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Estudante do Ifal Arapiraca é um dos vencedores do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero

publicado: 10/09/2015 12h14, última modificação: 11/09/2015 20h09
Exibir carrossel de imagens O prêmio foi instituído em 2005 pela Secretaria de Políticas para as Mulheres.

O prêmio foi instituído em 2005 pela Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Em 2014, enquanto ainda era estudante do curso de Informática do Campus Arapiraca do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Nilson Nobre inscreveu trabalho na 10ª edição do Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, concedido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM/PR), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Ministério da Educação (MEC) e ONU Mulheres. Já formado pelo Ifal e, atualmente, cursando o nível superior em Psicologia, ele compartilhou a notícia de que tinha sido um dos ganhadores do prêmio. O resultado foi divulgado no mês de agosto.

O prêmio, instituído em 2005 pela Secretaria de Políticas para as Mulheres no âmbito do Programa Mulher e Ciência, tem como objetivos estimular a produção científica e a reflexão sobre as relações de gênero, mulheres e feminismos no País, além de promover a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas.

Sob orientação da professora de Língua Portuguesa, Sandra Lima, o aluno apresentou um conto com o título Sob o teto da amargura em que propõe uma reflexão e a desconstrução do machismo. Ele concorreu com textos de todo o país na categoria “Estudante do Ensino Médio”. “Sou imensamente grato por todo o apoio na construção do conto, por todas as sugestões de melhoria. A professora Sandra me orientou muito na produção do texto”, reconhece Nilson.

A docente Sandra explica que, durante suas aulas, procura sempre estimular os alunos a um frequente contato com os textos escritos, tanto no que se refere à leitura quanto à produção. Sobre a participação no concurso, ela destaca que o próprio Nilson a procurou e pediu para orientá-lo durante a produção de um conto. “Sempre sentávamos para revisar o que ele havia escrito e melhorar o que fosse necessário, um contínuo exercício de escrita e reescrita que deu certo. Assim, essa premiação representa o resultado de um trabalho desenvolvido com dedicação e esperança em uma classificação, bem como uma forma de reconhecer e divulgar o potencial dos nossos alunos”, salienta.

 Abaixo, Nilson conta detalhes de seu texto que foi premiado. Confira:

De onde veio a inspiração para escrever "Sob o teto da amargura”?

Nilson - A inspiração veio do que vejo no cotidiano, das notícias dos jornais locais e das conversas que tenho com minha irmã a respeito das questões de gênero e feminismo. Creio que quem ler o texto, muito provavelmente, vai se identificar em algum aspecto. Pode soar pretensioso, mas vejo o conto como um reflexo de nossa sociedade patriarcal, não apenas a alagoana, mas a sociedade brasileira como um todo. Infelizmente, Alagoas é o estado com o segundo maior índice de homicídios femininos no país! Isso é assombroso e só demonstra a necessidade de inserção das discussões de gênero nas escolas, em casa, nas rodas de conversa entre amigos, enfim, é preciso discutir gênero em todos os espaços.

O que você buscou enfocar em seu texto?

Nilson - Eu busquei demonstrar todos os aspectos do machismo no cotidiano. Desde os alarmantes, como a violência doméstica, até os sutis, que frequentemente passam despercebidos por nós, como a repressão sexual das mulheres e a imposição heteronormativa dos papéis sociais de gênero. Quis evidenciar, também, a maneira como o machismo, tão enraizado em nossa sociedade, vitimiza os homens. Por uma questão de espaço, não pude, infelizmente, citar aspectos igualmente importantes e preocupantes, como a transfobia, mas no geral, o conto propõe um convite para reflexão e posterior desconstrução desse machismo. Precisamos rever privilégios e lutar juntos pela igualdade de gênero.

Para conferir a lista dos vencedores, ACESSE.

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