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Códigos abertos, guia de Maceió, arte com solos e estampas são pautas no 2° Conac

publicado: 13/09/2017 14h00, última modificação: 14/09/2017 16h31

Alunos de todos os campi do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) estão aproveitando o II Conac para relatar suas experiências com extensão, inovação e desenvolvimento científico. Nesta quarta-feira, 9, apesar da multiplicidade de temas apresentados, o que se viu em comum, em todos eles, foi a tentativa de solucionar problemas que atinam a realidade em que estão submersos, sejam locais, como um projeto de extensão que utiliza o solo para a difusão de técnicas didáticas de pintura, ou globais, como é o caso de bolsistas de pesquisa que querem desenvolver uma ferramenta para solucionar erros em sistemas operacionais de códigos abertos na web.

Os estudantes de Informática, do Campus Rio Largo, Renato Carvalho e Gabriel Lima, por exemplo, falaram sobre como foi o seu primeiro ano de atividades na tentativa de identificar e solucionar as construções mal elaboradas por desenvolvedores de repositórios de códigos de fonte abertos. Inicialmente, após entrarem em contato com cerca de 170 desenvolvedores e obterem a resposta de 15 deles, os alunos tentaram compreender como aqueles “bad smells”, como são conhecidos esses tipos de erros, afetam na construção de plataformas como o Linux.

“Alguns desses sistemas possuem até milhares de pessoas trabalhando seus códigos, o que provoca, muitas vezes, diversos problemas em sua estruturação, por isso a necessidade de verificar qual o impacto desses problemas para os desenvolvedores, antes de criarmos uma ferramenta que o solucione”, pontuou Flávio Medeiros, orientador dos alunos.

Flávio também estava acompanhando o projeto de dois outros alunos do Campus Rio Largo, no 5º Encontro de Inovação, Tecnologia e Iniciação Cientifica (Eitic). Genilson Almeida e Ramisson Matias trouxeram os primeiros resultados de um aplicativo desenvolvido por eles, para auxiliar turistas e moradores que queiram desbravar Maceió e cidades circunvizinhas, de forma mais independente. Já disponível no Google Play Store, o Guia Mais reúne cinco categorias de dicas de lazer, estadia e cultura, na metrópole alagoana.

“A ideia é favorecer a cultura local com a definição de rotas e dados sobre hotéis, alimentação e lazer, a partir de categorias. Os usuários poderão avaliar os locais e deixar comentários. Aqueles locais com avaliações mais curtidas serão destaques em suas categorias. Além disso,  o aplicativo pode ser personalizado de acordo com as preferências e informações existentes do servidor, em outros aplicativos”, explicou Renato.

Arte na estampa com tinta do solo

Os estudantes de Agroecologia do Campus Piranhas, Frankli Barbosa e Maria Danila, levaram o solo; já a aluna do Programa de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), do Campus Maceió, Myrna Maracajá, as estampas. Eles deveriam realizar duas oficinas, mas se juntaram para fazer atividades complementares.

“Quando vi as tintas que foram trazidas por eles, pensei logo: vamos pintar as estampas com elas”, explicou Myrna, ao se referir ao projeto de extensão “Solo na escola: o solo como elemento didático na educação”, que desde 2016 está levando às escolas do Sertão e Baixo São Francisco a discussão sobre a importância da conservação do solo. Nesse tempo, ao menos 300 pessoas, do Ensino Fundamental ao Superior, passaram por palestras de conscientização e ainda aprenderam como transformar o solo em ferramenta artística.

“Basta apenas pegar um pouco do solo, peneirá-lo para que fique o mais fino possível, misturar com duas ou três gotas de cola e diluir tudo na água para formar a tinta, com a coloração típica dele”, detalhou Frankli.

Foi com parte desse material, que Myrna ensinou como produzir os carimbos e utilizá-los como estampas em papel, ou tecidos. Ela é responsável pelo “Curso básico de estamparia artesanal”, realizado no Campus Maceió, e levou parte do que está sendo produzido nos últimos seis meses para que as pessoas pudessem ver como é fácil produzir suas próprias roupas.

Myrna, que é artista desde os 11 anos, disse que largou os estudos por causa de sua dislexia, mas utiliza os sentidos para apreender o mundo. “É importante lembrar que antes mesmo da primeira fala, todo mundo faz seus primeiros registros a partir do desenho, ou seja, tudo nasce a partir das imagens”, pontuou a expositora.

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