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Ifal capacita microempreendedores da construção civil na capital alagoana
Negócios recebem orientações para gestão organizacional, saúde e segurança no ambiente de trabalho
Os imprevistos impostos pela pandemia da Covid-19 não foram impedimentos para que estudantes e docentes do curso técnico de Segurança do Trabalho, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) levassem para micro e pequeno empreendedores do segmento da indústria de construção civil em Maceió, conhecimento acerca de estratégias de consultoria, serviços e capacitação com foco em gestão organizacional e segurança do trabalho.
O projeto intitulado “Gestão Organizacional e Segurança do Trabalho: uma remodelagem para ampliar a competitividade de micro e pequenos empreendedores da indústria da construção civil” foi aprovado na seleção do Programa IF Mais Empreendedor Nacional, voltado à execução de projetos de extensão tecnológica para o atendimento, apoio e orientação a micro e pequenos empreendedores individuais. Para isso, ele conta com uma extensa equipe de docentes e estudantes do Campus Maceió, que capacita a comunidade para atender às exigências presentes nas normas regulamentadoras pertinentes ao Ministério do Trabalho e Previdência.
A coordenadora da iniciativa Wilma Karlla Paixão Silvestre, relata que por meio do projeto é possível chegar a novas práticas. “Podemos dizer numa visão sistêmica que a própria equipe do projeto empreende para uma comunidade macro quando se trata de promover a diminuição dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais previstas nas normas de previdência”, explica a professora Wilma.
Ao longo de seis meses do projeto, a equipe buscou realizar um papel de fiscalização técnica e capacitação de trabalhadores e microempreendedores, a partir de um processo remodelagem, em que promove-se a adaptação de um determinado sujeito a uma situação real e necessária no momento, adotando boas e novas práticas e/ou procedimentos que promovam eficiência, eficácia e efetividade no ambiente organizacional.
"É importante ressaltar que a segurança do trabalho deverá fazer parte de toda gestão em qualquer ramo empresarial, sendo a mesma fundamental antes da pandemia e caracterizada como atividade essencial no momento de pandemia. Ou seja, não se pode mencionar desenvolvimento econômico seja, local, regional ou nacional, sem sequer compreender que nenhuma atividade econômica poderá lucrar prejudicando vidas ou a saúde de trabalhadores", destaca a coordenadora do projeto.
Da pesquisa à prática
O trabalho da equipe começou durante a pandemia, em junho de 2020, com um levantamento de micro e pequenas empresas no âmbito mercadológico e de segurança do trabalho. Após esse levantamento, foi feita uma pesquisa entre estas empresas sobre sua desenvoltura no mercado de trabalho e sua cultura de segurança do trabalho. Em seguida, a equipe começou a execução das atividades em exigência pelas normas regulamentadoras pertinentes ao Ministério do Trabalho e Previdência, a partir da elaboração de programas, documentos, treinamentos e consultoria de Segurança do Trabalho, trazendo como resultado, até o presente momento, a confirmação que no mercado econômico da indústria da construção civil na capital alagoana não havia nenhum tipo ação focada no respeito a normas de saúde e segurança do trabalho. As ações síncronas e assíncronas via trabalho remoto foram avaliados pelo grupo.
Como segundo resultado, foram detectadas algumas carências no âmbito dos microempreendimentos pesquisados, como a necessidade de assistência aos trabalhadores, consultoria, melhora na oferta de serviços, produtos, e outros, além da necessidade de atendimento às normas regulamentadoras.
Adiante, a consultoria oferecida pela equipe buscou direcionar os micro e pequenos empresários e trabalhadores, orientando-os direcionando para modificações de prática e normas internas e mesmo para a criação de empresas júniores que se enquadrem ao contexto de saúde e segurança no ambiente organizacional.
Perspectiva multidisciplinar
Na equipe, os professores Márcio Ricardo Rodrigues Gomes, Beroaldo Rodrigues dos Santos e Kathia Maria Barros Leite, além dos bolsistas Jéssica Crislane Moura de Oliveira, Erica Kalyne da Silva Ferreira, Erivan Assis da Silva, Márcio Henrique de Lima Silva e Renato Lucas da Silva, do curso técnico subsequente de Segurança do Trabalho, e Cid Lima do Nascimento, do curso técnico integrado de Informática, buscaram aliar pesquisa, consultoria e monitoramento dos negócios envolvidos, mas a pretensão do grupo é abranger a iniciativa para outros segmentos econômicos da capital alagoana, além da construção civil, oferecendo uma perspectiva multidisciplinar, com a participação de docentes e estudantes de outros cursos técnicos do Ifal que possam oferecer múltiplos olhares em prol do empreendedorismo.
"Podemos ofertar os nossos serviços técnicos, atender demandas sociais e efetivar a qualidade do nosso ensino, mediante a criação de uma associação sem fins lucrativos, formada por estudantes do nível técnico. O intuito é manter o eixo dos serviços voltados para as atividades no âmbito de segurança do trabalho, pois assim entrariam abrangências de vários cursos técnicos, para suprir as necessidades de regularização das empresas e de alavancagem de novos e pequenos negócios", planeja a professora Wilma Karlla.