a educação básica, com o ensino integrado, educação de jovens e adultos, pesquisa, extensão, bacharelado, licenciatura, pós-graduação. Nosso aluno não é o aluno da elite. O Ifal foi criado para atender a quem demanda o nosso serviço. Nós só estamos aqui, como professores, por conta dessa demanda social”, acrescentou a pró-reitoria.
O pró-reitor de Extensão, Abel Coelho reforçou o discurso da pró-reitora de Ensino e citou a experiência que vivenciou no campus Palmeira dos Índios, onde alguns alunos tinham dificuldade de locomoção para ir estudar e outros sequer tinham feito a primeira refeição. Para ele, a extensão contribui para a mudança dessa situação social e conclamou os professores a atuarem para alterar esse quadro adverso.
A pró-reitora de Desenvolvimento Institucional, Edja Laurindo também orientou os novos docentes a se engajar no processo de motivação dos estudantes. Heverton Andrade, pró-reitor de Administração salientou a representatividade feminina no comando da solenidade, complementou afirmando que a Proad é a válvula de escape do Ifal e recomendou aos empossados a se aproximarem da área administrativa para melhorar o fluxo de demandas de materiais que proporcione uma aula de qualidade.
Para o diretor-geral do Campus Penedo, Felipe Thiago aquele era um momento de felicidade e relacionou as qualidades do Ifal para formação profissional de seus alunos “Espero que vocês contribuam para manter essa qualidade social”, disse.
Iatanilton Damasceno, diretor-geral do Campus Piranhas também lembrou a função transformadora do Ifal e o papel exercido pela unidade do sertão alagoano como uma referência nesse processo de mudança social. Alexandre Fonseca que representou a Direção-Geral do Campus Santana do Ipanema apontou o perfil do Ifal como uma instituição de ensino onde o aluno começa na educação básica e termina na pós-graduação.
Posse
Antes de assinarem o termo de posse, os docentes relataram experiência profissional e momentos de expectativa quanto ao concurso do Ifal.
Ana Maria Azevedo Fireman, professora de Português no campus Piranhas é formada em Letras, possui mestrado e doutorado na área pela Ufal, foi por 19 anos professora do ensino particular e disse que, tinha como projeto de vida ser servidora do Ifal ou Ufal, mas optou por realizar concurso para o Ifal para participar de transformação social. André Oakes de Oliveira Gonçalves, docente de Física e com lotação no Campus Batalha é natural de Cachoeiro de Itapemirim-ES, veio de Vitória-ES para Maceió e afirmou estar feliz em trabalhar e contribuir para mudar um processo de vulnerabilidade social. Danúbia Cristina Teixeira é ex-aluna do Ifal, engenheira, graduada pela Ufal, mestre em Zootecnia pela UFRJ e, para ela será um prazer trabalhar para transformar as pessoas. Eliza da Silva Vianna, carioca, é formada em história e tem mestrado e doutorado e atuou como professora-substituta no Instituto Federal Fluminense e, segundo ela, a partir desse momento o modelo dos institutos federais se tornou um sonho para ela. Francisco de Assis Martins, professor de Física teve toda trajetória na escola pública e considera essa característica como seu tíquete principal. Leon Cavalcante, professor de Matemática, ex-aluno do Campus Maceió, fez mestrado e foi servidor do Instituto Federal do Sertão Pernambucano, atuando na cidade de Floresta-PE e se mostra feliz em voltar à casa, especialmente para Palmeira dos Índios. Manuela Maria de Lyra, professora de Logística, é formada em Administração e mestrado na Ufal. ”A gente veio para somar e transformar e motivar os alunos. Para mim é um grande passo na vida”. Rosângela Nunes Lima, aposentada pela Universidade Estadual de Alagoas alegou ser apaixonada pelo que faz. “Procurei concurso público com um mês apenas de estudo, fiz mestrado e doutorado trabalhando e venci”, ressaltou. Thiago Rogério Bezerra, professor de História, tem mestrado em Educação pela UFPE e acha fundamental a relação entre Alagoas e Pernambuco. “Surpreende-me quando a mesa da cerimônia destaca a importância da transformação social. Vir para uma instituição que já tem essa linguagem de qualidade social para mim é fundamental”.
O relato de Renata Imaculada Soares Pereira chamou a atenção dos demais presentes no momento em chamou a mãe que, segundo ela, deixou de trabalhar para cuidar dos filhos. “Todo mérito é dela e o sonho dela era esse”. Renata foi aluna do IFCE, campus Maracanaú, integrou a primeira turma em 2008 do curso técnico e também a primeira turma do curso superior. “Lá conheci um professor de Eletrônica que mudou a minha vida. O que meus pais me ensinaram foi que eu nunca desistisse. Ela fez um relato sobre a vida acadêmica com bolsas de mestrado e doutorado pela Capes e destacou o apoio de professores do instituto cearense. ”Sempre fui bolsista, nunca tive carteira de trabalho assinada. Aguardava resultados de outros concursos, quando surgiu o edital para o Ifal e fuii aprovada. Renata recebeu uma homenagem do pai Almir Pereira com um texto sobre a importância da educação", relembrou.
Ao proferir o discurso, a reitora-substituta Eunice Palmeira declarou que aquele momento de posse era histórico para o Ifal por ser uma mulher no comando do posto mais importante da instituição por apoio do reitor Carlos Guedes, para ela, um entusiasta da educação pública e também salientou a importância dos professores no processo de mudança social.