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Cledilma Costa inicia gestão da Proen em ano de reestruturação de cursos

publicado: 24/07/2019 09h06, última modificação: 30/07/2019 08h35

Após quatro anos como Chefe do Departamento de Graduação, a professora Cledilma Costa assumiu a gestão da Pró-reitoria de Ensino (Proen), no último dia 19 de junho, com um grande desafio: a reestruturação dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio. No momento, apenas  quatro destes cursos, ofertados pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal), estão alinhados às diretrizes indutoras estabelecidas pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica em Tecnológica (Conif), sendo que o prazo do Ifal, para o processo de reestruturação termina no final deste ano.

Para a docente, o desafio é grande porque são estes cursos que envolvem a maior parte do corpo de professores do Instituto, seja da formação geral, seja na profissional. Eles são ofertados em 13 diferentes unidades, das 16 existentes. Cledilma lembra que isso exigirá uma mudança de perspectiva de formação e de atuação dos professores para trabalhar com a nova organização curricular.

A princípio, a restruturação de curso é para fortalecer a integração curricular, entre as duas dimensões formativas: a formação geral e profissional. A ideia é fortalecer um ensino mais articulado, mais integrado e interdisciplinar entre essas duas dimensões. É muito mais uma mudança de postura curricular, dentro dessa organização de ensino”, pontuou.

A dirigente frisa que há um esforço institucional para oferecer cursos que realmente atendam às necessidades e expectativas da sociedade alagoana, por outro lado, eles são pensados com base nos normativos nacionais, especificamente as diretrizes condutoras do Conif . Em 2018, o Ifal vivenciou as primeiras experiências nesse sentido: os cursos de Mecânica e Edificações, em Coruripe, além Meio Ambiente e Química, em Penedo, serviram de projetos-piloto para a reestruturação da modalidade.

É óbvio que isso não surgiu do nada. Há outros institutos federais que estão mais a frente, a exemplo do Instituto Federal de Farroupilha, que serviram de inspiração para esse processo. Vários eventos realizados aqui tiveram participação, inclusive, de gestores desse Instituto, o que nos auxiliou a pensar um pouco mais sobre essa proposta de integração curricular, mais alinhada, afinada e de aproximação às duas dimensões formativas”, explicou Cledilma.

Como parte destes cursos integrados, também estão sendo pensados novos cursos na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que atualmente são ofertados nos campi Maceió, Marechal, Satuba e Piranhas.

“É necessário ampliar a oferta da EJA. O Instituto Federal de Alagoas ainda é muito acanhado, em uma demanda que é real, que é a educação de jovens e adultos, articulada com a formação profissional”, opina a gestora.

Consolidação das licenciaturas

Cledilma lembra que os desafios não se resumem ao Ensino Básico. Para ela, a complexidade do cenário político e econômico atual estão fazendo com que parte das prioridades do Ifal, sejam repensadas. Uma delas é a consolidação dos cursos de graduação.

É uma oferta que precisa ser consolidada, especialmente os cursos de licenciatura, porque existe uma orientação legal de que 20% das matrículas devem ser destinadas a formação de professores e o Ifal ainda precisa avançar muito, para atingir esse percentual previsto na legislação”, pontuou.

"a nossa principal meta é melhorar os indicadores institucionais para atender àquilo que a legislação nos exige e aí no quesito graduação, é a formação de professores; já na Educação Básica é especialmente fortalecer o integrado e a oferta do Proeja. Isso está bem definido, quanto a nossa política institucional ”.

A docente também lembra que a oferta de cursos de formação de professores não é só uma exigência legal, como também critério para a melhoria de indicadores da instituição.

Isso não significa que novos cursos superiores de tecnologia e bacharelados também não possam ser ofertados, o que dependerá do PDI [Plano de Desenvolvimento Institucional], mas a nossa principal meta é melhorar os indicadores institucionais para atender àquilo que a legislação nos exige e aí no quesito graduação, é a formação de professores; na Educação Básica é especialmente fortalecer o integrado e a oferta do Proeja. Isso está bem definido, quanto a nossa política institucional ”.

Mas não é só o ingresso de estudantes, nos diferentes níveis, que preocupa a gestão atual. Cledilma destaca que a manutenção dos alunos nas atividades acadêmicas é uma das prioridades da Pró-reitoria, por isso estão sendo mantidas as políticas de permanência do aluno, como bolsas e serviços de Assistência Estudantil. Apesar das restrições orçamentárias, neste ano, estão garantidos quase R$ 11,4 milhões, para a assistência de mais de 6.200 discentes, além de iniciativas de diversas ordens.

“O foco da gestão é o ensino e entre nossos principais elementos de ação estão o acesso, a permanência e o êxito dos estudantes. Para isso, nós temos pensado em várias perspectivas: o fortalecimento da Assistência Estudantil, da Educação a Distância, como modalidade de ensino, também para os cursos presenciais, além de modalidades que possam nos auxiliar nesse processo, que envolvam a pesquisa, a extensão e a administração. Todos esses segmentos institucionais precisam estar articulados nesse movimento”, detalha a docente.

Inclusão social

Outro foco de ação é a diversificação das possibilidades de acesso dos estudantes, para além dos exames de seleção. Com o processo de expansão, vividos nos últimos 10 anos, o Ifal passou a atender praticamente toda a comunidade alagoana, por meio de suas 16 unidades, mas Cledilma pontua que é um objetivo da instituição criar formas mais inclusivas e efetivas de acesso àqueles que demandam de seus serviços. 

A instituição conta atualmente com mais de 20 mil matriculados, entre cursos técnicos de nível médio, tecnológicos, bacharelados e licenciaturas. O número de inscritos para as seleções das três modalidades já se aproxima dos 40 mil candidatos.Cledilma assume a Proen com o objetivo de fortalecer licenciaturas e Proeja no Ifal.JPG

Com a expansão, nós alcançamos estudantes que teriam poucas chances de estudar nos campi da capital, ou nos três mais antigos. Ela conseguiu possibilitar acesso de estudantes de praticamente todo o estado. O ideal seria que nós tivéssemos vagas para todos aqueles estudantes que demandassem uma matrícula no Instituto, no nível básico, todos aqueles que quisessem se inscrever. Infelizmente, existe uma procura muito maior do que as vagas que oferecemos. Garantir que o estudante da escola pública possa ter acesso já é um caminho que nos auxilia a atender a demanda por uma educação pública, gratuita, de qualidade e interesse social”, frisou.

A gestora também pontou que outra prioridade é a melhoria das políticas de integração das pessoas com necessidades específicas. Já existem alunos surdos estudando em ao menos quatro campi do Ifal, com o auxílio de intérpretes de Libras, mas isso também tem sido um desafio para a instituição, já que o Ifal não tem aqueles profissionais em seu quadro.

Nós temos avançado um pouco, com a realização de processos simplificados para a contratação desses profissionais, mas também existem poucas pessoas com essa formação, inclusive, para serem selecionados. Por outro lado, não podemos pensar na inclusão das pessoas com necessidades específicas, apenas contratando outros profissionais. Nós também precisamos ter minimamente formação, para também trabalhar com essas pessoas. Isso é um desafio institucional, a formação em serviço, dos nossos profissionais, para a inclusão das pessoas com necessidades específicas”, argumentou.

Educação em diferentes níveis

A educação parece ser prioridade na vida de Cledilma há bastante tempo. Desde que terminou o magistério, ela vem exercendo a docência. Inicialmente foi na Educação Básica, em seus diferentes níveis, que pôde atuar nas redes municipal e estadual. Já com a graduação em Pedagogia e a Especialização em Formação de Professores, ela passaria a atuar em cursos de nível superior, na Universidade Estadual Alagoas (Uneal), a partir de 2004, e no Ifal, a partir de 2010.

No Instituto, além de ser chefe do Departamento da Graduação, Cledilma lecionou em licenciaturas, na coordenação do Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores, além do Programa de Iniciação à Docência (Pibid). A experiência no Departamento de Graduação foi extremamente importante. Eu penso que foi lá que eu consegui mobilizar conhecimentos que eu já tinha, mas também de aperfeiçoar e buscar outras possibilidades que me credenciaram para assumir a Pró-reitoria de Ensino”.

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