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Dia do Estudante: os caminhos de inclusão e aprendizagem no Ifal

Instituição conta com mais de 23 mil estudantes e 70% das vagas são destinadas a egressos de escolas públicas
por Elaine Rodrigues publicado: 08/08/2023 16h26, última modificação: 08/08/2023 16h26
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Estudantes do Ifal em uma aula prática

São mais de cem anos de história e uma trajetória marcada pela transformação de milhares de estudantes. A missão do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) é formar cidadãos críticos para o mundo do trabalho e, atualmente, os esforços para garantir conhecimentos acadêmicos e experiências de vida aos estudantes estão ainda mais relacionados com um outro aspecto: a inclusão.

Dar condições de ingresso, permanência e êxito aos discentes é um desafio para todas as instituições, mas é ainda maior para o Ifal. Pela legislação*, as instituições públicas federais são obrigadas a destinar pelo menos 50% das vagas a estudantes egressos da rede pública de ensino. No Ifal, esse percentual é maior desde a turma que ingressou na instituição em 2021 (60% da rede pública) e, de 2022 até os dias de hoje, 70% do público ingressante é formado por estudantes vindos de escolas públicas. Essa reserva de vagas é a maior do Brasil e o Ifal é único Instituto Federal a adotar esse percentual.

Cledilma Costa, pró-reitora de Ensino“Essa decisão tomada pela instituição gerou uma grande mudança no perfil do alunado. Hoje nós temos uma instituição ainda mais diversa, o que é um desafio para professores e técnicos. Mas também temos uma instituição que prioriza ainda mais a inclusão”, contou a reitora do Ifal em exercício, Cledilma Costa, que também responde pela Pró-Reitoria de Ensino. Cledilma Costa explica ainda que, diante dessa mudança, a instituição recebeu mais demandas da Assistência Estudantil e atua para fortalecer as políticas de assistência e as políticas de ensino, dando condições também para que os servidores possam acolher e ajudar os estudantes.

Algumas ações nesse sentido são promovidas pela Coordenação de Ações Inclusivas da instituição. “Quando as pessoas pensam em inclusão escolar, elas já aliam à questão das deficiências e, no Ifal, a gente vai além disso”, explica a coordenadora de Ações Inclusivas, Bárbara Barbosa, referindo-se a outras necessidades como as questões étnico-raciais e relacionadas a gênero, diversidade e sexualidade. Para atuar diretamente nos campi, o Ifal conta com os Napnes (Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas) desde 2014; com os Neabis (Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros) desde 2018; e agora, em 2023, conseguiu institucionalizar os Nugedis (Núcleos de Gênero, Diversidade e Sexualidade).

Atividade realizada pelo Neabi“Trabalhar com uma concepção ampliada de ações inclusivas é ir além das deficiências. A gente tem barreiras sociais, históricas e culturais que dificultam o acesso e a inclusão de pessoas com deficiências, mas não só de pessoas com deficiência – de pessoas quilombolas, indígenas, negras, negros, da população LGBTQIAPN+ e de mulheres também. A gente trabalha para que a gente consiga garantir o acesso de todas essas pessoas, de todos esses grupos que são socialmente e historicamente excluídos. Então, a gente trabalha para garantir o acesso, para garantir a permanência na instituição e para garantir o êxito no curso”, reforçou Bárbara Barbosa. Outras ações nesse sentido são empregadas pela instituição por meio de investimentos como a reforma do refeitório do Campus Penedo, reinaugurado esse ano, e a construção de quadras poliesportivas nos campi Marechal Deodoro, Penedo, Piranhas e Viçosa, ação que está em andamento.

Projeto desenvolvido no IfalDe acordo com dados da Plataforma Nilo Peçanha, que reúne as estatísticas oficiais da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, em 2022 foram efetivadas 23.877 matrículas no Ifal, em 259 cursos distribuídos pelos 16 campi da instituição e por meio de Educação a Distância. São cursos de curta duração, mais de 30 cursos técnicos (integrados ao Ensino Médio ou voltados para quem já tem o Ensino Médio), cerca de 20 cursos de graduação, nove especializações e dois mestrados. Além do ensino, a instituição também desenvolve atividades de pesquisa e extensão.

Antônio GabrielEssa diversidade da instituição pode ser vista esta semana em uma ação realizada pelo Departamento de Comunicação e Eventos para celebrar o Dia do Estudante. Até sexta-feira, dia 11, as redes sociais do Ifal vão mostrar pequenos vídeos feitos por estudantes de diversos campi do Ifal, contando suas experiências na instituição. Histórias como a de Antônio Gabriel, estudante com deficiência visual do Campus Palmeira dos Índios. “Estudar para mim, no Ifal, representa a realização de um sonho, uma forma de eliminar barreiras. [...] Estudar em uma instituição de excelência e obter novos horizontes tanto acadêmicos, quanto de vivência na sociedade”.

Wagner BarbosaE relatos também de quem voltou para a instituição, como Wagner Barbosa, que concluiu o curso técnico de Informática para Internet integrado ao Ensino Médio, no Campus Viçosa, e voltou para fazer o curso técnico em Administração. “Eu aprendi bastante, não só com o ambiente acadêmico profissional, onde eu estava sendo sempre estimulado a buscar o conhecimento e aprimorar minhas habilidades profissionais. Estou certo de que levarei os ensinamentos e toda essa bagagem adquirida comigo, ao longo de toda a minha trajetória profissional”.

 

*De acordo com o Decreto nº 7.824/2012, a Portaria Normativa MEC nº 18/2012, publicados no DOU de 15/10/2012, que regulamentam a Lei 12.711/2012, a Lei nº 13.409, de 28/12/2016, e Portaria Normativa nº 09/MEC, de 05/05/2017.