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Geração de alunos pós 2004 forma quadro de docentes de Informática e Eletroeletrônica no Ifal

Quatro deles foram estudantes de diferentes cursos, mas se encontraram na docência, em Arapiraca

publicado: 11/10/2019 15h53, última modificação: 15/10/2019 10h16

Elaine Rodrigues e Roberta Rocha - jornalistas

A expansão do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) trouxe um presente para inúmeros egressos da instituição. É que nos concursos públicos realizados, após a criação de unidades no interior, nomes conhecidos puderam voltar para as nossas salas de aula. Desta vez, a série de reportagens especiais "2ª Casa" conta a história de cinco professores que fizeram essa trajetória de formação e que agora contribuem para as áreas de Informática e Eletroeletrônica.

Ao que parece, 2004 foi ano de boa safra para o Ifal, à época denominado Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). Enquanto no Campus Marechal Deodoro, um estudante chamado Felipe Alencar chegava para as primeiras aulas, outro, Paulo Wagner Lopes iniciava o mesmo percurso, só que em Palmeira dos Índios. Em comum, ambos viriam a ser professores da instituição.

Paulo Wagner relata que aquele período do ensino médio marcou uma transição de vida. “Aí já começou a primeira mudança, de paradigmas. Eu vim do interior de Arapiraca. Um local tipicamente pobre, com poucas oportunidades. E o contato com outros estudantes que tinham visões de mundo diferentes, com docentes e outros servidores mudou bastante minhas perspectivas. Antes eu nem imaginava o que seria do futuro. Entre diversas mudanças que a instituição colaborou para o meu desenvolvimento, de certa forma, essa mudança de paradigmas foi a mais relevante”, conta Paulo Wagner.Felipe Alencar vem contribuindo para o instituto desde a sua adolescência, quando era monitor do Campus Palmeira dos Índios.jpeg

Já Felipe foi monitor de Informática, nessa mesma época e a experiência colaborou na escolha pelo curso de graduação: Sistemas de Informação, no Campus Maceió. “Na graduação, abracei tudo o que podia, fui monitor de redes, estagiário de desenvolvimento web e bolsista no projeto do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga), na época coordenado pela professora Eunice Palmeira [atual pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação]”.

Assim como Felipe, não demoraria muito para que Paulo Wagner voltasse à instituição. Na verdade, ainda em 2008, ele faria o ingresso no curso Superior de Tecnologia em Sistemas Elétricos, ao mesmo tempo em que finalizava o técnico subsequente em Redes de Computadores, ambos no Campus Palmeira dos Índios.

Paulo Wagner lembra que esse período foi movimentado, com projetos, pesquisa, atividades de extensão e monitorias. Ainda, enquanto terminava a graduação, veio a oportunidade de fazer o concurso público para professor. “Eu era aluno da instituição até o dia 15 de dezembro de 2010. Levei a documentação para Maceió no dia 20, fui empossado no dia 21 e entrei em exercício no dia 23”, recordou.

Desde sua posse, Paulo Wagner continuou sua formação e inclusive voltou a ser novamente aluno da instituição. Ele fez um mestrado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e uma especialização em docência da Educação Profissional no Ifal.

“Como professor eu venho crescendo profissionalmente, ao longo de nove anos. Hoje, eu consigo ver a mudança que a instituição fez em minha perspectiva de futuro e em tudo mais. Praticamente desde os meus 14 anos que eu convivo na instituição”, finaliza Paulo Wagner, que hoje atua na área de Eletroeletrônica no Campus Arapiraca.Felipe foi docente do curso de Informática em 2015, quando teve a oportunidade de atuar como professor substituto no Ifal.jpeg

A volta de Felipe, como servidor, ocorreria mais tarde. Ele primeiramente fez mestrado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e apenas em 2015 teve a oportunidade de atuar como professor substituto no Ifal. Após novo concurso, em 2018 ele tomaria posse como professor efetivo.

Atualmente, Felipe ministra aulas de Informática no Campus Arapiraca e está terminando o doutorado em Ciências da Computação pela UFPE. “Hoje, eu tento criar o maior número de oportunidades possíveis para os alunos, para que eles também possam ter as experiências que tive. Talvez isso seja o que eu mais espero conseguir na carreira docente, além de passar conhecimento”.

Docente e técnica

Alana Messias é outro exemplo de egressa que veio reforçar o quadro de docentes da instituição, na área de Informática, com o diferencial de atuar também como técnica em Tecnologia da Informação no Instituto. Ela ingressou no Campus São Miguel como professora substituta, em agosto deste ano, mas já soma sete anos como servidora do Ifal.

É essa experiência acumulada em sua trajetória institucional que Alana busca levar para sala de aula, como forma de incentivar os alunos. “O contato que tive com os professores de Informática na minha época foi estimulante para eu continuar na área”, comenta, com o desejo de despertar nos estudantes a mesma curiosidade que a levou, em 2006, a começar o curso técnico integrado em Informática no Campus Maceió.

De lá para cá, o currículo da profissional ganhou novas credenciais: graduação em Informática e aprovação no mestrado profissional em Propriedade Intelectual, em curso atualmente. Mas a admiração pela instituição que a preparou para o mercado profissional, continua a mesma.

Servidora técnica do Instituto há sete anos, Alana Messias também está atuando no Campus São Miguel, como professora substituta, há poucos meses.jpeg”O Ifal para mim foi uma experiência divisora de águas, porque eu tive contato com professores excelentes, participei de esportes, competi pela natação e pelo xadrez, me envolvi com pesquisa. Foi um novo mundo que se abriu. Então quando concluí o curso, eu já saí na certeza de que eu gostaria de permanecer na área”, relembra.

A maior influência para hoje atuar como docente da instituição, segundo ela, veio do contato com o universo da pesquisa, da produção científica, ainda na sua época de curso técnico. Com seu nome no cadastro de reserva do concurso para docente efetivo em Informática do Ifal, Alana aguarda a oportunidade de seguir carreira acadêmica na instituição que fez parte da sua história e, curiosamente, também da sua família.

“Minha mãe estudou na escola técnica, minha tia também. Então eu tive bastante incentivo da família de estudar lá. Meu pai também incentivou porque ele já conhecia, já era uma referência de qualidade”, aponta.

Se a convocação como docente efetiva não acontecer, Alana diz sentir-se preparada para desbravar outras possibilidades. E a força para isso vem também da prática do ensino, da troca com o alunado, da consciência do seu papel transformador como educadora. “No momento, estou aproveitando ao máximo da experiência. É gratificante ver o aprendizado e a evolução deles”, finaliza.

Egressos de graduação atuam como docentes de Eletroeletrônica 

Naquele mesmo período que Felipe e Wagner estudavam o ensino médio outros dois futuros docentes do curso de Eletroeletrônica, do Campus Arapiraca já estavam fazendo graduação no Ifal. Emerson Magalhães e Augusto de Oliveira eram estudantes do bacharelado em Sistemas Elétricos, no Campus Palmeira dos Índios.

Emerson começou a graduação na época em que o curso ainda se chamava Produção Elétrica, em 2004. Ainda durante seus estudos, ele foi aprovado em uma seleção, para trabalhar como operador de subestação de transmissão de energia elétrica, em uma multinacional, emprego que só deixaria em 2010, quando assumiu o cargo de professor no Ifal.

“O incentivo e a dedicação dos professores na época conseguiram despertar em mim o interesse pela área e fizeram com que eu não desistisse, devido às dificuldades enfrentadas”.

No canto, à direita, professor Emerson Magalhães leva para os alunos do Campus Arapiraca o que vem aprendendo, desde que foi graduando de Sistemas de Elétricos, em Palmeira dos Índios.jpegNa volta à instituição, Emerson conta que percebeu o sentimento de orgulho dos servidores em receber ex-estudantes que voltavam à instituição, como servidores públicos. O sentimento foi logo compartilhado em casa. Em 2017, era a vez de sua esposa, Paulyanne Magalhães, também ingressar no Ifal, como professora do Campus Benedito Bentes, na área de Enfermagem.

Ao que parece, trabalhar na instituição que ele conhece desde adolescente lhe dá certa tranquilidade, mas Emerson relata que não faltam novos desafios em sua vida profissional. “Como minha área é voltada à engenharia, os alunos sentem as dificuldades normais que a área exige, mas com a experiência de ex-aluno, tento ministrar as aulas de uma forma que haja o mínimo de dificuldade possível, para que os estudantes possam também despertar o interesse pela área que estão se formando”.

A trajetória de seu colega de curso, Augusto, não foi tão tranquila. Ele entrou na turma de 2007 e lembra que no início foi incentivado a prestar o concurso público pelo seu orientador do Trabalho de Conclusão de Curso, o professor José Arnóbio Araújo Junior, com quem trabalha atualmente.Augusto de Oliveira é docente do Campus Arapiraca desde 2013, após três anos atuando em IF de Pernambuco.jpeg

“Ele mostrou o quanto a instituição dava condições para os professores, para os servidores de forma geral. E esse depoimento dele abriu meus olhos para a possibilidade de ser um servidor da casa fosse uma probabilidade futura bem bacana”, conta.

Augusto fez o concurso, mas ficou na lista de espera. Em 2010 foi chamado pelo Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), para assumir uma vaga no Campus Afogados de Ingazeira, no Sertão pernambucano.

“Foram três anos no IFPE até retornar ao Ifal. Eram 12 horas para ir e 14 horas para voltar, duas, ou três conduções, um momento muito difícil, mas de muito aprendizado”.

Ele lembra que foi um ano e meio em Afogados, um ano e meio em Garanhuns e depois veio o convite para ser redistribuído para o Campus Arapiraca. “Eu tinha um sonho de poder colaborar com a minha instituição, a minha cidade e hoje estou nesta situação, muito feliz de poder colaborar com a instituição em que me formei. Devo muito ao Ifal, tanto o crescimento profissional como o pessoal, que tenho a cada dia e tenho essa missão de sempre poder colaborar, sempre contribuir com as ações do Ifal e o crescimento da instituição também”, finaliza Augusto, que hoje assume a função de chefe do Departamento de Ensino do Campus Arapiraca.

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