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Mestrado do Ifal cria manual para produção de pimentão usando manta geossintética
Publicação compartilha técnica que reduz custos com o uso mais eficiente de recursos hídricos
Mais uma pesquisa realizada no Mestrado Profissional em Tecnologias Ambientais deverá beneficiar a comunidade alagoana nos próximos meses. O trabalho do engenheiro agrônomo e aluno do curso, Sílvio Serafim de Oliveira, em parceria com a secretaria de desenvolvimento Rural de Arapiraca e Agreste Saneamento, resultou em um manual que relata as vantagens do uso da manta geossintética no cultivo de pimentão em solo protegido.
“Viabilidade técnica da manta geossintética na produção de pimentão em função de diferentes lâminas de irrigação em Arapiraca, Alagoas” é o nome do produto que foi encaminhado para a Secretaria de Desenvolvimento Rural de Arapiraca e para a Agreste Saneamento, empresa que atua junto com a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), para que possam divulgá-lo entre os agricultores e técnicos da região. O manual apresenta explicações técnicas sobre os benefícios do uso da manta geossintética no cultivo de hortaliças.
Sílvio explica que o manual aponta as vantagens econômicas e ecológicas do uso da manta geossintética Soiltain® DW, na utilização do Mulching. Ele relata que a técnica já vem sendo utilizada por 15 agricultores familiares de Arapiraca para a produção de hortaliças em cultivo em solos protegidos, através de uma parceria entre a Agreste Saneamento e a Secretaria de Desenvolvimento Rural de Arapiraca e tem potencial para ser levada para outros agricultores, já que apresenta vantagens ecológicas e econômicas, tanto no uso melhor dos recursos hídricos, quanto na redução dos custos de produção.
“A técnica de Mulching reduz a amplitude térmica e consequentemente utiliza uma menor quantidade de água no sistema de irrigação por gotejamento. A manta, por ser um material reciclável da estação de tratamento de água (aquisição gratuita) e de alta resistência, pode ser utilizada em vários ciclos da cultura. Diferenciando de outros materiais comercializados na região, que após o ciclo da cultura não podem ser reutilizados em um ciclo posterior”, observa Sílvio.
Tradicionalmente aqueles materiais são descartados no meio ambiente ou até mesmo queimados, após o seu uso, o que gera uma preocupação ambiental. O uso da manta é capaz de reduzir os custos de implantação de cultivo de pimentão, “aumentando assim a renda dos agricultores, além de reutilizar um resíduo sólido que seria despejado nos aterros sanitários”, enfatiza o pesquisador.
O experimento ainda sinalizou que a manta geossintética promoveu o lucro superior às outras coberturas, sendo a maior diferença em relação ao solo descoberto.
Benefícios econômicos para a região
Orientado pelo professor Marcelo Cavalcante, Sílvio comenta que a escolha da manta na produção de pimentão para a elaboração da pesquisa se dá diante da grande importância econômica que a cultura apresenta para a região, “apesar da manta já ser utilizada no plantio de hortaliças na região, ainda não existiam estudos comprobatórios de seus benefícios para a cultura de pimentão, em Arapiraca”, justifica o engenheiro.
Diante desse cenário, o engenheiro agrônomo aproveitou a oportunidade do mestrado para realizar análises produtivas e econômicas, bem como mensurar a eficiência do uso da água e quantificar a redução do custo de produção da cultura do pimentão, com o objetivo de produzir um material técnico que auxiliasse os agricultores no uso do material e assim aumentasse a renda dos agricultores familiares que sobrevivem da produção de hortaliças.
Os dados foram encaminhados para a Secretaria Municipal de desenvolvimento Rural de Arapiraca, que acompanha a utilização da manta pelos agricultores da região e logo devem ser disponibilizados ao público, por meio do manual.