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Ifal Murici expõe sete trabalhos em Congresso de Pesquisa e Inovação
Experiências apresentadas foram desenvolvidas na área de ciências agrárias
O Campus Murici do Instituto Federal de Alagoas - Ifal está bem representado no 10º Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, realizado em Rio Branco/AC, entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro. Prova disso é a quantidade de trabalhos expostos por estudantes da unidade de ensino já na manhã do primeiro dia de atividades do evento.
As sete pesquisas apresentadas foram desenvolvidas sob a orientação da professora Karla Gollner Reis e trazem desde a avaliação sensorial de produtos criados pelos próprios alunos a estudos sobre aproveitamento integral de alimentos. Esta última iniciativa foi explicada pela estudante Mariany Fernandes que, em parceria com outros alunos, desenvolveu o doce de casca de abacaxi com coco.
"Nós fizemos o doce com a casca, comparamos ao doce feito da polpa da fruta e verificamos os índices de aceitabilidade", relata Mariany. "Além de ser mais nutritivo e conter maior quantidade de fibras, o uso da casca triturada no preparo do doce foi surpreendentemente mais bem avaliado, especialmente no quesito sabor". Textura e cor foram outros atributos levados em conta pelo grupo de provadores do produto.
Os resultados dessa pesquisa têm gerado, por meio do programa de extensão Minha Comunidade, oficinas de aproveitamento de alimentos nos assentamentos Dom Hélder, em Murici, e Flor da Serra, em Joaquim Gomes. Nessas localidades, os estudantes envolvidos no projeto disponibilizam receitas testadas durante a investigação. "É uma ferramenta para minimizar o desperdício e quebrar o paradigma de que não é possível aproveitar essas partes não convencionais dos alimentos de forma apetitosa", complementa a jovem.
Outros trabalhos chamaram a atenção pela preocupação com o descarte de alimentos. Como o do aluno João Victor Laurindo, que explicou o emprego da farinha de banana verde na produção de buttermilk, um tipo de leite fermentado com propriedades funcionais, também conhecido por leitelho. A motivação para iniciar a pesquisa, segundo ele, partiu do fato de que aqui no Brasil esse subproduto lácteo é descartado, mesmo sendo possível reaproveitá-lo, a exemplo do que ocorre em outros países.
A mesma apreensão levou a estudante Clara Bezerra a investigar a adequação tecnológica do processo de fabricação da farinha de banana verde. "O Brasil é um dos maiores produtores desse item, mas cerca de 60% da produção é desperdiçada. A industrialização aumenta o tempo de validade e agrega valor ao produto", conclui.
Na mostra de banners, a discente Maria Jucileide da Silva também participou, expondo o estudo que a docente Karla Gollner Reis desenvolveu em parceria com universidades do Sul do Brasil sobre a avaliação microbiológica da linguiça toscana na cidade de Arapongas, no Paraná. Já o aluno Bruno Carvalho mostrou aos participantes do evento o trabalho realizado pela referida professora na criação de manteiga aromatizada com sementes, condimentos, especiarias e ervas.
Os demais temas tratados pelos representantes do Ifal Murici na ocasião contemplaram a incidência e disponibilidade comercial de alimentos minimamente processados nas cidades vizinhas a Maceió, discutido pela aluna Maryelle Fernandes Barros; além da elaboração e avaliação sensorial do petit suisse, um queijo de consistência mole, no sabor maracujá com calda de maracujá, apresentado pelo estudante Maycon Gomes.