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Alunos de sete campi do Ifal são premiados em Olimpíada Nacional de Ciências

Resultado vem após ano de preparação com auxílio de plataformas e mídias sociais

por Jhonathan Pino publicado: 14/10/2021 12h17, última modificação: 14/10/2021 14h25

Quarenta e nove estudantes de sete unidades do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) foram premiados com medalhas e menções honrosas na Olimpíada Nacional de Ciências (2021). O resultado, divulgado na última sexta-feira (8) vem com seis ouros conquistados pelos campi Maceió e Arapiraca.

A competição é dividida em duas fases, com provas de Astronomia, Biologia, Física, História e Química, respondidas por meio de questionários eletrônicos.

Com um ouro, três pratas, cinco bronzes e outras sete menções honrosas, o Campus Arapiraca viu o retorno de todo o esforço de alunos, que continuaram a se preparar por meio de plataformas de comunicação remota, como Whatsapp e Google Meet, mesmo após o distanciamento social imposto pela Covid-19.

Para a medalhista de ouro do Campus Arapiraca, a estudante de Informática Beatriz Santos, apesar das tecnologias facilitarem o acesso ao conhecimento, o caminho não foi nada fácil.A estudante de Informática do Campus Arapiraca, Beatriz Santos, disse que ficou desestimulada no início.jpeg

“Desde o início da pandemia eu não consegui manter uma rotina de estudos. Não me adaptei ao ensino remoto e isso fez com que eu desistisse de participar das olimpíadas, porque eu não sentia que estava preparada. Apesar do sentimento de insuficiência, eu decidi me inscrever na ONC, mas sem muita expectativa. Eu praticamente não estudei para a Olimpíada, tudo o que eu fiz foi assistir às aulas normais do Ifal e foi o bastante para eu criar uma base de conhecimentos que fez com que o meu resultado fosse positivo”, comentou.

A estudante ficou surpresa quando viu sua classificação para a segunda fase. “Porque a maioria das questões da primeira prova envolviam cálculos e eu não simpatizo muito com a área de exatas, mas como a prova da segunda fase é discursiva, eu pude me ‘soltar’ mais nas questões, especialmente as que envolviam a matéria de História, e acredito que esse foi o ponto-chave para a conquista da minha medalha. Eu já tinha feito a ONC uma vez durante o ensino fundamental, mas só agora no ensino médio eu tive um resultado satisfatório e fiquei muito feliz com isso”, comemora.

Preparação dos medalhistas

De acordo com o coordenador da ONC no Campus Arapiraca, Marcos Rocha, a dificuldade foi comum em todos os campi, mas o resultado entre os alunos do Ifal demonstra o potencial que eles têm, apesar de todo o cenário adverso. “O resultado da dedicação deles está aí, esse número expressivo de alunos nossos se destacando”, comentou Marcos.Edmilson Gomes, aluno de Agroindústria do Campus Piranhas, comentou a necessidade de manter-se atualizado para a resolução das questões.jpeg

Outro estudante que persistiu na olimpíada foi Edmilson Gomes. Após três participações, o aluno do curso de Agroindústria do Campus Piranhas conquistou uma medalha de prata na ONC. Ele comenta que a experiência em eventos anteriores foi essencial para esse resultado. Outro ponto foi a necessidade de manter-se sempre atualizado para a resolução das questões.

“O maior desafio, que eu acho, é a atualização delas [das questões]. Tipo, eles sempre colocam questões com problemas atuais, sabe? Relacionar a importância de vacinas, contextualizando a pandemia do coronavirus, questões dos impactos ambientais, fazendo contexto com as queimadas da Amazônia, etc”, detalhou.

Edmilson já tinha em seu currículo uma menção honrosa na ONC de 2020 e uma medalha de bronze na Olimpíada de Química. Para ele, o essencial é a formação de base. Além da experiência acadêmica, ele vinha se preparando em conjunto com o seu colega de Campus, José Natanael, que também recebeu uma menção honrosa.José Fausto, aluno do curso de Informática do Campus Palmeira, relata que curiosidade ajuda na participação da ONC.jpeg

“Fiz muitos projetos de ensino e participei de muitas monitorias no campus, que foram essenciais para a minha preparação hoje. Tem um ditado que diz ‘plante boas sementes que você irá colher bons frutos’, basicamente minha preparação foi isso. Dou muito crédito aos professores que sempre disponibilizaram esses projetos e para os alunos que eram monitores”, pontuou.

Também não foi a primeira participação de José Fausto. Ele é um dos três alunos do Campus Palmeira que conquistaram medalhas de bronze. O estudante comentou que teve uma preparação simples, seguiu o conteúdo programático da olimpíada, fez um planejamento até o dia da prova e estudou sempre que pôde, por meio das provas anteriores e de aulas no YouTube. Mas ele acredita que a sua curiosidade sempre é uma vantagem na hora de participar de uma olimpíada que exige múltiplos conhecimentos.

“Eu sempre fui curioso para conhecer coisas novas, qualquer que seja a área. A ONC me deu a oportunidade de usar essa curiosidade de uma maneira muito boa, me permitindo aprender conteúdos de disciplinas bem distintas. E o melhor de tudo: eu conheci pessoas incríveis nessa jornada. Acredito que expandir o networking, além do aprender, é uma das melhores qualidades em olimpíadas científicas”, pontuou aluno de Informática.

No Campus Palmeira, a professora de Química, Amanda Lima, comenta que o distanciamento social dificultou a integração dos alunos para a preparação.jpegAlém dos três bronzes, o Campus Palmeira obteve seis menções honrosas. A professora de Química da unidade, Amanda Lima, disse que não houve uma preparação específica para essa Olimpíada, devido ao distanciamento social, mas foi criado um grupo de apoio aos alunos, pelo Whatssapp. Ela acredita que isso acabou prejudicando um pouco o resultado da unidade, que obteve resultado inferior ao ano anterior.

“A olimpíada é muito importante para os alunos, porque mostra a eles o quanto são capazes de conseguir bons resultados, principalmente nesse momento de ensino remoto, em que ficam muito desmotivados. Essa situação faz com que achem que não estão aprendendo e não tenham noção da capacidade deles”, comenta Amanda.

O Campus Maceió obteve o melhor resultado entre as unidades do Ifal, com cinco ouros, duas pratas, um bronze e cinco menções honrosas conquistadas. Um dos alunos premiados foi Kallew Francelino. O estudante do primeiro ano de Eletrotécnica conquistou uma prata, depois de participar pela segunda vez da competição. Ele disse que desta vez não se aprofundou muito, mas se preparou com vídeos voltados aos conteúdos exigidos na programação da olimpíada.Kallew Francelino, do curso de Eletrotécnica do Campus Maceió, usou vídeoaulas como forma de se preparar para a competição.jpeg

“As dificuldades das questões da ONC são os tamanhos dos enunciados, o que dificulta mais a interpretação. Já participei de outras olimpíadas, mas essa foi a que tive o resultado mais significativo”, detalha Kallew.

Completam a lista de premiados do Ifal uma medalha de bronze e quatro menções para o Campus Santana do Ipanema, além de menções honrosas para os campi Penedo e Coruripe, duas para cada.

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Olimpíada Nacional de Ciências

A ONC é organizada pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação (MCTI) e constitui um programa da Associação Brasileira de Química (ABQ), Departamento de História da UNICAMP, Instituto Butantã (IB), Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), Sociedade Brasileira de Física (SBF).

Ela é destinada aos estudantes regularmente matriculados no Ensino Fundamental II (6º, 7º, 8º ou 9º ano); no Ensino Médio (1ª, 2ª ou 3ª série); e estudantes da 4ª série do Ensino Técnico, bem como estudantes da Educação de Jovens e Adultos.

O coordenador estadual da ONC é o professor Química do Campus Maceió, Demétrius Morilla. Para ele, não só a instituição, como o estado de Alagoas sai ganhando com o reconhecimento da excelência do ensino público e de qualidade, ofertado pelo Ifal.

"Só tenho a agradecer a todos os alunos que participaram e que sabem que hoje as olimpíadas nas diversas áreas do conhecimento são importantes para expandir seus horizontes de conhecimento e possibilitar até o acesso a algumas instituições de Ensino Superior, quando se destacam nas olimpíadas a nível nacional e internacional", pontuou.

A solenidade de premiação da ONC deste ano acontecerá no dia 27 de outubro.