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Novas expectativas para o Ifal em 2021

Reitor do Instituto, Carlos Guedes, concede entrevista ao portal de notícias e esclarece sobre retorno das aulas, ensino remoto e cenário atual de pandemia

publicado: 12/02/2021 18h50, última modificação: 19/02/2021 19h56

O ano de 2021 inicia com novas expectativas para as instituições de ensino em todo Brasil. As portarias 1030, 1038 e 1096 do Ministério da Educação (MEC), publicadas em dezembro de 2020, lançaram o desafio da retomada das atividades letivas realizadas por instituições de educação profissional e educação superior, de forma presencial, a partir de março de 2021. Com o advento da vacina contra o coronavírus em fevereiro deste ano, os estados têm retomado aos poucos e de forma gradual as aulas presenciais em alguns níveis de ensino.

Em entrevista ao Portal de notícias do Instituto Federal de Alagoas, o professor Carlos Guedes, reitor do Ifal, faz uma análise das ações do Instituto diante do contexto atual da pandemia e assinala os próximos passos em relação ao calendário letivo de 2021.

1. A partir do segundo semestre de 2020, o Ifal promoveu ações importantes no sentido de viabilizar às/aos estudantes condições de acesso à internet para manutenção do vínculo institucional e o desenvolvimento do ensino remoto emergencial, a exemplo do auxílio conectividade. De que forma a gestão do Ifal vem desenvolvendo ações para minimizar os impactos da Pandemia nas atividades de ensino?

reitor Carlos Guedes em entrevista.jpgCarlos Guedes - Todas/os que fazem o Ifal mobilizaram esforços institucionais no sentido de que os normativos instituídos fossem respeitados e o Ensino Remoto Emergencial implementado em todas as suas unidades. Salientamos aqui a importância do Ensino Remoto no Ifal para promover o vínculo com as/os estudantes, diminuir o impacto do rompimento de aprendizagem presencial, e colaborar com a permanência e êxito de todas/os.

O Ensino Remoto Emergencial, instituído por meio da Resolução Nº 50/2020, para o ano letivo 2020 e enquanto durar a pandemia de Covid-19, possibilitou um levantamento de informações importantes para a tomada de decisão a respeito dos procedimentos a serem adotados para a implantação dessa metodologia de ensino.

Neste sentido, a realização de ambientação e acolhimento com o objetivo de retomar o vínculo institucional, contemplando a orientação às/aos estudantes e as condições de compreensão das tecnologias da informação e comunicação, foram fundamentais, assim como a formação docente em serviço para uso das plataformas digitais necessárias à mediação pedagógica qualificada.

Destacamos como ação relevante a política de inclusão digital instituída por meio do Auxílio Conectividade, que atende a quase 6 mil estudantes sem condições de acesso à internet, além da concessão de auxílio financeiro, chips do projeto Alunos Conectados/MEC, disponibilização de equipamentos tipo tablet, repasse financeiro diretamente à/ao estudante para compra do referido equipamento e empréstimos de computadores para atender necessidades específicas.

 

2. O Processo Seletivo 2021 totalmente digital e a chegada da vacina no início deste ano causaram nova expectativa da comunidade em relação ao possível retorno das atividades presenciais acadêmicas no Ifal. Qual o planejamento da instituição nesse sentido?

Carlos Guedes - A questão do retorno presencial da Educação em Alagoas é pautada pelo decreto do governo do estado e decretos municipais. Embora o nosso estado tenha iniciado o seu processo de imunização contra a Covid-19, ainda é preciso continuar seguindo todos os protocolos de biossegurança recomendados pelas autoridades sanitárias.

No momento, trabalhamos no cumprimento de três ações que envolvem a continuidade das ofertas em todos os níveis e modalidades de ensino da nossa instituição. A primeira ação se refere à conclusão do ano letivo de 2020, por meio do ensino remoto emergencial. A segunda ação é o planejamento do calendário acadêmico de 2021 que vem mobilizando esforços entre dirigentes das unidades de ensino e a Reitoria para atender as especificidades de cada campus. Por fim, considerando o cenário atual de pandemia, assim como os normativos do Ministério da Educação que autorizam o retorno das aulas presenciais a partir de 1º de março de 2021, recomendada a observância de protocolos de biossegurança para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, o Ifal vem construindo de forma coletiva e dialogada uma proposta de retorno presencial, de forma gradual por meio do ensino híbrido junto aos seus colegiados garantindo a qualidade da oferta do ensino e a segurança de toda a comunidade acadêmica.

 

3. Diante dos normativos do MEC citados anteriormente, no caso a Portaria nº 1038, de 07 de dezembro de 2020, e a Portaria 1096, de 30 de dezembro de 2020, que tratam do retorno das atividades letivas de forma presencial, a partir de março de 2021, qual a perspectiva da gestão do Ifal quanto a esse retorno?

Carlos Guedes – Em uma instituição de educação superior, básica e profissional, pluricurricular e multicampi, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, cuja missão é promover educação de qualidade social, publica e gratuita, é preciso considerar que são muitos os desafios a serem superados, e nesse momento, algumas
dessas dificuldades se acentuam com a pandemia.

O Ifal que integra a rede federal conta com 16 unidades de ensino, sendo duas na capital alagoana, nos bairros do Poço e Benedito Bentes, e as demais nos municípios de Arapiraca, Batalha, Coruripe, Maragogi, Marechal Deodoro, Murici, Palmeira dos Índios, Penedo, Piranhas, Rio Largo, Santana do Ipanema, São Miguel dos Campos, Satuba e Viçosa, oferta cursos técnicos, graduações e pós-graduações e articulados de forma indissociáveis com projetos de ensino, pesquisa, inovação e extensão.

No cumprimento da nossa missão e para alcançar o principal objetivo estratégico institucional que compreende o acesso, a permanência e o êxito de nossos estudantes, além da promoção da política de assistência estudantil, a otimização dos recursos da Instituição, a promoção de melhores condições de trabalho para as/os nossas/os servidoras/es, e diante de um cenário de pandemia, como falar em retorno das atividades letivas de forma presencial sem considerar todos esses aspectos e prescindir da responsabilidade com a vida das pessoas?

Como destaquei anteriormente, estamos trabalhando em uma proposta de ensino híbrido, em diálogo com os dirigentes e setores pedagógicos dos 16 campi da instituição, ponderando as particularidades de cada uma das nossas unidades e dando prioridade à segurança de nossos estudantes, servidores e familiares, observados as determinações das autoridades locais, os cuidados sanitários, a adoção de protocolos estabelecidos mundialmente, as orientações e as diretrizes constantes no nosso plano de contingência.

 

4. Quais as próximas etapas para a consolidação da proposta do ensino híbrido para o calendário acadêmico de 2021?

Carlos Guedes - Essas etapas estão sendo construídas nos espaços colegiados de discussão e de deliberação do Instituto. A proposta do ensino híbrido, no âmbito do Ifal, compreenderá uma perspectiva metodológica do processo de ensino-aprendizagem em que parte das atividades serão realizadas de forma remota, com momentos síncronos e assíncronos, e a outra parte será realizada com a presença física de estudantes e servidores no ambiente institucional, desde que estejam asseguradas as condições de biossegurança e observadas as normas vigentes relativas à emergência em saúde pública. A minuta da resolução sobre o ensino híbrido está em processo de revisão, após a sua apresentação junto ao Colégio de Dirigentes na última terça-feira, 9, prevê o retorno gradual ao ensino presencial, estabelecendo como prioridade as turmas dos estudantes concluintes e os componentes curriculares eminentemente práticos.

É importante esclarecer que, embora os normativos do MEC se dirijam às instituições do ensino em todo o país, destaco que os calendários e os procedimentos a serem adotados por elas devem considerar suas particularidades. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96, em seu art. 23, § 2º,o calendário escolar das instituições deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino”, sem com isso incorrer prejuízo ao que está disposto em lei. Assim, a cada etapa concluída, daremos publicidade dos resultados por meio dos canais oficiais de comunicação do Ifal.

 

5. Com base no planejamento das ações que o Ifal vem promovendo e na perspectiva de um novo cenário com o início da vacinação contra a Covid-19, que mensagem a gestão do Ifal deixa a sua comunidade acadêmica nesse início de 2021?

Carlos Guedes - O Ifal continua, em 2021, realizando esforços para minimizar o impacto da pandemia com suas práticas educativas, em um esforço conjunto de todas/os as/os servidores e que nos enche de orgulho por meio da realização de atividades administrativas remotas e do ensino remoto emergencial. O cenário provoca ansiedade e incertezas acerca do que estar por vir nesse ano. O momento requer liderança na condução desse processo com compromissos com a segurança das pessoas, obedecendo os protocolos de biossegurança. Um possível retorno ao ensino presencial, mesmo em um formato híbrido, incluirá um delicado desafio que vai além do espaço físico para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem com qualidade socialmente referenciada.