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Campus Marechal leva ao Cbeu debates sobre mobilidade urbana, Libras e patrimônio histórico

Três segmentos do Campus estão representados no congresso: docente, TAE e estudante

por Acássia Deliê publicado: 30/06/2018 17h27, última modificação: 03/07/2018 07h24
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Equipe do Campus Marechal no Cbeu 2018

O que mobilidade urbana, língua de sinais e patrimônio histórico têm em comum? Os temas são bases de três projetos desenvolvidos em Marechal Deodoro e apresentados ao Brasil neste fim de semana, na programação do Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (Cbeu). O evento é realizado na cidade de Natal, no Rio Grande Norte, e recebe delegações de todo o país.

Os projetos de Marechal Deodoro aprovados no congresso são desenvolvidos pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Um deles, o Observatório da Mobilidade Urbana, coleta dados e promove debates em escolas sobre formas e desafios de se locomover nas cidades. Outro trabalho oferece cursos gratuitos de introdução à Língua Brasileira de Sinais (Libras) para a comunidade deodorense e cria videoclipes musicais sinalizados, com participação de artistas alagoanos. Ambos são coordenados pela jornalista Acássia Deliê.

O terceiro projeto, coordenado pela professora Rogéria Vieira, busca valorizar o patrimônio cultural de Marechal Deodoro, por meio do reconhecimento dos bens materiais, imateriais e naturais do município, com a construção de ferramentas que irão contribuir na divulgação, promoção e realização da atividade turística.

Todos os trabalhos também contam com a participação de estudantes bolsistas, como Abgail Alves, do curso técnico em Meio Ambiente. Aos 17 anos, pela primeira vez participa de um congresso nacional, já com a responsabilidade de defender o trabalho do qual participa, o Observatório da Mobilidade Urbana. "Estou achando muito legal participar, porque estou conhecendo gente de todo o Brasil. Fiquei um pouco nervosa na apresentação, mas os participantes me ajudaram com perguntas. Foi muito bom", conta.

Uma curiosidade sobre a comitiva do Campus Marechal Deodoro no Cbeu deste ano é que todos os segmentos da comunidade escolar foram representados: estudantes, professores e técnicos-administrativos.

Completando o grupo, o coordenador de Extensão do Campus, Aparecido Gama, ressaltou a quantidade e a consistência dos trabalhos apresentados pelos institutos federais no congresso. "Nunca tinha vivenciado o Cbeu, percebi que as universidades ficaram encantadas com a quantidade e a qualidade dos projetos levados pelos IFs. Acho que todos os coordenadores de extensão deveriam viver essa experiência", disse o professor.

De acordo com a Pró-Reitoria de Extensão (Proex), o Ifal teve 116 trabalhos aprovados no Cbeu 2018, entre apresentações orais, pôsteres e oficinas, sendo o instituto que mais levou projetos entre todas as unidades da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O Cbeu é realizado de 28 a 30 de junho, no campus na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Saiba mais sobre os projetos apresentados pelo Campus Marechal Deodoro no Cbeu 2018:

Observatório da Mobilidade Urbana: a proposta do Observatório da Mobilidade Urbana é possibilitar o debate sobre meio ambiente e mobilidade urbana entre órgãos públicos e privados, promovendo a participação social da comunidade de Marechal Deodoro no poder público. A má qualidade do serviço de transporte coletivo de passageiros e o aumento da tarifa resultaram em duas ações no Ministério Público, em 2017, movidas pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal) - Campus Marechal Deodoro e pela comunidade do bairro Massagueira, indicando a necessidade de se coletarem dados sobre a mobilidade urbana no município, que afeta não só alunos e servidores do IFAL, como também a comunidade externa. Em sua primeira fase, iniciada em 2017, o projeto funcionou como um elo entre o poder público e os cidadãos, orientando a comunidade a utilizar mecanismos de controle social, como a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011) e ouvidorias, para reivindicar seus direitos e cobrar a qualidade dos serviços prestados. Com o apoio do Ministério Público, o observatório fez uma parceria com a comunidade do Denison Amorim, que participou de atividades como palestras, bate-papos e cineclube, seguindo um cronograma pré-definido entre fases de pesquisa e debates. O observatório foi reconhecido como Ação Exitosa na modalidade de extensão do Instituto Federal de Alagoas, no 2° Congresso Acadêmico, realizado de 12 a 14 de setembro no Ifal - Campus Satuba. Em 2018, o observatório entra em uma nova fase, buscando promover a conscientização sobre o compartilhamento de avenidas e rodovias por diferentes modais, além de realizar intervenções nas ruas e nas escolas com abordagens educativas seguindo com o objetivo de estimular o controle social e a discussão sobre o tema a partir de uma interação mais ativa com a comunidade.

Escola em Libras: o projeto Escola em Libras foi desenvolvido pelo setor de Comunicação do Campus Marechal, em parceria com o Departamento de Apoio Acadêmico, após a aprovação da primeira estudante surda da instituição, em 2017. Além dos intérpretes em sala de aula, a aluna também precisaria se sentir acolhida pela comunidade escolar. Para isso, foi realizado um curso piloto de introdução a Língua de Sinais, com estudantes do Campus. Posteriormente, ele se transformou em um curso de extensão, aberto à comunidade, e a estudante surda se tornou instrutora. Ao final de cada turma, os alunos foram convidados a participar de videoclipes interpretados em Libras, com a participação de cantores alagoanos. O primeiro clipe foi da música Fortalece Aí e teve a participação do cantor Wado. O segundo foi da música Catarina Guerreira e teve participação da cantora Fernanda Guimarães. Mais de 70 mil pessoas foram impactadas pelo projeto nas redes sociais. O projeto foi finalista do Prêmio Braskem de Jornalismo, na categoria Assessoria de Imprensa, em 2017. O estudo de caso sobre o projeto também foi tema do TCC da jornalista Acássia Deliê em sua Especialização em Jornalismo Digital.

A Marechal que queremos: a pesquisa busca valorizar o patrimônio cultural (material, imaterial e natural) existente no município de Marechal Deodoro através do reconhecimento dos bens, com a construção de ferramentas que irão contribuir na divulgação, promoção e realização da atividade turística. Ao estimar o patrimônio é possível desenvolver mecanismos que contribuem na melhoria econômica da sociedade de forma consciente e com práticas ambientais. O trabalho percorre um caminho metodológico que contempla uma abordagem mista, apoiando-se em estratégias tanto qualitativas quanto quantitativas, com pesquisa documental, entrevistas abertas, questionários padronizados e seminários. Os  resultados consistem em ferramentas de divulgação do patrimônio cultural através de mídia, a exemplo das redes sociais, consequentemente na melhoria do fluxo turístico. A pesquisa contribui na reflexão e transformação das práticas atuais referentes ao tratamento dado ao patrimônio e ao turismo no município de Marechal Deodoro, além da conscientização ambiental. O projeto contribui para a interação do Ifal (através dos servidores e discentes) com a comunidade envolvida (sociedade civil organizada e administração pública); além do incentivo para a consciência social, ambiental e política.

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