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Alunos do Ifal Penedo usam capoeira como instrumento de educação ambiental

Projeto de extensão alcança estudantes do 6º ao 8º ano do ensino fundamental de três escolas municipais.

publicado: 16/09/2019 11h50, última modificação: 18/09/2019 17h43

É com a ginga da capoeira que estudantes do Instituto Federal de Alagoas - Campus Penedo têm levado consciência ambiental para crianças e adolescentes de escolas municipais da cidade ribeirinha. A iniciativa corresponde a um projeto de extensão executado pelos alunos Jeanio Rodrigues, Antonio Pedro Coutinho e Eduardo da Cruz, da turma vespertina de 2º ano do curso técnico em Meio Ambiente integrado ao ensino médio.

A ideia do projeto nasceu da vontade de unir duas paixões: a capoeira, atividade praticada por eles há cerca de um ano, e a interação direta com o público externo, como forma de compartilhar conhecimentos e incentivar novas práticas. "Antes mesmo de ingressar no Ifal, já sabíamos da possibilidade de desenvolver ações de extensão, porque estudávamos juntos no Costa Mangabeira e, no 7º ano, conhecemos e participamos como público-alvo de um projeto de inclusão social. Desde então, passamos a vislumbrar a possibilidade de estudar no Ifal e de também atuar na extensão", contou Antonio Pedro, referindo-se à ação desenvolvida na escola municipal onde concluiu o ensino fundamental.

Equipe do projeto formada pelos alunos Antonio Pedro, Jeanio Rodrigues e Eduardo da Cruz e pela técnica ambiental Jaqueline Rodrigues.Para transformar a ideia em projeto extensionista, os estudantes convidaram a técnica ambiental egressa do Ifal Penedo, Jaqueline Rodrigues, e submeteram a proposta ao edital da Pró-Reitoria de Extensão (Proex) destinado à seleção 2019 de projetos da modalidade estudante. Como orientador, a ação conta com o servidor Carlos Miranda, técnico em Meio Ambiente do campus. Todo o trabalho acontece de forma voluntária, já que o projeto foi aprovado pela Proex, porém, sem a possibilidade de concessão de bolsas aos alunos envolvidos.

A parceria para a execução das atividades nas escolas vem do Grupo Pura Ginga Capoeira (GPGC), que é originário da cidade sergipana de Propriá, mas tem representação em Penedo. "Eles auxiliam com os conteúdos teóricos e práticos relacionados à capoeira e com o empréstimo de instrumentos musicais, além das idas às escolas para a realização das rodas que promovemos", disse Jeanio Rodrigues, referindo-se ao grupo administrado em Penedo pelo capoeirista José Wellington, conhecido no meio como professor Pulinho.

Aprendizado com ginga e cantigas

A parceria para a execução das atividades nas escolas vem do Grupo Pura Ginga Capoeira (GPGC).O projeto alcança as escolas municipais de ensino fundamental José da Costa Mangabeira, Manoel Soares e Santa Luzia, totalizando 10 turmas de alunos que cursam entre o 6º e 8º ano. As atividades começaram em abril e seguirão até novembro, de modo a resultar na sensibilização do público-alvo para as práticas educativas de cunho ambiental, tornando-o possíveis multiplicadores. "Organizamos o cronograma em quatro etapas e estamos trabalhando de forma simultânea nas três escolas", explicou Antonio Pedro.

A cada mês, por meio de rodas de conversa, seminários e debates, a equipe do projeto leva uma problemática ambiental e, a partir daí, levanta alternativas possíveis para reduzi-la ou solucioná-la. Estão entre os temas trabalhados o uso não sustentável de recursos naturais, a diminuição dos mananciais e extinção de espécies, os tipos de poluição e seus impactos, as inundações e erosões e o desmatamento.

Como ferramenta educacional escolhida pelo grupo, ao ser correlacionada ao Meio Ambiente, a capoeira é o que faz as crianças e adolescentes envolvidas aprenderem com facilidade e fixarem os conteúdos abordados. "A metodologia também inclui a realização de aulas práticas de movimentos básicos da capoeira, oficinas de música com instrumentos utilizados nas rodas e a aplicação de jogos", destacou Jeanio.

A aluna Evelyn (saia amarela) da escola municipal Santa Luzia com suas colegas que venceram um dos jogos aplicados no projeto.Em um desses jogos, para se trabalhar a importância da coleta seletiva, os alunos de uma turma de 6º ano da escola Santa Luzia foram divididos em equipes e posicionados como em uma roda de capoeira. A missão era identificar a lixeira correta para cada tipo de resíduo sólido colocado no jogo e cumpri-la sem perder a ginga. "Aprender brincando é sempre mais divertido e ajuda a gente a não esquecer o que foi passado", disse a pequena Evelyn, ao lado das colegas Ketyle, Thaylise, Keylane e Marly, depois de sua equipe acertar todos os desafios do jogo aplicado.

As atividades que vêm sendo levadas pelo projeto de extensão do Ifal preenchem, de forma lúdica, uma lacuna da grade curricular do ensino fundamental, já que nas escolas municipais de Penedo não há uma disciplina específica voltada à educação ambiental. "Ao cumprir esse papel com a capoeira, a gente também colabora para quebrar alguns preconceitos sobre essa expressão cultural brasileira tão rica, que envolve arte marcial, esporte, cultura popular, dança e cantigas", finalizou o estudante Antonio Pedro.

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