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Alunos do Ifal compartilham experiências em evento do Google
Três diferentes gerações do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) puderam trocar experiências no 1º Encontro Nacional do Cientista Beta, realizado pelo Google, na cidade de São Paulo, entre os dias 19 e 20 de novembro. Jonadab Silva, ex-aluno do médio integrado em Química, Deyse Dantas atual aluna do mesmo curso, e Gabriel Araújo, aluno do 4º ano do curso técnico de Informática, todos do Campus Maceió, relataram parte de suas trajetórias no desenvolvimento de pesquisas, inciados no Ifal.
O encontro serviu para que estudantes de todo o país discutissem o poder de transformação da ciência e de como ele pode ajudar nos desafios do século XXI. No evento, estavam participantes do Programa de Mentoria Decola Beta e outros estudantes interessados em apresentar projetos científicos. Um deles foi o Gabriel Araújo, que influenciado por outra aluna do curso integrado de Química, Sayonara Assis, desenvolveu um projeto na área de informática, sob a orientação do professor Jarbas Cavalcante.
“Durante o Ensino Médio, no Ifal, passei a perceber índices de evasão em muitas turmas, incluindo a minha. Foi então que surgiu a ideia de pesquisa na área. Com o tempo, ficou ainda mais claro que a evasão escolar é presente e constante em todas as partes do país”, lembra Gabriel.
Ele disse que essa iniciativa surgiu como tentativa de contribuir para diminuir os altos índices de abandono escolar no Ensino Médio entre os países do Mercosul e para isso trabalhou com a criação de um sistema de cadastro para a coleta de informações dos estudantes, com o intuito de tornar possível, a partir do cadastro estudantil, acompanhar o número de faltas e da situação escolar de cada estudante.
“Espera-se, futuramente, aprimorar o uso do sistema com as seções Lúdica e Normativa, a fim de facilitar o uso por parte da escola e do estudante, a partir de um sistema lúdico de aprendizagem e acompanhamento estudantil, onde o aluno pode ter acesso a jogos e outras ferramentas”, planeja Gabriel.
Seguindo esta temática de trabalho, Gabriel já havia ganhado destaque nacional, ao criar um Projeto de Lei para o programa Jovem Parlamentar da Câmara dos Deputados. “O projeto foi escolhido pela comissão da câmara como o segundo melhor de Alagoas, em 2016. A ideia da proposição é usar a tecnologia como combate ao fenômeno do abandono escolar, a partir de um maior acompanhamento estudantil nas escolas brasileiras”, explicou.
Soluções inovadoras na área de bioquímica
Em São Paulo, Deyse falou sobre sua experiência, em conjunto com outra aluna do curso de Química, Sara Aline. Orientadas pelo professor Jésu Costa e com o auxílio do Programa de Mentoria Decola Beta, elas desenvolvem uma pesquisa em que busca encontrar no cacto xique-xique um potencial antimicrobiano, para que o extrato da planta possa ser empregado em produtos para a indústria de fármacos. Isso foi pensado como alternativa aos efeitos colaterais e a resistência a alguns fármacos empregados no tratamento de algumas doenças. Toda a parte experimental do processo de pesquisa é realizada dentro dos laboratórios do Ifal.
“Nos inscrevemos para participar desse programa e recebemos auxílio metodológico, além de um mentor que nos acompanharia durante seis meses, para um melhor desenvolvimento do nosso projeto e descobrimos, ao longo desses seis meses, que mais que o nosso projeto, conseguimos ampliar nossa forma de ver o mundo e de tentar mudá-lo a nossa maneira”, pontuou, Deyse que acredita que tal iniciativa ajuda em sua formação tanto enquanto estudante, como cidadã.
Ex-aluno atua como mentor do Cientista Beta
Quem também estava no evento foi Jonadab Silva. Hoje ele faz Medicina no Rio de Janeiro, mas não perdeu a oportunidade de conversar com seus colegas do Ifal.
Jonadab lembra que a instituição teve um importante papel em sua vida, quando, ainda no ensino técnico, desenvolveu trabalhos nas áreas de Física com o professor Carlos Argolo, além de Eletroquímica, com o professor Phabyanno Rodrigues.
“Essa paixão pela pesquisa me acompanhou para o ensino superior. Atualmente, curso Medicina na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro, fiz intercâmbio nos Estados Unidos por um ano e meio, e faço pesquisa clínica em neurocirurgia. Sem dúvidas, ter iniciado a minha vida na pesquisa, ainda durante o Ensino Médio, no Ifal, foi crucial para que hoje eu pudesse ser um mentor e manter vivo o sonho de ser um pesquisador”, acrescenta.
Após passar por uma seleção, Jonadab passou a atuar como mentor do Cientista Beta, facilitando os diálogos entre estudantes do Ensino Médio, que têm ideias para serem transformadas em projetos científicos.
“Fui aprovado nessa seleção, e me tornei mentor do Wellington Espíndula, um aluno do IFRS [Instituto Federal do Rio Grande do Sul], que está desenvolvendo uma plataforma capaz de identificar gestos manuais e expressões faciais, que pode ser usada na criação e no uso de senhas para indivíduos com deficiência visual a fim de substituir as senhas alfanuméricas”, detalhou.