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Ifal conquista dezenas de medalhas em Olimpíada de Matemática dos Institutos Federais
Ao todo, foram 59 premiações, entre medalhas e menções honrosas obtidas por oito unidades
O Instituto Federal de Alagoas (Ifal) obteve 31 medalhas na edição das Olimpíada de Matemática dos Institutos Federais (OMIF) deste ano, cuja segunda fase ocorreu no último final de semana e teve seu resultado divulgado nesta segunda-feira, 23.
Oito unidades do Ifal tiveram parte de seus alunos entre as listas de medalhistas. O Campus Piranhas, por exemplo obteve dois ouros e uma prata; Batalha somou três pratas e cinco bronzes e o Campus Palmeira dos Índios levou para o agreste alagoano três pratas e três bronzes.
As outras cinco unidades do Ifal com alunos vencedores na competição foram Coruripe, Maceió, Maragogi e Marechal Deodoro, cada uma delas com três medalhas, distribuídas entre prata e bronze, além de Santana do Ipanema, que conseguiu uma de prata e um bronze.
Batalha e Palmeira somam 33 alunos reconhecidos
Além de ser a unidade com maior número de medalhistas, o Campus Batalha teve 15 de seus alunos reconhecidos com Menção Honrosa, no evento. Um deles foi Gabriel Limas Dantas, que aproveitou suas experiências em outras olimpíadas de Matemática para obter a medalha de prata na edição deste ano, na OMIF.
"Participei de um projeto voltado à preparação para as olimpíadas (como aluno). No ano seguinte fui bolsista no mesmo projeto, aumentado a motivação, e também recursos (entre aulas e atividades) com o objetivo de treinamento. Ainda no segundo ano, um novo professor começou a ministrar aulas, o John [William], que ensinava os alunos a ver os problemas de maneira mais dinâmica, buscando envolver mais de uma situação em questões", lembra o estudante de Batalha.
Gabriel admite que "penou bastante" com o afastamento social provocado pela pandemia da Covid-19, mas a união dos professores de Batalha fez com que ele continuasse empenhado. Um desses docentes foi o coordenador do Curso Técnico de Biotecnologia, Clewerton dos Santos. Para o docente, a familiaridade dos alunos com as plataformas on-line, já utilizadas antes da pandemia, foi a base para que a preparação deles não fosse interrompida.
“Antes da pandemia já víamos trabalhando as olimpíadas de forma híbrida, materiais de estudos através da turma virtual do Google Classroom e resolução de problemas e desafios de forma presencial, duas vezes na semana. Com a suspensão das atividades presenciais, fomos forçados a migrar todas as atividades para o Classroom, sites e redes sociais oficiais das Olimpíadas, OBMEP e OMIF. Fizemos reuniões on-line, alguns simulados seguindo as diretrizes da competição e desafios semanais”, comenta Cleweton, que atuou em conjunto com o outro docente de Matemática da unidade, John William, na preparação dos alunos.
O professor lembra que foi a terceira vez que a unidade participou da Olimpíada e que o desempenho vem melhorando com o passar das edições. “Em meio a toda dificuldade trazida pela situação de pandemia, a conquista dessas medalhas e menções honrosas gera um efeito positivo nos alunos, renova o entusiasmo em buscar conhecimento. Toda a equipe do campus ficou muito feliz pelo resultado. É motivo de muito orgulho”, comemora.
Em Palmeira dos Índios, a participação em olimpíadas de Matemática já faz parte da cultura da unidade. Este ano, cerca de 50 alunos do campus disputaram a OMIF, seis deles foram medalhistas e outros quatro receberam menção honrosa.
"Não houve preparação propriamente. Os alunos já conheciam a olimpíada desde o ano passado e já estavam interessados em participar. Eu estou como coordenadora local da olimpíada no campus, então entrei em contato com meus colegas, professores de Matemática, e estes colocaram no SIGAA informações sobre edital, data da prova e no site da olimpíada tem muito material que serviu de apoio, simulado. Claro que alguns alunos entraram em contato para tirar algumas dúvidas", comentou Andréia Rodrigues Alves, professora de Matemática da unidade.
Medalhas de ouro no Sertão alagoano
Piranhas foi a única unidade do Ifal a conseguir dois ouros, premiação dada a apenas 1% dos melhores colocados de todos os 5217 participantes deste ano. Para um dos professores de Matemática do Campus, Danilo Olímpio, a distância da capital e os constantes processos de remoção e redistribuição de docentes dificulta, mais não impediu o fortalecimento da cultura da Matemática entre os alunos sertanejos.
“Cada professor que passa por aqui deixa sua marca, seja por um projeto, ou por iniciativas que aumentam a qualidade dos processos de ensino e aprendizagem de Matemática. Sobre isso, destaco o nome da professora Gilberlania Pereira que, enquanto esteve conosco, acompanhou dezenas de estudantes em Olimpíadas de Matemática e, inclusive, desenvolveu um projeto de preparação olímpica, específica para a OBMEP [Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas], o qual incentivou sobremaneira a participação de nossos jovens em competições desse tipo”, comenta.
O professor Evandro Barbosa foi responsável pelo acompanhamento mais próximo aos alunos na unidade. Ele vem trabalhando diretamente há alguns anos com Ana Sofia Damasceno, José Natanael dos Santos e Alielson Pereira dos Santos, os medalhistas de ouro e prata do Campus, seja por meio de projetos de preparação para a OBMEP, quanto no laboratório de Matemática.
“Se há um responsável direto pelo desenvolvimento destes estudantes é ele, [Evandro Barbosa], ao lado de todo o potencial natural que cada um dos alunos já carrega consigo. Gosto de dizer que Ana, Natanael e Alielson têm um futuro promissor, pois aprenderam o mais importante: aprenderam a aprender”, comenta. Danilo.
Preparação com a ajuda de redes sociais e mensagens instantâneas
Para o professor de Matemática do Campus Batalha, a pandemia exigiu modificações na forma de preparar os estudantes para a competição, como a criação de um grupo para a troca de mensagens a partir do final de setembro deste ano.
"Minha primeira ação como coordenador local este ano, foi criar um grupo de Whatsapp e divulgar em todos os grupos de professores e estudantes para que, aqueles interessados, pudessem entrar no grupo, onde seriam feitas discussões e reflexões acerca da primeira fase da OMIF - a prova objetiva. Não tinha ideia de quantos participariam, devido a todas as circunstâncias que nos cercavam. No entanto, mesmo com uma participação média de 20 participantes de diversos anos do ensino técnico integrado ao ensino médio, pudemos começar as discussões", recorda Danilo.
Como a própria organização da OMIF colocava em sua conta de Instagram problemas a serem resolvidos, a unidade usou a resolução das questões publicadas como forma de preparar os alunos.
"A estratégia foi, então, levar estes problemas para o grupo e esperar para ver como resolveriam. Lembro-me de como foi interessante a interação no grupo, cada um no seu tempo, elaborando respostas escritas no papel e enviando fotos, ou mesmo escrevendo no próprio aplicativo. Eles chegavam à resposta e a minha primeira reação era perguntar o porquê daquilo, instigando a argumentação e o desdobramento da questão inicial para outras problemáticas, fazendo com que percebessem os ínfimos detalhes da construção da questão e, o mais importante, da elaboração dos argumentos para uma resposta sólida e embasada", detalha Danilo.
Além das 31 medalhas, o número de menções honrosas recebidas por alunos do Ifal neste ano chegou a 28. Confira a lista completa aqui.