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Múltiplo engajamento: TAEs do Ifal que integram a gestão e assumem diversas atuações profissionais

publicado: 07/11/2017 09h33, última modificação: 08/11/2017 17h12

Adriana Cirqueira, Jhonatan Pino, Roberta Rocha, Gerônimo Vicente e Acássia Deliê - jornalistas

A terceira matéria da série “Técnicos em Ação” é focada em servidores que atuam na gestão do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), a partir do seu campus de lotação, e não se resumem a atividades que integram suas atribuições, mas também assumem diversas atuações profissionais e são fortemente lembrados pelos colegas de trabalho pelo seu múltiplo engajamento na instituição, além de sua forma inovadora de liderar.

Um exemplo de servidora com essas características está atuando no sertão alagoano. Em apenas seis meses, a nutricionista Thaísa Martins, natural de Delmiro Gouveia, demonstrou o motivo de ter escolhido o campus do Ifal no município de Batalha ao se inscrever no concurso público realizado em 2016. Pós-graduada em Nutrição Clínica, logo que assumiu o cargo, percebeu que o campus tinha infraestrutura para fornecer alimentação escolar.

O primeiro ato da servidora para que o programa fosse implantado na unidade do sertão alagoano foi articular, junto à Diretoria de Política Estudantil, aquisição de recursos financeiros do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para criar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) a partir de verbas repassadas pelo governo federal aos estados, municípios e escolas federais.

Estamos na fase de chamada pública e vamos adquirir os gêneros alimentícios, diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural, com o intuito de apoiar o desenvolvimento sustentável, bem como respeitar a vocação agrícola da região”, afirmou a nutricionista do campus Batalha.

Enquanto não se efetiva a liberação dos recursos, Thaisa Martins disse que a equipe conseguiu uma balança e um estadiômetro com o campus Palmeira dos Índios e, desde a doação desses equipamentos, a unidade de ensino passou a fazer avaliação nutricional e atendimento ambulatorial dos alunos. “Todos eles já realizaram avaliação nutricional. Foram avaliados os estudantes em risco nutricional e os eutróficos, aqueles que buscam uma alimentação saudável no intuito de melhorar a qualidade de vida”, destacou.

As ações de educação nutricional viraram projeto de extensão e uma comunidade do município vizinho de Jaramataia foi privilegiada com as iniciativas da profissional. O projeto Saúde Mais, que consiste na mensuração da massa corporal e estatura, avaliação do Índice de Massa Corporal, prescrição alimentar e plano de treinamento com a professora Karina Coelho, é outra proposta concretizada por Thaísa Martins e que mudou a realidade quanto à alimentação saudável dos alunos do campus localizado no sertão.

De assistente a diretor de Administração do campus Marechal Deodoro, o servidor Sérgio Ciríaco construiu uma carreira pública reconhecida ao longo dos últimos 22 anos. Ele chegou à escola no ano da sua fundação, em 1995, quando ainda era uma unidade descentralizada da antiga "Escola Técnica Federal". De lá para cá, passou por todos os setores administrativos do campus Marechal até ser transferido para o campus Maceió. Hoje, é lotado na Reitoria, onde oito anos atrás aceitou o convite para voltar a Marechal como diretor.

"Nessa trajetória, nunca fiz inimigos. Mesmo aqueles que, porventura, não simpatizavam comigo, sempre os tratei bem. E sempre procurei aprender o todo e não só a parte. Aprendi com muita gente boa e sempre procurei os bons exemplos, sabendo que só erra quem tem a coragem de fazer. Mesmo àqueles que procuraram desmerecer meu trabalho, procurei respondê-los trabalhando, trabalhando e trabalhando", conta Sérgio.

Formado em Economia, o servidor estagiou no Banco do Brasil e no IBGE e abriu alguns pequenos negócios antes de ser aprovado no concurso público, caminho que já havia sido seguido pelos pais e pelo irmão. Ele lembra as dificuldades enfrentadas durante a carreira na passagem dos anos 1990 para os 2000, quando arrochos salariais e falta de investimentos desmotivavam os servidores. 

"O desmonte da educação era nítido. Todos estavam desmotivados, inclusive eu. Mas sempre procurei dar ao outro o que quero pra mim. Gosto de fazer as coisas acontecerem, mesmo com todas as dificuldades que encontramos no serviço público, e acredito que o exemplo influencia os outros. Como técnico, sempre procurei ver no professor um grande aliado e nos técnicos grandes parceiros de trabalho", diz o servidor.

Coordenadora de Almoxarifado desde fevereiro de 2012, a servidora Roseli Brandão ingressou no serviço público federal em 1994 como servente de limpeza. Graduada em Gestão Pública em 2008, Roseli é conhecida e respeitada no campus Satuba do Ifal pela sua postura e compromisso com a instituição, com uma atuação pautada na correção e na transparência dos procedimentos administrativos sob sua responsabilidade.

Com o objetivo de contribuir para uma melhor gestão dos recursos públicos, que também são alocados no setor de almoxarifado, Roseli exerce “um controle efetivo do estoque, mantendo os instrumentos de registros atualizados de forma a propiciar informações através de relatórios e publicação mensal”. A coordenadora explica que organizar o setor foi um desafio. “Carência de servidores, ambiente físico inadequado, sistema e equipamentos obsoletos – foi uma evolução gradativa em virtude de muito trabalho, dedicação e força de vontade, pois as dificuldades me motivam e me tornam sedenta cada vez mais em busca da solução porque acredito no serviço público”, afirma.

Segundo Roseli, atualmente o setor dispõe de equipamentos e sistema que atendem às atividades do serviço, porém o espaço físico poderia ser mais adequado para viabilizar, com celeridade e eficácia, as demandas do campus. A servidora busca se atualizar regularmente e está aguardando oportunidades para participar de capacitações específicas referentes a procedimentos e rotinas de almoxarifado para aperfeiçoar a oferta de serviço de qualidade com eficiência, visando melhores resultados para a instituição.

Como metas, Roseli espera ingressar em um mestrado na área de Gestão Pública. “Sinto-me feliz e orgulhosa em ser servidora e pertencer à família do campus Satuba e, principalmente, por fazer parte da história do centenário desta instituição, que tantas alegrias e realizações proporcionou em minha vida e na de minha família.” finaliza.

Muita ideia para colocar em prática e vontade de buscar melhorias para a instituição. É essa a força motivadora do múltiplo engajamento da servidora Paula Pradines. No Ifal desde 2014, a administradora já trabalhou no campus Santana do Ipanema, na Coordenação de Patrimônio da Reitoria e agora desenvolve suas atividades no campus avançado Benedito Bentes, onde é coordenadora de administração e manutenção.

Com mestrado em Economia Aplicada, a profissional tem um histórico de envolvimento em ações que tentam tornar a gestão pública mais eficiente. Este ano, ministrou curso de gestão integrada em almoxarifado e patrimônio para outros servidores do instituto, em parceria com o instrutor Ademir Carvalho. Também conduziu o projeto de extensão “Rede sustentável”, iniciativa com foco na formação de uma rede colaborativa entre duas cooperativas de reciclagem e a comunidade local, incluindo empresas do bairro Benedito Bentes.

Em um cenário diário de rotinas, funções, regulamentações, agir em muitas frentes parece ser uma das habilidades de destaque de Paula. Não é de se estranhar que a administradora tenha passado pela área de suprimentos, de inventário, e desenvolvido práticas educativas no intuito de disseminar um novo olhar sobre o patrimônio público, em âmbito institucional. Atualmente, ela faz parte da Comissão de Sustentabilidade, da Comissão de Segurança e tem participação como fiscal de contratos do campus.

A definição que a profissional dá sobre a atuação dos TAEs condiz com a postura adotada em toda a sua trajetória no serviço público. “A parte administrativa é como os bastidores do espetáculo. Uma atividade-meio, mas extremamente importante para fazer o espetáculo acontecer, para nossos alunos e professores poderem entrar no palco, entrar em cena”, avalia.

Quando pediu transferência para o campus Santana do Ipanema, o assistente em administração Pedro Manoel Valadares sabia que iria ter muito trabalho. Em 2013, ele deixava o campus Marechal Deodoro, onde estava desde janeiro de 2009, com a missão de estruturar uma nova unidade, ainda em fase de implementação. No Ifal, ele trazia experiências como coordenador de Apoio ao Ensino, coordenador de Administração e Manutenção e coordenador de Compras e Licitações, funções que seriam essenciais para assumir o posto de chefe do Departamento de Administração, cargo em que está desde a criação do novo campus.

Para o diretor da unidade, ele foi peça-chave na construção de toda a estrutura que a escola possui hoje. "Com a necessidade de ampliação dos espaços, trabalhou intensamente para a montagem da unidade, que hoje está instalada em um prédio alugado, mas que foi construído e pensado para receber os alunos com mais conforto e melhores condições" relatou Gilberto Neto.

O ex-contador do campus, Jorge Luiz, concorda com o diretor do campus. Ele pontua que Pedro alia o trabalho ao respeito aos seus colegas, o que faz com que os outros servidores sejam sempre proativos. "Hoje, o campus Santana é um dos poucos que conseguem manter suas obrigações em dia, justamente porque fazemos até mais do que nossas obrigações e ele é uma das molas propulsoras. Para se ter uma ideia, hoje estou no campus Benedito Bentes, mas mantenho as atividades de Santana, primeiro porque não há ninguém que faça e depois porque faço com prazer, porque lá, na minha opinião, é o melhor lugar para trabalhar no Ifal" acrescenta Jorge.

Pedro disse agir desta forma porque disse que o ambiente sadio é um meio de se atingir bons resultados na instituição. "É essencial que a cortesia, o respeito e a empatia estejam presentes, então para promover isso, sempre tratei todos com muita educação e sendo cortês. Esqueci a hierarquia e me integrei por completo à equipe, permitindo que todos colaborassem com sugestões e críticas, pregando sempre que cada um é importante naquilo que faz, se um falhar toda a engrenagem será prejudicada e o resultado final não será alcançado", justificou.

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