Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Feras de Engenharia Agronômica do Ifal Piranhas comemoram verticalização do ensino em aula inaugural
conteúdo

Notícias

Feras de Engenharia Agronômica do Ifal Piranhas comemoram verticalização do ensino em aula inaugural

publicado: 15/08/2016 10h01, última modificação: 15/08/2016 10h01
Exibir carrossel de imagens Cinco ex-alunos, sentados na primeira fila do auditório, retornaram ao campus graças à verticalização do ensino

Cinco ex-alunos, sentados na primeira fila do auditório, retornaram ao campus graças à verticalização do ensino

Há pouco tempo, Adriano dos Santos, Emeson Mathias, Fabrício Deodato, Josélia Monteiro e Laura Souza, concluintes do curso técnico de Agroindústria do Campus Piranhas do Instituto Federal de Alagoas - Ifal, precisavam se deslocar a outras cidades, até mesmo fora do estado, em busca da formação universitária. Com a chegada do primeiro curso de graduação à unidade do instituto no alto sertão alagoano, cuja aula inaugural ocorreu na última sexta-feira (12), essa realidade mudou. A verticalização do ensino, consolidada pela oferta da educação básica e profissional à superior, na instituição, foi comemorada nos discursos do reitor Sérgio Teixeira, do diretor-geral do campus, Ricardo Aguiar, e outras autoridades presentes na solenidade de abertura do curso de Engenharia Agronômica, além dos próprios alunos, beneficiados com a possibilidade de ingressar na vida acadêmica sem abandonar suas rotinas, suas famílias e a região onde vivem. 

"Construímos nossa história aqui. É muito boa a sensação de estar em casa", admite Josélia, casada há dois anos com Emeson, com quem começou a namorar ainda durante o curso técnico no campus. Palco de toda a trajetória do casal, o Ifal Piranhas agora dá a chance deles permanecerem na área que escolheram. "Abriu as portas para que possamos nos profissionalizar e exercermos a atividade por aqui mesmo. Tentamos estudar Pedagogia, em Sergipe, mas resolvemos voltar porque Engenharia Agronômica tem uma ligação com a produção alimentícia, com o meio ambiente, é uma atuação com a qual nos identificamos", afirma o rapaz.

Aos relatos de estudantes da cidade que tinham que migrar para fazer um curso de graduação, também somam-se narrativas no sentido contrário: alunos de Sergipe, Bahia e de outros municípios alagoanos irão se deslocar até Piranhas para frequentar as aulas do curso superior. É o caso da baiana Samantha Rhade, natural de Paulo Afonso, que já trabalhou em uma unidade do Instituto Federal Baiano e diz que essa experiência pesou na hora de decidir prestar o vestibular no Ifal Piranhas. "Já conhecia a dinâmica dos IF's. São mais estruturados que outras faculdades, inclusive estaduais. Têm programas de extensão. Então é outra realidade", defende.

Para Cassio Laurentino e Raquel Soares, ambos concluintes do curso técnico de Agropecuária no Ifal Santana do Ipanema, a prática extensionista, de fato, influencia a vida profissional, muda as perspectivas. "Tínhamos um projeto de extensão de hortas escolares. É nesse rumo que pretendo continuar, trabalhando com a comunidade rural e ajudando a agricultura familiar", diz Cassio. "Viemos com uma bagagem, mas prontos para aprender muito mais. Chegar até aqui é uma conquista, é o curso que eu sempre quis", emenda Raquel, aprovada em primeiro lugar no vestibular de Engenharia Agronômica do Campus Piranhas.

Novos tempos no semiárido alagoano

O reitor do Ifal, Sérgio Teixeira, e o diretor-geral do campus, Ricardo Aguiar, não esconderam a empolgação com a implantação do primeiro curso de graduação do instituto no sertão alagoano. "Este momento representa um grande avanço para a comunidade sertaneja. São novos ventos soprando mudanças que há muito o povo espera, para melhorar a realidade dos pequenos produtores, abrindo perspectiva real de profissionalizar seus assentamentos e torná-los viáveis economicamente", discursou Ricardo Aguiar. Ele convocou os futuros agrônomos a assumirem o compromisso de impactar positivamente a região por meio da atuação profissional. "Vocês, acadêmicos, têm a obrigação de fazer proliferar o senso da humanização, dando cumprimento a uma das missões do Ifal, o alcance da cidadania".  

Sérgio Teixeira lembrou a luta travada para iniciar o curso e agradeceu a toda equipe de trabalho envolvida no feito. De acordo com o reitor do Ifal, a ordem agora é ocupar os espaços necessários, produzir tecnologia e inovação e contribuir para o desenvolvimento do semiárido. "Tenho certeza que a mão de obra que estamos preparando aqui estará apta a mudar a cara dessa região", declarou o dirigente, que, ao final da solenidade, plantou uma muda de craibeira, árvore considerada símbolo do estado, em homenagem ao início do curso superior no Campus Piranhas.

Outros dois pronunciamentos que marcaram a ocasião foram o do pró-reitor de Ensino, Luiz Henrique Lemos, e do coordenador do curso de Engenharia Agronômica, Fabiano Barbosa. Luiz Henrique Lemos destacou a verticalização do ensino como objetivo da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e defendeu a formação integral capaz de estimular a consciência crítica dos estudantes. "Vocês estão em uma instituição que pensa a educação de forma séria e comprometida, inclusive com ações complementares de suporte de aprendizagem", falou aos novos alunos, a quem Fabiano Barbosa chamou de desbravadores. "Somos a primeira turma, conto com vocês para encararmos juntos esse desafio", propôs o coordenador.

A aula inaugural contou ainda com a presença, na mesa de honra, do pró-reitor de Desenvolvimento Institucional, Carlos Guedes, da chefe do Departamento de Graduação do Ifal, Maria Cledilma Ferreira, do consultor da Unesco no Ministério da Educação, Rubenildo Moura, do chefe do Departamento Acadêmico do Campus Piranhas, Iatanilton Damasceno e do diretor-geral do Campus Satuba, Anselmo Aroucha.

O momento solene encerrou com a palestra do professor Marcos Serafim, diretor-geral do Ifal Batalha, sobre "Equilíbrio e Sustentabilidade: uma saga Quixotesca". Doutor em Estudos Literários, o orador empolgou os ouvintes ao comparar indivíduos visionários dos tempos atuais, e seus empreendimentos considerados revolucionários do ponto de vista ecológico, ao personagem Dom Quixote, protagonista da obra do escritor Miguel de Cervantes, famoso por seu idealismo. 

Visita ao Centro Xingó

Após a aula inaugural, uma comitiva de dirigentes e servidores do Ifal seguiram em direção ao Centro Xingó de Convivência com o Semiárido, para conhecer as dependências do espaço voltado a práticas e experiências sustentáveis. O objetivo da visita, conduzida pela coordenadora executiva da instituição, Aline Melo, foi articular um convênio de assistência técnica que possibilite o uso das instalações do Centro por pesquisadores e alunos do Campus Piranhas. 

"Estamos focando nas tecnologias sociais. Até o momento, já temos parceria envolvendo estágio dos estudantes de Agroindústria e Agroecologia. Mas a proposta pode ser ampliada. Vamos ajustar os termos e nosso Comitê Gestor avaliará", explicou a responsável.