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Ex-aluno do Ifal vende startup para uma das maiores organizações educacionais do Brasil

por Anny Rochelly publicado: 27/10/2015 10h02, última modificação: 28/10/2015 19h42
Divulgação Kroton Murilo Andrade (à direita) junto com seu sócio Felipe Matos

Murilo Andrade (à direita) junto com seu sócio Felipe Matos

Uma história de sucesso que vem dos estudos e da determinação de um jovem destaque desde o ensino médio no antigo Cefet-AL, hoje Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Murilo Andrade, ex-aluno do campus Maceió de 2001 a 2004, vendeu sua companhia startup Studiare por 4,1 milhões, neste mês de outubro, para a organizadora educacional brasileira Kroton.

O aluno e hoje empresário foi o primeiro medalhista de ouro da Olimpíada de Matemática do Estado de Alagoas e conquistou o terceiro lugar na Olimpíada Internacional de Matemática. Murilo estudou no Instituto Militar de Engenharia, no Rio de Janeiro, e concluiu o mestrado na Escola Politécnica de Paris.

Juntamente com o sócio Felipe Matos, criou a startup Studiare, que possui um método de ensino personalizado denominado Adaptive Learning. A empresa foi vendida por 4,1 milhões de reais e a parceria com a Kroton já rende bons frutos. Atualmente, Murilo Andrade é CTO (Chief Technology Officer) da Studiare e Felipe Matos é CEO (Chief Executive Officer). 

Leia abaixo, na íntegra, a entrevista feita com Murilo Andrade e saiba mais sobre a sua história.

1) Como e quando surgiu a ideia de criação da empresa?

Meu sócio Felipe fundou a empresa durante o seu MBA, em Wharton, com a ideia de resolver o problema da Educação no Brasil através da tecnologia. Logo após, tivemos uma conversa e vimos o quanto de complementaridade que tínhamos. Na época estava trabalhando num banco em Londres, mas com bastante vontade de ir para o mercado de Educação no Brasil. Ao ver o potencial impacto que podíamos construir juntos, me demiti do banco e voltei ao Brasil para poder focar 100% no projeto.

2) Qual a sua função dentro da empresa? (CTO não é uma sigla muito conhecida para os que não são da área)

CTO = Chief Technology Officer, sou o principal responsável pela parte de tecnologia da empresa. Como somos uma equipe bastante enxuta, uma boa parte do desenvolvimento (inclusive dos algoritmos adaptativos) ainda é desenvolvida por mim e pelo Felipe. 

3) É verdade que sua empresa foi vendida por 4,1 milhões?

É verdade. Decidimos vender a empresa, pois faz bastante sentido nos juntarmos à maior empresa de educação do mundo para fazermos o impacto que queremos na Educação brasileira. 

4) Qual o diferencial do método de ensino da Studiare?

A Studiare foi fundada com a tese de que tecnologia e Educação irão andar cada vez mais juntas. O Adaptive Learning, por exemplo, se baseia no princípio de que cada aluno é único e deve ser tratado como tal. Com base nas informações que são colhidas na nossa plataforma, assim como de outras fontes, podemos recomendar ao aluno conteúdos e questões que são mais efetivos para aquele determinado aluno. A ideia é de usar o que os computadores fazem muito bem, que é fazer cálculos, para ajudar o aluno a entender suas deficiências e pontos fortes, assim como ajudar o professor a entender melhor seus alunos.

5) Quando se deu o contato inicial com a Kroton? As negociações já foram finalizadas?

Logo após a concepção da Studiare, houve um interesse da Kroton em fazer um projeto piloto conosco. Desde então, essa parceria comercial se estendeu bastante. Há alguns meses começamos a pensar em estreitar essa relação através de uma parceria estratégica. Como acreditamos muito nas pessoas e no poder de execução da Kroton, vimos que o melhor caminho seria nos juntarmos ao time deles. Estamos bastante empolgados com o impacto potencial que podemos causar no Brasil. 

6) Como o ensino do Ifal contribuiu para as suas conquistas de hoje?

O Ifal (na minha época Cefet-AL) foi fundamental, através dos professores Carlos Argolo e Edel Alexandre Pontes, que me inseriram no mundo das Olimpíadas de Matemática e Física. Esta interação fez surgir em mim o prazer por estudar e também de resolver problemas. Antes do Cefet, minha matéria preferida era português, se não fosse o Cefet, talvez não teria seguido sequer o caminho Matemática-Informática.

7) Qual conselho você daria a alunos que estão começando agora?

Nunca desista, e aproveite bastante o tempo que você tem hoje. Pensando num framework de investimento, o seu principal ativo, que é o seu tempo, nunca valerá tanto quanto hoje, portanto aproveite bem como irá gastá-lo durante sua formação. Estudar de maneira inteligente e focada irá com certeza garantir muitos frutos, de uma maneira difícil de quantificar hoje