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Diários de um extensionista: Vinicius Teodósio teve projeto premiado fora do país

publicado: 26/12/2017 09h45, última modificação: 02/01/2018 08h56

Independente da parceria que tenha tomado ao longo dos últimos quatro anos, o aluno do Campus Santana do Ipanema, Vinicius Teodósio, conseguiu resultados inéditos para o Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Em agosto deste ano, em conjunto com a também aluna do 4º Ano do Curso Técnico de Nível Médio em Agropecuária, Jordana Vieira Soares Silva, ele trouxe para Estado a primeira colocação entre projetos de pesquisas na área de Ciências Humanas, apresentados na 10ª Feira de Ciencias y Tecnologia (Fecitec), realizado pela Escola Girasoles, na cidade de Encarnación, no Paraguai.

O prêmio foi conseguido com o reconhecimento do projeto de extensão “O aluno monitor: o desafio de constituir sujeitos ativos na sala de aula de Língua Portuguesa”, sob a orientação da professora Kátia Barros. O projeto ofertava aulas de Língua Portuguesa, para estudantes do 9º Ano do Ensino Fundamental II, de escolas da rede pública de ensino, dos municípios de Santana do Ipanema e Poço das Trincheiras.

Além das aulas, os monitores investigavam se a prática pedagógica ofertada elevaria o índice de aprendizagem dos alunos em um trabalho que antes de ser reconhecido internacionalmente havia conquistado o primeiro lugar na categoria Linguística, Letras e Artes, na 12º Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia (Fenecit), realizada no Recife, em 2016.

O cordel como ferramenta de aprendizagem

Ana Lady da Silva aproveitou a empolgação de Vinicius para dar continuidade  ao Meu mundo em versos o resgate da literatura de cordel.jpgAqueles não seriam os únicos feitos de Vinicius ao longo de sua jornada no Ifal. Foi ao perceber o interesse dele pela Literatura, que a professora Ana Lady da Silva, resolveu chamá-lo para continuar um projeto de extensão junto a outra aluna do curso de Agropecuária, Maria Larisse.

Meu mundo em versos: o resgate da literatura de cordel”, fez com que as crianças e adolescentes entrassem em contato e se sensibilizassem para literatura, a partir da leitura e criação de seus próprios versos de cordel. Ele foi criado em 2016, por outro aluno do Campus, Felipe Soares, e colocado em prática em escolas públicas do município de Água Branca  naquele ano, mas em 2017 seria realizado por Vinicius e Larisse, no bairro Alto Santa Luzia, em Santana do Ipanema.Com Vinícus, Maria Larisse ganhou novo parceiro para dar andamento a projeto de resgate da literatura de cordel.jpg

“Os dois [Vinicius e Larissa] começaram a dar uma cara diferenciada para o projeto e os meninos começaram a produzir, a dar resultados, a gostar de ler e escrever poesia e começamos a levar os meninos para festas e eventos e eles começaram a se sentir valorizados e o projeto foi tomando volume para aquelas crianças”, enfatizou Ana Lady.

A recompensa viria com a conquista do segundo lugar da área de Linguística e Literatura do Fecitec deste ano, além do direito de participar da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), maior evento do gênero da América Latina, realizado em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, em outubro passado. O trabalho ainda teve um artigo aceito pela revista científica “Razon y Palabra”, que será publicada no próximo ano.

 Dedicação é o segredo para a superação de obstáculos

A primeira orientadora de Vinicius lembra que nem tudo foi tão fácil: “aquele projeto foi negado pela coordenação do campus por duas vezes. Até que fui pedir na Proex [Pró-reitoria de Extensão] uma separação para avaliação dos projetos da base comum. Mesmo sem fazer parte da extensão, eles fizeram o trabalho, sem bolsa mesmo. No outro ano eu os inseri no Proifal e eles ganharam a bolsa”, lembra Kátia.Kátia Barros orientou o projeto  premiado, que ofertava aulas de Língua Portuguesa, para estudantes de escolas da rede pública de Santana do Ipanema e Poço das Trincheiras.JPG

Outra dificuldade encontrada pelos alunos do Ifal seria o controle da sala de aula entre os participantes do Projeto, já que as idades entre jovens beneficiados eram bastante próximas das dos monitores. Vinicius relatou que eles encontraram uma forma de superar isso. “Nós sempre trabalhamos de forma lúdica e divertida para mantê-los atentos às aulas e conseguimos cativar os alunos dessa maneira”.

Para suas duas orientadoras, são características de Vinícius a dedicação e a parceria com suas colegas. “O Vinicius sempre foi muito aberto para conversas e palestras, mas a Jordana, a partir do projeto, ela também cresceu muito. O momento mais importante para mim, além das feiras, foi no Caiite [Congresso Acadêmico Integrado de Inovação e Tecnologia], na Ufal. Eles vieram para Maceió, sem recursos, dormiram na minha casa, e após a apresentação, alguns professores doutores da Universidade falaram comigo que poucos alunos desenvolvem um trabalho teórico e prático como eles fizeram”, recordou Kátia.

Ao se formar neste ano Vinicius quer levar para 2018, já no Ensino Superior, as experiências obtidas com esses projetos. Ele quer fazer Jornalismo, mas sem deixar de lado as lições da extensão. “Eu sempre trabalhei com Língua portuguesa e isso me ajudará a exercer a futura profissão. A oralidade e a escrita são fundamentais no desenvolvimento da atividade”, pontuou.

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