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Estudantes se preparam para exame de seleção do Ifal; locais de prova já estão disponíveis
Danilo Magalhães, Eliziane Alves, Carlos Daniel, João Vitor e Suênia Vicente são orientados por Leonardo Marinho, em atividades de Matemática
No próximo dia 11 de dezembro, mais de 12 mil alunos estarão concorrendo as 2.951 vagas ofertadas pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal), na Seleção 2017.1, para os cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, nas formas Integrada e Subsequente, em 15 campi espalhados por municípios do Estado.
As provas serão realizadas a partir das 9h do horário local, conforme os locais já divulgados no site de Exames Ifal, nas cidades de Arapiraca, Batalha, Coruripe, Maceió, Maragogi, Marechal Deodoro, Murici, Palmeira dos Índios, Penedo, Piranhas, Rio Largo, Santana do Ipanema, São Miguel dos Campos, Satuba e Viçosa, municípios que possuem campi do Ifal. Veja locais AQUI.
Muitos dos concorrentes estão sendo preparados pelos próprios alunos do Ifal, em diferentes projetos. Um destes alunos é Leonardo Marinho, do terceiro ano do curso de Edificações, do Campus Maceió. Ele escolheu a própria escola em que fez o Ensino Fundamental, a Escola Estadual Manoel de Araújo Dória, localizada no bairro Henrique Equelman, Maceió, para dar continuidade ao Programa Independente Matemática Integrada nas redes estaduais e municipais (Pimi), existente desde 2006.
Além da Matemática, Leonardo repassa os conhecimentos adquiridos no curso, nas áreas de Física, Química, Astronomia. “Outra coisa muito importante é incentivar esses alunos em relação às olimpíadas científicas que eles participam, ou participarão, nos próximos anos, competições essas que são muito importantes, proporcionam muitas oportunidades e descobrem vários talentos. A ideia é colocar em mente que o estudo é o caminho. Além do mais, como a partir dessas olimpíadas, venho conquistando premiações, viagens e bolsas. Os alunos do projeto veem diretamente que estudar realmente é uma boa. E se eu consigo, claro que eles conseguem isso e muito mais. A ideia é basicamente essa”, explicou.
O desafio de estudar aos sábados
Em seu primeiro ano de atividades, a turma começou com 25 alunos, mas o número foi afunilando. A necessidade de acordar cedo aos sábados para estudar matemática não fez com que seis destes alunos desistissem do curso. Um deles é João Victor Inácio. Ele quer ser o primeiro da família a entrar no Ifal. Irá concorrer ao curso integrado de Edificações, como forma de alcançar ao menos algum de seus objetivos. “Eu tenho dois planos: ou ser engenheiro, ou ser professor de Matemática, e acho que esse curso de Edificações pode me dar a base para os dois cursos e me fazer tomar uma decisão melhor”, pontuou.
Para outros candidatos, os planos ainda não estão muito claros, como é o caso de Fabiana da Silva, que irá concorrer ao curso de Informática. Ela disse que tomou a decisão de entrar no preparatório depois que sua amiga, Suênia Vicente, candidata às vagas de Química, a chamou. Agora, as duas esperam ir juntas para o Ifal.
“Eu também fui influenciada por minha sobrinha, que entrou no ano passado, no curso de Química, e falou da qualidade de ensino e das oportunidades que teve. Além disso, aqui, na escola, a secretária também fez o curso e incentivou a gente para fazê-lo”, comentou Suênia.
Andrea Cavalcante, diretora da Escola Manoel de Araújo Dória, lembrou que os professores de Português e Matemática já se preocupavam em prepará-los para o exame de seleção do Ifal, mas isso ficou mais forte quando o Leonardo apresentou a proposta do Pimi, neste ano.
“Ele já foi aluno da escola e sempre teve excelente desempenho e por isso quando ele me procurou, não foi difícil aceitar a proposta. Conhecendo o perfil dele, falei que o projeto seria aceito, sem sombra de dúvidas. Eu tive a oportunidade de acompanhar as atividades trazidas por ele e percebi que esse material discutido aqui não serve apenas para prepará-los para a seleção, mas para que desenvolvam atividades do seu dia a dia”, enfatizou a professora, que pretende renovar o projeto para 2017.
Para Andrea, a grande vantagem do Ifal é a qualidade ofertada pelo ensino público federal e a possibilidade de sair já com uma formação profissional. Ela ainda destacou que, como o colégio só oferta o Ensino Fundamental, há algum tempo, pede para que os alunos façam a carteira de identidade ainda no início do ano, para que possam fazer as provas. “Fazemos isso porque muitos deles se inscreviam para a prova, mas na hora de ir fazê-la, não tinham o documento”, explicou.
Foguetes são bônus para os estudantes
Ainda no sétimo ano do Ensino Fundamental, Carlos Daniel da Silva viu a oportunidade do Pimi para aprimorar seus conhecimentos e Matemática e ainda ter acesso a competições. É que junto com o Pimi, ele pode se preparar para as olimpíadas de Matemática e ainda participar das oficinas de foguete de garrafas PET. “Eu faço porque sou curioso mesmo e gosto de Matemática”, disse.
Mas não só são seus colegas de escola que podem desenvolver a curiosidade. Além da Escola Manoel de Araújo Dória, o professor aposentado do Campus Maceió, Carlos Argolo, desde 2015 orienta outro aluno, José Jardene, do curso de Mecânica, para ofertar atividades similares na Escola Estadual Gilvana Ataíde, no Bairro da Santa Lúcia, a partir dO Projeto de Iniciação à Foguetes Intensivo (Pifi).
Jardene lembra que no início os participantes eram ensinados a fabricar e lançar foguetes de garrafa PET, mas logo depois passou a dar aulas aos sábados, preparando os alunos do Geovana Ataíde, como também de outras escolas que ficam próximas ao local, para o exame de seleção do Ifal e para as olimpíadas.
Em um destes sábados, 26 de novembro, ele promoveu um encontro entre os alunos das duas escolas, para a realização da oficina de foguetes e lançamento deles em um campo em frente a escola. Com duas garrafas PET, recipientes plásticos de sorvete, massa de modelar, fita adesiva e tesoura, os alunos puderam construir pequenos foguetes e lançá-los, com projeções de mais de 100 metros de alcance.
No local estava Alexsander dos Santos. Ele disse que já havia participado da oficina antes, pois já é o segundo ano que faz o preparatório para a seleção do Ifal. No ano passado, ele viu seis de seus colegas serem aprovados, mas apesar de não ter conseguido, neste ano, ele vai tentar pela segunda vez uma vaga no curso de Mecânica. “Vou tentar de novo porque espero abrir outras portas por meio do Ifal. Também escolhi fazer Mecânica, porque o Jardene nos fala como é, o que aprendeu e as experiências que teve lá”.
Alexsander é um dos 11 alunos da escola Gilvana Ataíde que dizem estar preparados para a prova no dia 11. Ele, assim como seus colegas Gabriel, Alexon, Emanuelly, João Victor e Raquel guardam o mesmo sentimento que Eliziane Cristina, para o próximo sábado. “Não acho que estou tão preparada quanto gostaria, mas vou com a certeza que já conheço a prova e isso já é um primeiro passo”, pontuou.