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Alunos de Design de Interiores registram 11 desenhos industriais no Inpi

publicado: 09/04/2019 15h57, última modificação: 10/04/2019 12h13

Ao longo desta semana, por meio de quatro reportagens, vamos entrar em contato com os 11 desenhos industriais realizados por alunos do curso de Design de Interiores do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), que foram depositados no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), entre os dias 26 e 27 de fevereiro. Quatro deles foram desenvolvidos como atividades de sala de aula; seis em um projeto de pesquisa e o último produto foi parte de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Cronologicamente, as primeiras destas inovações vieram como resultado do Programa de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibit), desenvolvido entre os anos de 2014 e 2015, quando foram produzidas várias peças, pensando na reutilização de insumos, como madeira e tecidos, que não haviam sido processados por completo pela indústria. Entre estas peças, seis móveis foram reconhecidos como inovadores.

A professora do curso tecnólogo de Design de Interiores e coordenadora do projeto, Áurea Rapôso, lembra que a pesquisa fez um mapeamento sobre que tipo de material tradicionalmente descartado poderia ser utilizado para produzir novas linhas. As alunas envolvidas, Érica Tenório e Valderis Torres, contaram com uma base de dados do Grupo de Pesquisa Design e Estudos Interdisciplinares, que possui uma linha voltada para a indústria moveleira do estado, desde 2009.

A gente tinha uma série de diagnósticos do APL [Arranjos Produtivos Locais] do Agreste e de Maceió e foi essa base de dados que nutriu o desenvolvimento da coleção, com duas linhas, cada uma delas, com três peças”, detalhou Áurea.

Trabalho interdisciplinar

Outros quatro produtos vieram a partir de uma atividade coordenada entre os responsáveis pelas disciplinas de Interiores e Comunicação Visual, Ecodesign e de Atelier de Projeto e Produto, conduzidas pelos professores Cleber Nauber, Hannah Melo e a professora Áurea, respectivamente.

Nesse segundo caso, os docentes buscaram atuar de forma interdisciplinar, estimulando os alunos a pensar em micro móveis, com o intuito de atender edifícios voltados à sublocação e de espaços reduzidos, como estúdios, ou quarto e sala.Alunos e professores do curso de Design de Interiores.jpg

Distribuídos em três equipes, os alunos criaram quatro desenhos, que foram reconhecidos pelo seu conteúdo inovador. Três são móveis e o último é uma embalagem de um dos móveis, que pode ser transformada em uma nova estante.

Ao trabalharem em trio, os alunos tiveram seus conhecimentos somados. Alguns desenhavam mais, outros tinham experiências na marcenaria e a maioria deles já trabalhava na área, o que facilitou o desenvolvimento das peças”, pontuou Áurea.

Ainda de acordo com a professora, os móveis foram projetados para atender estúdios, mas isso não impede que eles sejam adaptados a outros ambientes. “Como esses espaços não podem ter tantos móveis, exigem que eles tenham múltiplas funcionalidades para aproveitar melhor os ambientes e possam atender mais, por menos”, defendeu.

Estimulados com a experiência, dois desses alunos, Claire Sant’Ana e Elder Duarte, produziram mais um móvel no trabalho de conclusão de curso (TCC), cujo produto final também possuía caráter inovador: um banco que se transforma em estante e em outras configurações de mobiliário, de múltiplas funcionalidades.

O que é interessante falar é que a experiência desses cinco produtos desenvolvidos nas disciplinas, como no TCC, é que os alunos puderam trabalhar não só o produto, mas a embalagem, a marca, o nome do produto. E assim, como na experiência do Pibit, os quatro produtos desenvolvidos pelos trios, eles formaram uma coleção, com nomes individuais e logos próprias”.

Aproximação com o mercado

Áurea lembra ainda que esses produtos não são necessariamente os primeiros desenhos de iniciativa inovadora, desenvolvidos no Instituto, mas eles só puderam passar pelo processo de reconhecimento do Inpi, porque tiveram auxílio do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), nos últimos anos.

Ela explica que várias peças já haviam sido desenvolvidas por alunos de turmas anteriores, orientados pelo professor João Luiz Maia, responsável pelo Atelier de Projeto e Produto, antes de Áurea, mas não contavam com o suporte do NIT, porque ele só passara a existir recentemente.

De qualquer modo, o curso de Design já vinha despertando para a construção de uma expertise, junto ao NIT, desde o projeto Pibit 2014/2015, que foi o primeiro voltado à tecnologia, desenvolvido na área. Quando o produzimos, sentimos essa lacuna, essa dificuldade de compreensão entre o que a gente produzia e aquilo que poderia virar propriedade intelectual”, lembra a docente.Áurea Rapôso lembra que esses primeiros registros de patentes são resultados de atuação do NIT com professores e alunos.jpg

Visando superar essas dificuldades, naquele mesmo aa no, o NIT motivou os professores a fazerem um curso junto ao Inpi, de Introdução à Propriedade Intelectual. “Esse curso online nos deu um pouco mais de conhecimento na área, só que o processo em si, para ser instituído, ele demanda conhecimento descritivo, informativo do produto, que ainda não tínhamos”, detalhou.

Para a docente, a partir da tramitação desses primeiros produtos está sendo possível produzir um portfólio inicial e de qualidade, para o estabelecimento de futuras parcerias com empresas das áreas de construção e a indústria de moveleira. Por isso, no segundo semestre desse ano, os empresários serão convidados a ter contato com as primeiras coleções.

Além de apresentar trabalhos inovadores para o mercado, Áurea diz que outro ganho obtido com essa experiência, de registro dos primeiros desenhos industriais, foi que ele serviu de motivação dos alunos de turmas posteriores, para a produção de peças criativas.

Na turma seguinte, os alunos não trabalharam necessariamente pensando em estúdios, como fora o caso anterior, mas para públicos variados. Eles não olharam para o espaço residencial, e sim, para os ambientes coletivos, que serão de uso comum pelos usuários desses imóveis. Nesse caso, os alunos trabalharam em duplas e geraram oito novos produtos, que ainda não demos entrada nos registros, porque estamos aguardando a tramitação dos 11 primeiros”, pontuou.

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