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Experiência do Ifal Piranhas é premiada em evento regional de Agroecologia
Oito meses de atividades, 80 assentados atendidos, 11 professores das áreas de Agronomia, Agroindústria e Humanidades, além de um técnico administrativo, envolvidos, 70 estudantes engajados, entre bolsistas e voluntários. São esses os números que comprovam o sucesso do programa de extensão Minha Comunidade no Instituto Federal de Alagoas - Campus Piranhas, iniciativa premiada no eixo "Relato de Experiências" do 16º Encontro Regional de Agroecologia do Nordeste, que encerrou dia 1º de maio, em Rio Largo.
Por ter sido eleita o melhor trabalho na categoria mencionada, a ação que levou capacitação, aperfeiçoamento e desenvolvimento de práticas agroecológicas a assentamentos rurais da reforma agrária no sertão alagoano vai estampar as páginas da Revista Ciência Agrícola, da Universidade Federal de Alagoas, em uma edição especial suplementar. Também estará presente na publicação o projeto "Gestão de resíduos sólidos: uma alternativa para alimentação de animais ruminantes", do Campus Penedo.
Justiça social no sertão
A experiência do programa Minha Comunidade, coordenado pelos docentes Claudemir Martins e Laís Gois, beneficiou os assentamentos Patativa do Assaré, Gastone Beltrão e Nova Esperança, localizados em Olho D'Água do Casado, os assentamentos Maria Bonita e Lameirão, situados em Delmiro Gouveia, e o assentamento Olga Benário, em Piranhas.
Iniciada em abril de 2016, a atividade extensionista encerrou com um seminário realizado no Campus Piranhas em janeiro deste ano. O momento consolidou a parceria entre o Ifal e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, bem como a integração entre os alunos dos cursos técnicos de Agroindústria e Agroecologia e as famílias assentadas, com a realização de feira agroecológica de produtos oriundos dos assentamentos, mística conduzida pelos jovens do MST, mesa-redonda de avaliação dos resultados do programa, lançamento do livro Questão Agrária e Conflitos Territoriais e apresentação dos poetas populares Pedro Munoz e Neudo Oliveira.
"Foram meses de trabalho intenso, que contribuíram tanto para a formação dos estudantes, como no sentido de fortalecer a sustentabilidade das práticas produtivas nos assentamentos rurais e a busca de justiça social no sertão alagoano. Nesse período, realizamos vivências de campo, cursos sobre produção e beneficiamento de frutas, difusão de princípios e técnicas agroecológicas", explica Claudemir Martins.
Segundo o professor, a execução do Minha Comunidade deixou evidente a importância de estimular a criticidade, a humanização e o engajamento do alunado, para favorecer a intervenção e transformação da realidade na qual estão inseridos. "Esse reconhecimento alcançado é prova que estivemos no caminho certo. Dividimos o mérito com o MST e a comunidade atendida, com todos os apoiadores do programa no Ifal Piranhas. Destacamos ainda a atuação das discentes Érica Barros e Mariza Monteiro, responsáveis pela apresentação do trabalho no evento onde ele foi premiado", ressalta.