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Mais de 400 estudantes de licenciatura do Ifal terão acesso a bolsas concedidas pela Capes
Por Lais Marques, estagiária de Jornalismo*
O Instituto Federal de Alagoas (Ifal) foi aprovado no edital nº 10/2024 do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), garantindo o recredenciamento de seus cursos de licenciatura no programa. Neste novo ciclo, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) garantirá ao Ifal cerca de R$ 400 mil mensais a serem investidos na formação de futuros professores.
O valor do investimento foi detalhado pelo coordenador institucional do Pibid no Ifal, Ricardo Cavalcanti. "Serão ofertadas aos estudantes de licenciatura 408 bolsas; quanto ao envolvimento de servidores, serão 17 coordenadores de área mais dois coordenadores de Gestão. Quanto aos supervisores, 51 podem ser credenciados, mediante o edital a ser lançado, de servidores professores candidatos às vagas destinadas a tal finalidade", explicou. Desta forma, o valor total de recursos mensais será de R$ 379.800.
Atualmente, o Ifal possui seis cursos para a formação de docentes: Ciências Biológicas (EAD e Campus Maceió); Física (Campus Maceió e Piranhas); Letras-Português (Campus Arapiraca, EAD, Campus Maceió e Marechal Deodoro); Matemática (Campus Maceió e Campus Piranhas); Pedagogia (EAD); e Química (Campus Maceió). Presente no Ifal desde 2011, o Pibid vem aumentando a quantidade de bolsas ofertadas, integrando o ensino, a pesquisa e a extensão, a fim de estimular práticas inovadoras voltadas a escolas públicas entre estudantes de cursos de licenciatura e professores da Educação Básica.
Experiência transformadora
O programa, com duração de 22 meses, abrange todos os períodos dos cursos de licenciatura, possibilitando uma experiência significativa na formação dos estudantes, ao somar em suas vivências teóricas, a prática da docência. Para o estudante Luiz Antônio Caldas Filho, do 5° período de Letras-Português do Campus Maceió, o que despertou seu interesse no programa foi “a vontade de começar desde cedo na graduação a aprofundar a vivência docente, quebrando qualquer tipo de receio que pudesse haver em decorrência de medo ou desconhecimento do ser professor”.
E a experiência foi transformadora. “Fomos muito bem orientados pela nossa supervisora na escola campo, professora Maryanne Cedrim, que nos oportunizou inúmeras situações em sala para que pudéssemos ‘quebrar o gelo’ e iniciarmos a prática. (...) Apesar das dificuldades, é possível executar um processo de ensino-aprendizagem eficaz, de resultados positivos”, ressaltou Luiz.
O Pibid também alcança a modalidade EAD do Ifal. Joelito Lima da Silva, estudante do 5° período de Letras-Português, do Polo São José da Laje, acredita que a experiência pode ser diferente, mas igualmente enriquecedora. “Enquanto a parte teórica do meu curso ocorre on-line, o Pibid é uma experiência presencial que me permitiu vivenciar a realidade das salas de aula. Isso foi fundamental, pois pude aplicar e observar na prática o que aprendi nos estudos”, explicou.
Outro benefício do programa é desenvolver habilidades dos futuros professores, como a habilidade de se comunicar com a comunidade acadêmica. “Participar [do Pibid] me proporcionou uma conexão direta com os alunos e professores, permitindo que eu entendesse melhor as dinâmicas escolares e os desafios enfrentados no cotidiano da educação. Essa vivência prática enriqueceu minha formação, pois consegui ver de perto como a teoria se transforma em prática, algo que muitas vezes é difícil de captar apenas pelos meios virtuais”.
Luiz e Joelito finalizaram a participação de dois anos na Iniciação à Docência no começo de 2024 e, já avançados no curso, salientaram a importância do programa para os estudantes de licenciatura e a influência que o Pibid teve em suas carreiras acadêmicas, consequentemente, em suas futuras carreiras profissionais. “Nós somos estimulados a ter contato com textos teóricos ligados à docência e também a aplicá-los, então, a gente debate o conteúdo desses textos teóricos e, concomitantemente, estamos aplicando isso em sala de aula, além de lidar com as imprevisibilidades que a própria sala de aula traz”, pontuou Luiz.
“No aspecto acadêmico, a vivência no Pibid ampliou minha capacidade de análise crítica e reflexão sobre a prática pedagógica. Além disso, essa experiência reforçou meu interesse pela educação e pela pesquisa em práticas pedagógicas, o que pode me levar a buscar especializações ou pós-graduações na área”, destacou Joelito. Ele também enumerou o desenvolvimento de outras habilidades, como a capacidade de trabalhar em equipe e a adaptação a diferentes contextos e realidades. “A participação no programa não apenas enriqueceu minha formação acadêmica, mas também me preparou para os desafios da carreira docente, aumentando minha confiança e motivação para atuar na área da educação”, finalizou Joelito.
*Sob a supervisão de Elaine Rodrigues, jornalista.