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Ifal inicia instalação de sete usinas de energia solar fotovoltaica
Redução de despesas e autonomia energética sustentável serão ganhos de investimento
Sete unidades do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) passaram a receber vistorias na última semana, para a elaboração de projeto e planejamento da execução de usinas de energia solar fotovoltaica. O investimento, de quase R$ 3,1 milhões, tem o objetivo de gerar, em média, 120.000 kwh/mês e uma economia de cerca de R$ 50 mil mensais nas contas de energia elétrica da instituição, ou até 80% do valor de custeio, em cada unidade beneficiada.
Até abril de 2021 serão instalados kits fotovoltaicos nos campi Arapiraca, Coruripe, Maragogi, Murici, Palmeira dos Índios, Penedo e Piranhas para produção e uso de energia renovável, dentro de suas próprias estruturas. Para isso, alguns campi já estão recebendo os técnicos da empresa MTEC Energia Eireli, responsável pela implantação de todo o sistema no Ifal.
Coruripe foi uma das unidades visitadas na última semana. O Campus almeja alcançar uma economia em torno de 70% na taxa de energia elétrica. Conforme o diretor do Campus, José Roberto Alves, os benefícios superam o aspecto econômico, eles também serão ecológicos e sustentáveis.
“A direção e administração do campus, bem como seus demais servidores, veem o compromisso com o meio ambiente como um importante requisito. Aproveitando de forma consciente os recursos disponíveis, e ao apresentar a toda a comunidade, as novas tecnologias, espera-se além de tudo levar cada vez mais conhecimento aos alunos, que são os maiores beneficiados”, pontuou.
Para surpresa de José Roberto, os técnicos responsáveis pela vistoria da unidade eram rostos conhecidos do Ifal: Caio César, Diogo Galvão e Sonival Júnior são ex-alunos da turma de Eletrotécnica do antigo Cefet, hoje Campus Maceió. Juntos, eles criaram uma empresa que atualmente presta serviços para a MTEC Energia Eireli
Caio relatou que, além da formação no Ifal, eles passaram a prestar serviços na área de instalações elétricas após experiências no setor público. “Quatro anos atrás, começamos fazendo alguns projetos e depois partimos para realizar as instalações também. Pelo fato de termos trabalhado na Eletrobras, adquirimos conhecimento na área”, recorda.
Destinação de recursos para outras áreas
O Campus Penedo foi uma das três últimas unidades beneficiadas pela ação. Apenas nesta unidade, o valor do investimento será de R$ 389.965,50. O diretor geral Felipe Thiago Souza comentou que isso foi resultado de um replanejamento orçamentário da reitoria.
“Como atende aos critérios técnicos de índice de irradiação solar, Penedo entrou na concorrência com outras unidades e o assunto foi pauta de algumas reuniões entre nós dirigentes e entre a equipe de gestão da reitoria e servidores do campus. Nessas discussões, sempre enfatizamos a necessidade da usina para reduzir o impacto dos gastos com energia elétrica na verba de custeio e para compensar o baixo investimento que o Ifal Penedo recebeu ao longo de seus quase 10 anos de existência”, destacou Felipe Thiago.
A expectativa agora é que, depois de instalada a usina, o campus consiga economizar e redirecionar para outras áreas os recursos atualmente destinados às despesas com energia elétrica.
“Por ano, nós gastamos em torno de R$ 350 mil. A partir da redução significativa desse gasto em nosso orçamento, buscaremos aplicar esses recursos em ações de ensino, pesquisa e extensão, ampliando, por exemplo, o número de bolsas voltadas para projetos dessas áreas e também das bolsas ligadas à Assistência Estudantil”, prevê o diretor.
No Campus Arapiraca, essa economia deve ser inicialmente de 40% do consumo da média R$ 8.250,00, gastos com a conta de energia mensalmente, mas há intenção da instalação de novos módulos no futuro para aumentar a autonomia energética. O tempo estimado de retorno financeiro com o investimento de R$ 319 mil da unidade é de apenas três anos. Em emissão de CO2, isso significará a uma redução anual correspondente ao plantio de 148 árvores. Para o diretor da unidade, Fábio Ribeiro, a instalação das usinas fotovoltaicas nos campi coloca o Ifal na condição de empresas “amigas da natureza”.
“Preocupadas com as futuras gerações e em especial, cumprindo o papel enquanto instituição de ensino, que ao instalar esses módulos fotovoltaicos e fazer uso de fontes renováveis em nossas instalações, possibilitará a redução do consumo de energia elétrica convencional, trazendo, em um momento de contingenciamento do orçamento público, a possibilidade de sobra orçamentária, para utilização em outras frentes e necessidades”, comenta.
Para o professor, outro ganho é familiarizar a tecnologia entre os discentes dos cursos de Informática e Eletroeletrônica e “com isso ampliar o seu potencial conhecimento e o seu uso para as novas gerações”, acrescenta.
O diretor de Suprimentos da Pró-reitoria de Administração, Pedro Valadares, comentou que o cronograma anterior era de que essas usinas fossem instaladas em 2020, no entanto, com a dificuldade de obtenção do material, devido a pandemia do Covid-19, o calendário teve que ser refeito.
“O Ifal também planeja atender as outras unidades não contempladas com a compra dos kits de energia fotovoltaica. A gente aderiu a uma licitação do IF do Sul de Minas, com todos os campi e estamos aguardando o andamento do processo”, comentou.