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Docente do Ifal propõe alternativa para tratamento da água proveniente da indústria do petróleo

Tese de doutorado desenvolvida em Programa de Pós-graduação na UFBA contou com colaboração da Petrobras e Ufal

publicado: 16/10/2019 09h40, última modificação: 18/10/2019 10h23

No último dia 7 de outubro, uma professora da unidade São Miguel dos Campus, Flávia Bartira, foi a primeira servidora do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) a defender uma tese, a partir do convênio estabelecido entre o Programa de Pós-graduação em Engenharia Industrial, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a instituição alagoana. Em seu trabalho, ela formulou uma técnica para o tratamento da água produzida de petróleo, a partir do uso de biomassas regionais.

A docente explica que se interessou pela problemática dada a importância que a água produzida tem no processo, pois ela representa 98% dos efluentes líquidos da indústria do petróleo e possui grande poder de impacto ambiental, dado a sua alta concentração de resíduos sólidos, aditivos químicos, metais pesados e o alto teor de óleos e graxas e outros contaminantes.

Bartira pontua que atualmente a água produzida pode ser tratada a partir de diversos métodos, um deles é o processo de coalescência e adsorção, que já utilizado pela indústra petrolífera brasileira. No entanto, a docente do Ifal desenvolveu um método novo, ao utilizar como recursos um sistema integrado composto de biomassa regional.

Entre os componentes utilizados pela pesquisadora estão a fibra de coco (Cocos nucifera), considerado um subproduto da indústria, a bucha vegetal (Luffa cylindrica), material considerado fácil de ser encontrado na região Nordeste, além do biocarvão e do carvão ativado, produzidos a partir do ouricuri (Syagrus coronata), também matéria-prima da região.

A técnica foi desenvolvida com material local para atender a realidade de tratamento da água fornecida pela Petrobras, Unidade Pilar. Segundo a docente, a pesquisa apresenta um avanço em relação às investigações de seu mestrado, quando teve que produzir em laboratório água produzida sintética, que tivesse características próximas do efluente real, para que pudesse testar uma solução.

No doutorado, conseguimos realizar parceria com a Petrobras, Unidade Pilar. Eles nos forneceram o efluente real e foi utilizado o processo contínuo e integrado: coalescência e adsorção com utilização de biomassas (fibra de coco, bucha vegetal e biocarvão produzido a partir do ouricuri), para o tratamento do efluente disponibilizado”, detalha.

Oportunidade de qualificação

Bartira faz parte primeira turma do convênio estabelecido entre o Ifal e UFBA. As aulas começaram em 2014 e foram ministradas em Maceió, com duas turmas compostas por servidores docentes e técnicos, nos níveis de mestrado e doutorado.

Sua tese, intitulada “Remoção de Hidrocarbonetos da Água Produzida de Petróleo por Meio dos Processos de Coalescência e Adsorção” é um desdobramento de seu mestrado e fruto de pesquisas e análises realizadas sobre efluentes da indústria petrolífera do estado.

 A docente relata que o afastamento de um ano e meio, para a qualificação, foi essencial para a realização da etapa experimental. Nesse tempo, Bartira ainda pôde publicar dois artigos em revistas internacionais: Oil Produced Water Treatment Using Sugarcane Solid Residue as Biosorbent na Revista Mexicana de Ingeniería Química e o artigo de revisão, Coalescence Process to Treat Produced Water: an Updated Overview and Environmental Outlook na revista  Enviromental Science and Pollution Research.

 “Do ponto de vista profissional, destaco os artigos publicados nas revistas internacionais, pois são os trabalhos de maior relevância do meu currículo”, destacou.

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