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Ifal integra iniciativa de criação do Observatório de Políticas da Igualdade Racial
Coletivo buscará efetivar políticas de inclusão étnico-raciais no estado
O Instituto Federal de Alagoas (Ifal) marcou presença à reunião de entidades que formarão o Observatório de Políticas da Igualdade Racial em Alagoas. O evento, realizado nesta segunda-feira (9), na Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), marcou o aniversário de 20 anos da a aprovação da Lei Federal nº 10.639/03, que faz alterações à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para implantar a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas públicas e privadas de Ensino Fundamental e Médio.
Promotora da ideia, Arísia Barros relatou que se trata do início de uma conversa que busca cobrar a aplicação da lei. “Ninguém conhece a Lei estadual que acrescentou conteúdos da História Afro-Alagoana nos currículos das instituições públicas estaduais de ensino. Alagoas foi a segunda federação a aprová-la, após a publicação da Lei do Governo Federal nº 10.639/03. Estamos aqui porque a gente precisa criar um coletivo que dialogue essa questão: é preciso um instrumento que faço isso avançar”, pontuou a coordenadora do Instituto Raízes de Áfricas.
A criação de um observatório foi decidida em conjunto pelos representantes das entidades presentes à reunião. Além do Ifal, compareceram membros do Conselho Estadual de Alagoas, Universidade Federal de Alagoas, a Secretaria Municipal de Educação, a Defensoria Pública do Estado, o Coletivo Mulheres Pretas e o Movimento Mulheres Negras.
Como representantes do Ifal, estavam a Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (PRPPI), Eunice Palmeira, o Chefe do Departamento de Educação Básica, Henrique Golbery e o professor Lula Costa, vice-coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) do Campus Maceió.
Na ocasião, Lula Costa lembrou que a adoção de cotas já uma realidade em todas as seleções. Ele acrescentou que todas as unidades hoje já possuem núcleos voltados a discutir a questão. “Dentro do Ifal, a gente vem desenvolvendo uma série de ações, para que possamos desenvolver as políticas de inclusão étnico-raciais colocadas aqui”, pontuou o professor.
Eunice enfatizou que apesar de haver iniciativas pontuais, foi a partir da reestruturação dos projetos pedagógicos que o ensino de História e Cultura Afro-brasileira, Afro- Alagoana, Africana e Indígena entrou no currículo de todos os cursos de nível médio.
“Nos institutos federais há um perfil diferenciado da comunidade acadêmica, considerando, especialmente, a nossa capilaridade. Estamos mais próximos da comunidade e temos um impacto social consistente, que vai além do ensino e perpassa a pesquisa e a extensão”, pontuou Eunice.