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Docente do Campus Viçosa é primeiro a defender tese inédita, para promoção a Titular no Ifal
Na próxima quinta-feira (15), a Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) realiza a primeira Defesa de Tese Inédita para Promoção à Classe Titular de um professor do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Quem será avaliado é o docente de Filosofia do Campus Viçosa, Felipe César Marques Tupinambá, com o título “O infinito como ruptura da Totalidade.
Natural do Rio de Janeiro, Felipe entrou na Rede Federal em 2008, quando foi nomeado para o Instituto Federal do Tocantins (IFTO), atuou no Colégio Técnico da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e em 2013 ele foi redistribuído para o Campus Viçosa, onde atua até os dias atuais. Desde então, o docente alia sua vida docente com a publicação de livros voltados à área. Essa foi a razão de ter escolhido a defesa de uma tese inédita como progressão de carreira.
“Preferi fazer a tese inédita, para promoção, porque eu tenho uma via de escritor. Eu já tenho três livros publicados por editoras que possuem conselhos editoriais. O primeiro deles se chama “O Saber e suas origens, pela Universidade Federal do Piauí. O segundo é uma edição revisada e atualizada desse primeiro livro. O terceiro livro é “Ética e Justiça em Levinás”, também pela editora Atenas, de Ponta Grossa”, relata.
O responsável pelos processos de promoção à Classe Titular, Paulo Felisberto lembra que Felipe não será o primeiro professor titular da instituição, mas é pioneiro na defesa da tese inédita.
“A promoção à Classe Titular, último nível da carreira docente, diferente de todas as outras progressões ou promoções, dar-se-á, exclusivamente, através de análise de memorial ou de defesa de tese inédita. Todas as promoções até hoje foram através de análise de memorial e o ineditismo dessa promoção está no fato de que essa será a primeira através de tese inédita. É uma defesa de tese, com banca e avaliação direta, por isso, muito mais complexa que o memorial”, explica.
Além de atender aos critérios acima, a tramitação para a defesa é realizada mediante a indicação de 12 membros externos e internos à instituição, dos quais quatro deles são sorteados pela CPPD para compor a banca final. Além disso, a banca também é formada por um representante da CPPD que atua como mediador na defesa.
“Se alcança a titularidade através de duas avaliações: a primeira fase é uma avaliação global da ação do professor no exercício da docência. Isso inclui as atividades acadêmicas desenvolvidas ao longo do interstício considerado, os últimos dois anos. A tese ou o formulário de pontuação de classe titular são da segunda fase”, detalha o postulante.
Atualmente Felipe Marques é professor EBTT, nível D404. Ele é graduado em Filosofia pela UFPI; tem mestrado e doutorado na área, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul. Confira o resumo da tese e participe da banca, por meio do Google Meet, a partir das 10h.
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de investigar a oposição entre os conceitos de Totalidade e Infinito a fim de saber como nos advém o conhecimento, por participação ou separação. Para tanto, começaremos por apresentar o ideal de conhecimento total da alteridade como apresentado por Platão no Mênon, livro onde seu autor lança as bases da teoria da reminiscência e sua metafísica da participação, fonte de todas as totalidades, o autêntico modelo cognitivo ocidental. Em seguida, como que num movimento contrário a essa tradição, nos dedicaremos em apresentar a ideia de Infinito como exposto no livro Totalidade e Infinito de Emmanuel Lévinas, neste, seu autor, situa o plano ético como anterior ao plano onto-epistemológico, priorizando uma relação onde há recusa a toda síntese, relação em que outrem não é assimilado pelo eu. Na busca do sentido do humano, Lévinas concedeu precedência à ordem do Bem, instância anterior ao ser e ao saber, estabelecendo, desta forma, a ética com filosofia primeira. A diferença entre os dois conceitos – Totalidade e Infinito - está na solução dada ao problema, enquanto o conceito de Totalidade, como exposto no Mênon por Platão, procura levar a cabo plenamente a totalidade assimiladora e unificadora do logos; Lévinas, com a ideia de Infinito, preserva a alteridade e mantém a separação. Assim, pretendemos estabelecer o confronto entre duas teorias ou metafísicas, a saber: i. Teoria como inteligência do Ser, e; ii. Teoria como respeito à exterioridade. A primeira, Lévinas, denomina ontologia, a segunda: ética. Portanto, nossa hipótese é que Lévinas encontra na ideia de Infinito uma estrutura formal que o permite fundamentar uma metafísica alternativa à metafísica da participação postulada pela tradição do Ocidente: se trata da metafísica da separação; possibilitando a constituição da subjetividade como interioridade aberta à exterioridade sem formar totalidade.
Palavras-chave: Ética; Ontologia; Epistemologia; Lévinas; Platão.