Avanço na política institucional e parcerias incrementam atividades da PRPPI

A participação de alunos e servidores nos programas de pesquisa não é nenhuma novidade no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), mas as restrições orçamentárias impostas pelo Governo Federal dificultam a continuidade das ações. É por isso que desde que assumiu a gestão da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (PRPPI), há pouco mais de dois anos, ainda sob a gestão do professor Sérgio Teixeira, a professora Eunice Palmeira buscou destinar recursos próprios e estimular parcerias que assegurassem o andamento normalizado de suas ações. 

O resultado alcançado, após o primeiro ano na gestão do professor Carlos Guedes, foi a continuidade das ações, inclusive durante a pandemia do Covid-19.

Ao longo deste período ocorreu o aperfeiçoamento da institucionalização de políticas de qualificação, auxílio e afastamento dos servidores. Estes passaram a contar com a Resolução nº 39, de 02 de dezembro de 2019, que regulariza o afastamento integral dos professores e técnicos administrativos, por até 48 meses, para realização de cursos de qualificação.

Outro incentivo foi o lançamento de edital para que os servidores possam participar de eventos acadêmicos científicos e tecnológicos realizados no Brasil, ou no exterior. O pleito previu um orçamento global de R$ 146 mil, para a cobertura dos gastos de pessoal, no entanto, a Pró-reitoria teve que suspendê-lo, por causa da paralisação das atividades presenciais no primeiro semestre deste ano.

Apesar da pandemia, ainda assim duas ações desenvolvidas no último mês buscaram beneficiar o financiamento de pesquisas na instituição. A primeira delas, criou a política de concessão de recursos financeiros, em benefício de pessoa física, para fins de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Com a Resolução Nº 28/2020, o Ifal buscou auxiliar os pesquisadores e diminuir a burocracia, para o desenvolvimento científico e tecnológico na iniciativa.

“A normativa também deu aos campi a autonomia para concessão de auxílios, por meio de editais específicos”, acrescenta a pró-reitora.

Seguindo essa mesma linha, também foram lançados editais de apoio à pós-graduação stricto sensu do Ifal, que permite aos programas de mestrado concederem auxílio financeiro para custear iniciativas como a aquisição de materiais, de passagens e despesas voltadas à qualificação de integrantes do programa ou à realização de serviços diversos.

Iniciativas conjuntas

Outros pleitos lançados nos últimos dois meses foram realizados a partir de parcerias, como a Chamada Interna para Projetos de Inovação e Extensão Tecnológica, do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), que selecionou dois projetos no Ifal para o enfrentamento à Covid-19.

Um deles é uma pulseira de baixo custo para prevenção ao coronavírus, coordenado pelo professor Davi Carnaúba, do Campus Satuba. O outro reúne diversos pesquisadores para intervenção e tratamento dos sintomas da doença com extrato de própolis vermelha.

Continua aberta a Chamada Interna para Implementação de Oficinas 4.0, que irá escolher uma proposta para representar o Ifal na Chamada Pública do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes). Ela irá conceder recursos financeiros no valor total de R$ 216 mil, para compra de equipamentos, material de consumo e bolsas de pesquisa, para as propostas selecionadas.

Outros recursos da própria instituição foram utilizados para equipar o Laboratório de Inovação Compartilhado, no Campus Maceió. Ali foram investidos R$ 117 mil em equipamentos como impressoras 3D, Drone, Máquina de Corte Laser e Máquina CNC Router. “O laboratório é resultado de um trabalho conjunto entre pesquisadores do Ifal e a Direção do Campus Maceió”, enfatiza a pró-reitora.

Inovação e empreendedorismo

Em março passado o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) lançou a Cartilha da Inovação, que reúne dicas e orientações sobre temas voltados à Propriedade Intelectual e Industrial, o Direito Autoral, a proteção sui generis e questões relacionadas a transferência de tecnologias.

“A cartilha foi elaborada com a ideia de tornar familiar a comunidade acadêmica questões como registro de patentes, desenvolvimento de franquias e marcas”, comenta Eunice.

Em abril, a Portaria nº 1408 instituiu a Incubadora Central do Ifal (InovIfal), com o objetivo de fomentar o espírito empreendedor, estimular e formação e consolidação de sociedade civis e comerciais, “além de colaborar para o desenvolvimento local, regional e nacional com o incentivo à aplicação do capital humano em atividade empreendedoras”, acrescentou a gestora.

Uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) possibilitou a realização do Programa Centelha Alagoas, que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores e disseminar a cultura empreendedora em Alagoas, por meio da oferta de capacitações, recursos financeiros e suporte para transformar ideias em negócios de sucesso.

As atividades do Centelha aconteceram em quatro unidades diferentes do Ifal e o resultado foi um total de 182 projetos inscritos, na instituição, sendo dois deles selecionados, um deles conseguiu a primeira colocação, o "Slamduíno: Navegação Autônoma Fácil e Descomplicada", inscrito pelo professor de Informática do Ifal Campus Satuba, Davi Carnaúba.

Outra iniciativa em conjunto com o Sebrae foi responsável pela organização do Desafio Tecnológico Ifal, que contou com a participação de 72 alunos de nove unidades. Ali, os alunos apresentaram propostas inovadoras em um evento realizado no Campus Arapiraca, em dezembro passado.

Por meio de outra parceria com Google, o Ifal garantiu a participação de quatro alunas no Mind the gap 2019, realizado em Belo Horizonte. A multinacional recebeu meninas de todo o país em seu escritório, entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro, com o objetivo de estimular o interesse delas pela área da engenharia relacionada a tecnologias e informática.

Conselho Editorial e Repositório Digital

Outro campo de atuação institucionalizado nesta gestão foi o Conselho Editorial, que passou a reunir pesquisadores oriundos de diferentes áreas do conhecimento, para a revisão de textos originais e retomada da revista Educte.

Também foi criado a Política de Repositório Digital, com a intenção de preservar a memória institucional e promover o acesso aberto à produção científica, tecnológica, artística e cultural, por meio da organização e socialização de obras, invenções e demais trabalhos de natureza acadêmica produzida pela comunidade acadêmica do Ifal.

“O repositório tornará pública a produção acadêmica resultante de processos de pesquisa e de produção de conhecimento, de arte e de cultura, publicada na forma de livro, artigos, publicações em conferências e congressos, trabalhos de conclusão de curso, monografias, dissertações, teses e outras formas de produção e divulgação”, explica Eunice.

O conjunto dessas iniciativas recebeu o reconhecimento da comunidade científica no estado alagoano e deu ao Ifal uma cadeira no Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maceió.

"É um importante espaço de representação para o Ifal dialogar, propor e formular estratégias e ações para promoção da ciência, tecnologia e inovação no município, junto a outras instituições. A experiência a partir da nossa capilaridade e atuação na área de educação, certamente contribuirá na construção de políticas públicas junto aos demais setores que compõem esse conselho", destacou a gestora.

Para Eunice, o resultado é fruto do crescimento da equipe, que ganhou três novos servidores e amadurecimento da gestão. "No segundo ano foi possível tornar concreto o que havia sido planejado no primeiro ano, a partir do conhecimento e vivência proporcionada pelo primeiro ano de gestão. É um caminhar constante e a cada dia um novo desafio, um novo aprendizado e também mais experiência e conhecimento que vamos adquirindo e transformando em ações concretas".

Veja nosso vídeo com um resumo de como foi esse primeiro ano de gestão na Pesquisa.