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Internacionalização da rede federal é tema de mesa redonda no Connepi

publicado: 07/12/2016 21h35, última modificação: 07/12/2016 21h35
Foto; Jhonathan Pino

Foto; Jhonathan Pino

A experiência exitosa do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IFSEMG), na gestão de cooperação internacional entre instituições de educação, foi compartilhada pelo assessor de Relações Internacionais (ASI), Wagner Rodrigues, na mesa-redonda Internacionalização e Inovação em Educação Profissional Tecnológica da Rede Federal, realizada na tarde desta quarta-feira, 7, durante o  11º Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação (Connepi).

Ao lado de Roberto Pereira Santos, professor do Instituto Federal do Espírito Santo (IFSE) e mediado por Paulo Leão, do Núcleo Estruturante da Política de Inovação, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Nepi/Setec), Wagner apontou a trajetória ascendente do seu instituto, nas ações de internacionalização, desde o ano de 2011. Para ele, tudo começou do zero e quando assumiu a função de assessor naquele ano realizou um planejamento estratégico da ASI com a missão de colocar  o IFSEMG no mapa da educação internacional.

No momento atual, a ASI possui um escritório com uma equipe de seis pessoas, cooperação em vários programas de intercâmbio e um centro de línguas, onde os próprios alunos estrangeiros atuam como professores. Apenas em 2016, o instituto recebeu quase 50 intercambistas. Além disso, a ASI acabou vencendo alguns editais promovidos por instituições de outros países, como forma de atrair capital.

Para o assessor, não basta ofertar tudo isso, mas é necessário acompanhar esses alunos em todas as etapas, para obter o retorno. “A gente não começa o trabalho com o aluno quando ele volta de um intercâmbio, mas antes de ele ir, com o orientador, que decide as disciplinas e atividades que deve fazer. Acompanhamos nossos alunos por 25 meses, nove meses antes dele partir”, detalhou Wagner, que está aguardando a ida de mais 28 graduandos, com recursos próprios do IF.

Internacionalização como fator de desenvolvimento

Ao apontar o contexto de absorção tecnológica e trocas culturais desde os povos da antiguidade, Roberto Pereira enfatizou como as nações que mantêm contatos entre si conseguem promover o desenvolvimento econômico e social mútuo, a exemplo de China, Japão e Austrália.

Para ele, o Brasil sempre contou com uma educação internacional. “Se na época colonial foram os jesuítas os responsáveis pela área, na formação das primeiras escolas do país, os filhos dos mais abastados partiam para a Europa, para fazer o nível superior. O cenário só veio mudar com a criação das primeiras universidades brasileiras, nas primeiras décadas do século 20”.ressaltou Pereira.

O professor pontou ainda que, somente a partir da década de 90,  houve iniciativas de maior vulto no processo de internacionalização das instituições brasileiras, quando a Unesco publicou um documento que elencava as capacidades necessárias para o cidadão do século 21, são elas: aprender a ser, aprender a conhecer e aprender a viver. Isso significa a formação de cidadãos com capacidade de resolver problemas, ter adaptabilidade, censo crítico e que consigam conversar com outras culturas.

Roberto citou as trocas culturais como fatores que contribuem para a mudança de uma mentalidade do “saber fazer”, para o “saber criar”. “Acho que por muito tempo estamos nos concentrando na questão do fazimento, sem estarmos compreendendo porque estamos fazendo determinadas coisas”, opinou.

Entre os desafios apontados por ele pela Rede Federal estão o de promover a internacionalização sem copiar o formato de outros países e adaptar as boas práticas a cada realidade, compreendendo suas restrições e atendendo as demandas particulares do mundo do trabalho. “Certamente a gente tem que sair de um modelo de uma sala de 40 alunos, onde cada um fica olhando para o outro. Esse modelo do século 19 não nos cabe mais e deve ser repensado”, destacou o docente.

Mais informações  acesse o site  Connepi 2016