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Em solenidade marcada por mulheres, cerimonialista recebe irmã entre empossados

Pela primeira vez no Ifal, todos os integrantes da mesa eram servidoras
por Jhonathan Pino publicado: 29/12/2023 12h07, última modificação: 31/12/2023 12h19

Renata Fonseca Pontes foi um dos nove nomes anunciados na última solenidade de posse de servidores do ano, realizada pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal), nesta quinta-feira (28). Como é de costume, a relações públicas e atual chefe do Departamento de Comunicação e Eventos (DCE), Luciana Fonseca, coordenou a cerimônia com sorriso no rosto. Mas desta vez, nem a tradicional quebra de protocolo tiraria a sua alegria de receber a irmã como professora de Educação Física do Campus Piranhas.Luciana Fonseca ao lado dos pais para cerimônia de posse da sua irmã, Renata Fonseca, nova docente do Campus Piranhas.jpg

“É uma grande alegria ter, além de uma irmã, uma companheira de instituição que vai trabalhar junto por uma educação pública, gratuita e de qualidade, dando o seu melhor”, comentou Luciana, compartilhando o momento com os seus pais, Viviani Maria Fonseca e José Carlos Pontes. Presentes na cerimônia, eles lembram que a espera foi longa, de quase seis anos, desde a aprovação da Renata, mas nunca haviam deixado de acreditar em sua nomeação.

“A Luciana foi uma grande incentivadora, porque ela trabalha com muito compromisso e falou que nunca seria fácil. Eu digo que ela, às vezes, vai além do serviço dela, então eu acho que isso aí é um bom exemplo. Esse concurso que a Renata fez foi o primeiro, e como tudo que ela faz, se empenhou ferozmente, se preparou. Nós participamos juntos dessa etapa e estamos aqui hoje”, comentou Viviani, que ressalta que foi aluna do antigo Etfal, na turma 1978.Renata Fonseca, Cézar Henrique, Luciana Costa e Jorilene Barros tomaram posse no dia 28 de dezembro.JPG

O pai, José Carlos, se sentia honrado de ter agora duas filhas trabalhando em uma instituição que tem como maior bem a formação de profissionais completos. “Só de acompanhar as falas da mesa, a gente percebe o alto nível de profissionalismo. Para mim, o Ifal sempre foi uma referência de escola pública. Sempre falei com a Renata que a questão esportiva foi sempre um foco de atenção para todos os meus colegas do Ensino Médio. Desde a época que Satuba era separado, todos aqueles que faziam o Ifal tinham a certeza de uma garantia da entrada na universidade”.

Trajetórias comuns na educação pública

O denominador comum da cerimônia dessa posse parecia ser a trajetória e contato com a educação pública. A nova docente de Química de Penedo, Bárbara Elizabeth, passou pelo Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), o engenheiro eletricista Cézar Henrique Pereira, pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA), assim como as docentes de Química, Débora Soares; de Língua Espanhola, Girleide Santos e de História, Jorilene Barros, todas do campus Santana do Ipanema, elas tiveram sua formação no ensino público. Já a nova docente de Língua Espanhola, do Campus Maragogi, Luciana Costa é egressa do curso de Turismo do Ifal.Débora Soares será a nova docente de Química do Campus Penedo.JPG

Completaram a lista de empossados, os professores de Química em Piranhas, Willyan Araújo, além de Lígia de Moura Borges, que saiu da capital paulista para atuar como professora de Artes do Campus Batalha. A nova docente atua há 21 anos como educadora, ela disse que desde que conheceu a banda do Cordel do Fogo Encantado, passou a ficar ainda mais encantada pela cultura sertaneja. Agora, ela enxerga o novo trabalho como uma oportunidade para aliar seus interesses pessoais e acadêmicos.

Lígia de Moura atuará como docente de Artes no Campus Batalha.JPG“Eu fiz a graduação na Universidade Pública de São Paulo e quando estava na licenciatura, fui buscar projetos de iniciativa pública, dei aulas de teatro, fui trabalhar em escolas públicas nas periferias de São Paulo e escutei esse chamado para fazer a diferença que uma educação transformadora é capaz de realizar, sobretudo em projetos como uma escola de criação de linguagens artísticas de uma iniciativa público-privada, que existe há mais de 40 anos na cidade de São Paulo”, resumiu Lígia.

“Quando vi essa oportunidade de ensinar no Ifal, eu que sempre tive um carinho muito grande pela cultura nordestina, abracei essa oportunidade. Estou vindo com um filho de nove anos de idade, que vem para enfrentar esses desafios, mas com muita vontade de fazer a diferença na vida de cada pessoa que estiver ali, em Batalha”, acrescentou a docente.

Mesa solene formada por gestoras

Pela primeira vez no Ifal, a mesa de honra da solenidade foi composta apenas por gestoras, a começar pela Pró-reitora de Ensino, Cledilma Costa, que estava à frente da cerimônia. Depois de ouvir as histórias de vida dos novos servidores, ela ressaltou que, assim como eles, o seu percurso pessoal foi marcado por instituições públicas de qualidade.

“Eu fiquei ouvindo a fala de vocês e pensando: são muitos egressos da escola pública e eu, que fiz do ABC ao doutorado em instituição pública, fico muito feliz que vocês tenham uma história, trajetória de compromisso e responsabilidade com o que é público. Esse momento é muito feliz, mas carrega uma responsabilidade muito grande entre nós”, reforçou Cledilma.

A pró-reitora recordou que  no momento da sua posse, em 2010, a mesa da cerimônia era formada só de homens brancos e héteros, diferente da última solenidade do ano de 2023, completamente feminina. “Tudo que a gente faz institucionalmente tem uma repercussão. Aquela mesa de 2010 foi responsável por estarmos aqui hoje”, sentenciou.A pró-reitora de Desenvolvimento Institucional, Carolina Mendonça, formou a mesa formada por mulheres, entre homólogas, representantes das equipes sistêmicas, além de diretoras de unidades.JPG

Ao seu lado, estavam a pró-reitora de Desenvolvimento Institucional, Carolina Mendonça, representantes do Departamento de Gestão de Pessoas, Lúcia Ricardo, da Pró-reitoria de Extensão, Maria Betânia Vilar, das diretorias dos campi Maragogi, Sandra Patriota e de Batalha, Luana Cypriano, da Diretoria de Infraestrutura e Expansão, Jordânnya do Nascimento, além da pró-reitora de Pesquisa Pós-graduação e Inovação (PRPPI), Eunice Palmeira, que foi aluna do Etfal e tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo instituto, em 2018.

Eunice Palmeira lembra papel dos novos servidores na criação de trajetórias de êxito entre os alunos da instituição.jpgA gestora comentou que a emoção que Bárbara [servidora recém-empossada] estava vivendo também é dela. “Fui estudante do curso técnico em Química, tempo atrás, e sempre digo que nem nos melhores sonhos eu poderia imaginar chegar aonde eu cheguei. Eu sonhava muito, mas a necessidade inicial era de sobrevivência. Quando vejo as suas lágrimas, recordei a minha história. Hoje, na condição de professora desde 2005, e agora na condição de pró-reitora, fico feliz de poder contribuir para a mudança de vida daqueles que estão aí fora e querem ingressar no instituto para que possam ter trajetórias como a minha”, salientou.

Eunice ainda pediu aos novos servidores para darem o seu melhor, já que eles vão encontrar jovens vindos das escolas públicas, ou mesmo adultos, muitos deles com um contexto difícil, mas com perspectivas de mudança de vida a partir da educação. “Que eles possam concluir, saírem daqui inseridos no mercado de trabalho, ou verticalizarem para uma graduação, ou mestrado em outro lugar, ou voltar para essa casa e que assim possam também contribuir aqui”, projetou a gestora.