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Campanha Outubro Rosa no Ifal é encerrada com um exemplo de superação

Major da PM de Alagoas, Cláudia Falcão relata momentos angustiantes do diagnóstico de câncer de mama e a força que lhe ajudar a superar a doença

publicado: 31/10/2018 17h18, última modificação: 01/11/2018 08h39
Exibir carrossel de imagens Gerônimo Vicente Major de Polícia de Alagoas relata luta contra o câncer de Mama

Major de Polícia de Alagoas relata luta contra o câncer de Mama

 Entre risos, lágrimas e uma bela lição de autoestima e superação, o SIASS (Sistema Integrado de Assistência a Saúde do Servidor) do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) encerrou a campanha Outubro Rosa, na Reitoria da instituição na manhã desta quarta-feira (31). A convidada para proferir uma palestra foi a major Cláudia Falcão, da Polícia Militar de Alagoas, uma mulher que passou a ser uma referência no estado depois da superação do câncer de mama, doença que contraiu há três anos e que lhe custou muito sacrifício, sofrimento, apego à fé, mas que revelou a ela bons amigos, momentos de irreverência e de valorização da vida.

O encontro reuniu servidores do Siass e da Reitoria do Ifal que assistiram atentos à palestra e à exposição dos slides que, em momentos variados, provocaram mudança no semblante daqueles que assistiam o relato da militar.

foto: Gerônimo Vicente

Cláudia Falcão foi diagnosticada com câncer de mama em 2015 ao realizar exames preventivos. “Percebi que havia algo errado, momentos antes de o médico anunciar o resultado do diagnóstico. O olhar dele já me indicava algo. A partir daí, comecei a preparar a família. O apoio dos filhos Davi e Ana Luisa, dos amigos e dos demais familiares foi importante na batalha contra a doença que estava se iniciando. 

Ao descobrir o diagnóstico da doença, fiz a mastectomia (remoção total da mama) para colocação de expansores, próteses provisórias. Um mês depois fuii submetida a sessões de quimioterapia por seis meses. Iniciei o tratamento de radioterapia em São Paulo. Porém antes da cirurgia reconstrutora, houve uma rejeição ao processo de expansão e tive que ir às pressas para o Hospital Sírio Libanês, resultado de uma ampla campanha realizada entre amigos. Somente em 2016 é que a reconstrução das duas mamas ocorreu”, declarou a oficial da PM de Alagoas, durante a palestra. 

Em fevereiro deste ano durante o banho, a major descobriu o pequeno nódulo que, depois de uma punção constatou-se ser a recidiva tumoral que para a militar foi bastante angustiante pois ela pensou ser uma metástase (expansão do câncer para outros órgãos). “Só imaginava as sessões de quimioterapias que mexem com a nossa autoestima, além de ser desagradável”, contou. 

A policial graduada em Assistência Social expôs várias fotos dos momentos em que conviveu com a doença como, a queda do cabelo, a formatura da filha em que participou com poucos cabelose e do  cantinho espiritual montado em casa, onde ela depositava nomes de pessoas que sofriam com a doença.

“Descobri depois que não estava sozinha e que um conjunto de forças vindo de amigos, familiares e até anônimos produzia o que ela chama de fé racionada”, explicou Cláudia durante a palestra.

Para a militar, a prática de esportes a ajudou muito a superar toda a dificuldade enfrentada, recomendação feita pelos médicos sob o argumento que a atividade física ajuda a aumentar a imunidade e pode substituir a quimioterapia. 

Ao contar sobre a reconstrução das mamas, Cláudia lembrou que sofreu lesões que, por pouco não a deixaram limitada.”Tive um músculo das costas colocado para frente e o serrátil retirado na segunda cirurgia”, prosseguiu. Ela pediu aos médicos para voltar a realizar natação e foi recomendada a realizar somente a modalidade crawl (alternando os braços) e impedida de praticar o nado de costas. “Porém, em uma oportunidade nadei de costa com uma prancha e imaginei que poderia nadar de costas sem o equipamento. Desafiei a recomendação médica, levei a eles a filmagem daquele momento e fui liberada depois”, ressaltou.

A história de Cláudia Falcão levou às lágrimas servidores presentes à palestra, momento  que foi revertido pela palestrante com descontração ao relatar episódios irreverentes, como a dança realizada com uma outra paciente na sala de quimioterapia, mesmo as duas envoltas aos pequenos tubos dos medicamentos ou como na ocasião em que durante uma homenagem feita pelo CSA às mulheres com câncer de mama, no jogo contra Brasil de Pelotas pela série B do Campeonato Brasileiro de Futebol e que Cláudia Falcão cumprimentava a torcida que lhe respondia como beijos. “Somente depois percebi que os acenos eram dirigidos à jogadora Marta que entrou em campo com o grupo de mulheres e estava atrás de mim”.

Ao finalizar a palestra, a oficial da PM recomendou a realização de exames periódicos as pessoas presentes, bem como a realização constante de atividades físicas. ”Saiba que você não está só. Há vários grupos de apoio que podem ajudar, um deles a Rede Feminina de Combate ao Câncer da qual faz parte do Guerreiras de Alagoas”, declarou.