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Campus Maceió completa 106 anos de existência nesta quarta-feira (23)

por Gerônimo Vicente publicado: 22/09/2015 15h40, última modificação: 23/09/2015 10h14
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Hoje, centro de ensino é referência na educação de qualidade em Alagoas

O Campus Maceió do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) completa, nesta quarta-feira (23), 106 anos de existência e é a unidade de ensino pioneira da educação profissional no estado de Alagoas, ao ser inserida no decreto do presidente da República, Nilo Peçanha de 23 de setembro de 1909 pelo qual foram criadas as escolas de aprendizes e artífices em 19 capitais dos estados da Federação.  O Decreto 7566 autorizou a implantação das escolas destinadas aos filhos dos desfavorecidos de fortuna e que precisavam de um preparo técnico-intelectual.

O primeiro prédio a sediar a Escola de Aprendizes e Artífices de Alagoas funcionou, a partir de 1910 em um imóvel, onde, atualmente, funciona a Loja Gaivota, na rua Boa Vista, no centro da capital alagoana. No primeiro ano de funcionamento 93 alunos foram matriculados e a evasão alcançou aos 30% do total. O primeiro diretor foi Miguel Guedes Nogueira, indicado pelo então governador Euclides Malta.

No entanto, a falta de condições de ensino no prédio, como a falta de arejamento, iluminação e de comodidade para alunos e professores, provocou a mudança da escola para a praça Sinimbu, no mesmo ano em que foi instalada, 1910. O novo imóvel havia abrigado, o quartel do Batalhão Policial e da Força de Segurança e o fórum da capital. Hoje é o Espaço Cultural da Universidade Federal de Alagoas. Foi então que os cursos de cerâmica e alvenaria e serralharia deram vez aos de sapataria, marcenaria, carpintaria, funilaria e serralharia.

Em 13 de janeiro de 1937, a denominação passou a ser Liceu de Artes e Ofícios por determinação do ministro Gustavo Capanema ao adotar uma reforma na educação. Com o processo de industrialização do país e a busca por mão-de-obra capacitada, encontrada nessas unidades de ensino, o atual Campus Maceió passou a se chamar de Escola Industrial de Maceió em 25 de fevereiro de 1942. Posteriormente, Escola Industrial Deodoro da Fonseca, ao passar para o domínio do governo do Estado. Somente em 24 de agosto de 1965 e já no atual prédio, ganhou o nome de Escola Industrial Federal de Alagoas e três mais tarde, Escola Técnica Federal de Alagoas.

O prédio com uma arquitetura retangular que foi construído a partir de 1954 próximo ao centro de Maceió e recheado de colunas de sustentação, tem um importante simbolismo para os alagoanos. Foi uma das obras mais significativas do renomado arquiteto Oscar Niemeyer que a pedido do presidente Juscelino Kubistchek projetou as escolas industriais em estilo futurista e que viriam a ser, anos depois, protótipo para a construção da Esplanada dos Ministério, em Brasília. A horizontalidade do imóvel, da rua Barão de Atalaia, no bairro do Poço, teve como objetivo, segundo arquitetos consultados à época, fazer com alunos e professores interagissem dentro e fora da sala de aula, por meio de encontros frequentes ao dia, durante circulação pela escola.

Nesta época foram oferecidos cursos voltados para a aprendizagem industrial como os de máquinas e motores, edificações e estradas, agrimensura, eletrotécnica, eletrônica e química.

Os anos de 1990, a tecnologia começou a ser associada ao ensino e, com isso, era necessário a formação de mão-de-obra. Assim a então Etfal foi transformada, em 1994 em Centro Federal de Educação Tecnológica de Alagoas (Cefet-AL) e, nele, foram implantados cursos superiores de tecnologia voltados para atender ao mercado exigente da época.

Com criação de 38 institutos federais em todo o país, durante o governo do presidente Luís Inácio da Silva, em 2008, o Cefet-AL se transformou em Campus Maceió e, atualmente, com cerca de 5 mil alunos é uma referência no ensino público, gratuito e de qualidade do estado de Alagoas.

Rede Federal de Educação Profissional, 106 anos de existência

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