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Em evento nacional, estudantes apresentam ações extensionistas de diversos campi do Ifal
Reitoria e Diretoria de Educação a Distância também enviaram trabalhos ao evento
Com mais de 70 trabalhos de discentes aprovados no 8º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU), o Instituto Federal de Alagoas - Ifal mostrou que os projetos desenvolvidos têm alcançado todas as sub-regiões de Alagoas. As ações apresentadas por estudantes da instituição no evento, ocorrido em Natal/RN, de 28 a 30 de junho, foram oriundas de diversos campi, situados do Litoral ao Sertão alagoano.
Entre os intentos expostos, teve destaque a apresentação oral do aluno Jameson Wesley, do curso técnico de Edificações do Ifal Coruripe. A partir do uso de jogos virtuais, o projeto de extensão do qual ele é integrante ajudou a aperfeiçoar as habilidades matemáticas de 40 alunos, de faixa etárias entre 12 a 15 anos, em uma escola municipal da cidade litorânea. O estudante explicou como, por meio desses instrumentos eletrônicos, é possível vincular assuntos da disciplina, tornando a aprendizagem mais atraente.
"Fazemos estudos prévios dos jogos virtuais e pensamos qual habilidade vamos abordar, se a concentração, atenção, raciocínio lógico ou a tomada de decisão. Aí então ministramos aulas expositivas e os jogos são aplicados", descreveu o bolsista. De acordo com ele, os principais benefícios da prática são a socialização e elevação da autoestima do público atendido no projeto em relação à disciplina de matemática.
Outros empreendimentos vinculados às vantagens do uso de recursos tecnológicos colocaram os campi Santana de Ipanema e Arapiraca em evidência no Cbeu 2018. A aluna Jennyfer Barbosa, da unidade de ensino no sertão alagoano, explanou sobre o projeto "Gestão rural e inclusão digital: troca de saberes com agricultores santanenses". A ação consistiu em ofertar capacitação na área de informática e empreendedorismo para pequenos produtores da região e também para seus filhos.
"Oferecemos palestras, oficinas temáticas, aulas de campos, ensinamos a operar softwares básicos, organizar planilhas eletrônicas para gerenciar os recursos, tudo que pudesse ajudá-los no acompanhamento e gestão da produção agrícola", contou. Segundo a expositora, a iniciativa foi concretizada em sítios, cooperativas e sindicatos de agricultores da localidade, bem como na escola estadual onde estavam matriculados 48 filhos de agricultores atendidos pelo projeto.
Já na proposta de José Alan da Costa, do Ifal Arapiraca, o foco era a inclusão digital da comunidade. Por acreditar que o domínio de ferramentas computacionais pode ser um diferencial na vida profissional dos aprendizes, o discente do curso técnico de Informática promoveu aulas práticas de informática e de manutenção de computadores para 30 alunos da rede municipal do município do agreste alagoano.
"As escolas da cidade contam com laboratórios de informática, mas não têm corpo docente para lidar com as máquinas, então atuamos nesse sentido, ensinando a utilizar o computador como ferramenta pra melhorar o desempenho estudantil. Os participantes se empenharam bastante: aprenderam a manusear o PC, fazer pequenos reparos, utilizá-lo como fonte de estudo e ainda melhoraram o rendimento escolar", afirmou José Alan.
Empoderando pessoas
Na Universidade Federal de Rio Grande do Norte, sede do Cbeu 2018, também apresentaram trabalhos os discentes Alexanderson Santos, do Campus Penedo e Amanda Firmino, do Campus São Miguel. O rapaz relatou a experiência do curso de extensão em finanças pessoais que desenvolveu durante sete meses, na cidade ribeirinha. Na capacitação, Alexanderson treinou estudantes e profissionais de diferentes áreas de atuação e escolaridade para lidar melhor com o dinheiro.
"Abordamos planejamento, gestão, controle e análise de orçamento, com o intuito de conscientizar as pessoas da importância de se educarem financeiramente. Por meio de vídeos, exercícios, dinâmicas, discussões e de um jogo financeiro, pude repassar conhecimentos da área e os participantes estão conseguindo fazer a diferença na vida deles a partir disso", detalhou o extensionista.
Segundo ele, a vivência foi estimulante para educador e educandos e gerou crescimento pessoal e profissional para todos os envolvidos. "As pessoas que fizeram o curso desenvolveram até eventos acadêmicos e de empreendedorismo em Penedo. Eu também me desenvolvi muito. Abri a minha mente sobre o que eu posso fazer com tudo que eu sei. Não adianta acumular dados, conhecimentos, informação, se isso não chegar à população. Então quero seguir levando resultado para as pessoas externas à instituição, quero que isso traga desenvolvimento para elas", disse.
Com o mesmo ponto de vista, a discente Amanda Firmino, do curso técnico em segurança do trabalho do Campus São Miguel dos Campos, falou aos expectadores da sua apresentação oral dos ganhos dos bolsistas ao trabalharem em projetos que, por meio do acesso ao conhecimento, empoderam pessoas. É o caso da sua vivência extensionista no ProIfal, um preparatório voltado a estudantes da rede pública interessados em prestar o exame de seleção do Ifal.
O ProIfal contempla aulas semanais de atualização em língua portuguesa e matemática para melhorar a desenvoltura de 120 alunos do 9º ano de escolas municipais de São Miguel dos Campos. "É uma aprendizagem colaborativa, operacionalizada a partir de apostilas próprias do projeto, com resolução de exercícios, simulados, desafios, dinâmicas e atividades extras", esclareceu a estudante.
Do Campus Maceió, o graduando em Design de Interiores Daniel Cavalcante deu visibilidade à ação extensionista que levou alunos de escolas públicas a museus da capital alagoana, estimulando a construção de relações afetivas de jovens moradores da periferia com o patrimônio cultural da cidade.
O intuito, de acordo com ele, era estabelecer o sentimento de pertencimento a esses espaços, para que eles não sejam subutilizados, tornando-se apenas cenário para turista. Além das visitas, também foram programadas rodas de conversas com artistas. "O projeto gerou uma mudança no olhar dos jovens. Semana retrasada, eu fui a um museu e, ao chegar lá, encontrei o vice-diretor da escola com os alunos que a gente trabalhou. Ele disse que foi graças ao projeto que eles começaram a ter essa relação com os museus", comemorou o bolsista.
Sobre o evento
O Cbeu é o maior evento de extensão universitária do pais e ocorre a cada dois anos. Na edição 2018, a programação integrou oito áreas temáticas: Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Trabalho, Tecnologia e Produção, Saúde e Meio Ambiente. O Ifal foi o instituto federal com maior quantidade de trabalhos aprovados e trouxe para apresentar no evento projetos de treze campi, da Reitoria e da Diretoria de Educação a Distância da instituição.