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Ifal leva arte e saberes à Bienal do Livro 2019

Programação do 6º dia contemplou oficina, palestra e apresentação cultural

publicado: 08/11/2019 13h06, última modificação: 08/11/2019 18h20
Exibir carrossel de imagens Aos 70 anos, ex-aluno do Ifal é referência no artesanato com barro

Aos 70 anos, ex-aluno do Ifal é referência no artesanato com barro

Há pouco mais de um ano, o artesão Eduardo Faustino encerrava o curso técnico de Artesanato no Campus Maceió, na modalidade Educação de Jovens e Adultos. Com cinco décadas de trabalho com a cerâmica, o egresso do Instituto Federal de Alagoas - Ifal compartilhou um pouco dessa experiência acumulada na oficina de Cobogó em Cerâmica, realizada na 9ª Bienal do Livro de Alagoas, nessa quarta-feira, 6.

Eduardo foi um dos nomes vinculados ao Ifal que compuseram a programação no sexto dia de evento. Além da oficina ministrada por ele, estiveram na agenda do dia a oficina de renda singeleza com a artesã Valéria Santos, também ex-aluna do curso de artesanato, a mesa-redonda sobre ensino de filosofia conduzida pelo docente do Campus Maceió Wanderlan Porto e a apresentação do Coral do Campus Maceió, Coretfal, na Igreja Nossa Senhora Mãe do Povo, situada no Jaraguá, bairro que sedia a feira literária desde 1º de novembro.

Mão na massa

Os 16 participantes da oficina de Eduardo Faustino tiveram a oportunidade de conhecer as referências do seu trabalho e receber dicas para dominar a arte de produzir peças com barro. "A cerâmica é um caso de amor à terra. Quem pretende entrar para o mundo da cerâmica, venha pensando nisso. Procure uma boa orientação, use sempre material e equipamento que se adeque ao produto que você pretende fazer, machuque o barro, amasse o barro e seja feliz”, recomendou.

Eduardo Faustino dá oficna de criação de cobogó

Peça criada e batizada de Cobogó pelo egresso do IfalDurante uma hora de prática, o oficineiro falou como surgiu a ideia do Cobogó, seu trabalho final apresentado à banca de conclusão do curso de Artesanato e que, pela boa repercurssão, foi inscrito e aprovado para compor a oferta de oficinas do Espaço Sebrae, na Bienal. O artesão contou que, no último semestre letivo do seu curso, os docentes comumente organizam uma visita a uma cidade, onde os alunos devem buscar inspiração para a criação de uma peça original. Sua turma compareceu a Rio Largo e pôde observar as ruínas de duas fábricas desativadas. Dali veio o conceito do Cobogó, a partir dos elementos vazados observados por ele nos vestígios arquitetônicos do local e em alusão às composições de mesmo nome utilizadas na construção civil.

Aos alunos, Eduardo orientou o passo a passo para replicar a obra. Depois de amaciar o barro, colocá-lo na moldura de madeira, deixar a superfície o mais plana possível, esperar secar e desmoldurar, é hora de partir para a criação da arte desejada. No momento seguinte, deve ser feito o corte dos vazados, a retirada das sobras e o aparo das arestas e bordas. Com a finalização dos detalhes, cada participante levou para casa seu próprio trabalho e restou para o egresso a sensação de missão cumprida.

"Participar de um evento deste porte é muito gratificante, é o reconhecimento da nossa trajetória, do nosso trabalho, que eu procuro fazer com muita humildade, mas também é preciso muita responsabilidade. Você está tratando ali com pessoas, com conhecimento. Você, naquele momento, está representando a instituição Ifal. Você está sendo ali um formador de opinião, então é preciso muita responsabilidade no que está dizendo, para não deixar dúvidas naquelas pessoas", avaliou o profissional acerca da experiência.

Filosofia e as reformas educacionais

Professor Wanderlan falando das reformas educacionaisOutro representante do Ifal na Bienal do Livro 2019, o professor Wanderlan Porto contribuiu com as discussões sobre as reformas educacionais em curso no Brasil, o ensino de filosofia e a formação docente. Para o público presente na mesa-redonda sobre o tema, o docente explicou que impactos as possíveis mudanças no componente curricular da área pode causar no espaço acadêmico.

O profissional ainda apresentou, em sua fala, a necessidade de articulação para defender a valorização da licenciatura e da carreira de professor. "Precisamos discutir que escola queremos. Precisamos discutir a reflexão e ação docente. Aponto também como possibilidade divulgar os resultados que a Rede Federal de Educação tem produzido. E estabelecer diálogos com instituições que ainda conseguem fazer da Filosofia um espaço de resistência", disse.

O debate contou com a participação de dois estudantes de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas que desenvolvem as atividades do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) no Ifal Maceió, sob a coordenação de Wanderlan. Washington da Silva e John Lennon Mariano compartilharam as experiências sobre o sarau filosófico desenvolvido no campus e demais práticas facilitadoras do ensino de Filosofia.

"Com o sarau, com música, com cinema, os meninos [do Ifal Maceió] puderam perceber que a filosofia está em tudo, a filosofia é tudo. É uma visão que na academia, muitas vezes, a gente não tem. Isso me motivou a continuar na licenciatura", comentou Washington. Para John Lennon, a vivência também foi marcante e capaz de moldá-lo enquanto estudante. Indagar os alunos, levá-los a questionar suas próprias crenças, a desenvolver outras formas de pensar, de perceber o outro, de acordo com ele, refletiu positivamente na sua própria atuação acadêmica.

Arte que encanta e ecoa

Apresentação do CoretfalAlém da discussão educacional e das oficinas de atividades manuais, a participação do Ifal na Bienal na quarta-feira teve a marca da emoção trazida pela música do Coretfal. Executando canções natalinas pela primeira vez neste ano, o grupo se apresentou para espectadores atentos no interior da igreja Matriz de Jaraguá.

A maestrina Fátima Menezes aprovou a acústica do ambiente e comentou a decisão de no repertório de cancões populares brasileiras como Tempos Modernos, de Lulu Santos, e Sebastiana, de Jackson do Pandeiro, inserir o Chorinho Natalino, de José Vieira Brandão, e Natal Nordestino, de Eliezer Setton. "Já estamos com espírito de Natal", definiu.

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