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Alunos apresentam alimentos desenvolvidos por eles em Mostra do Campus Batalha

Evento ainda conta com salas temáticas de valorização de aspectos culturais da região Nordeste

publicado: 31/10/2019 12h36, última modificação: 01/11/2019 11h23

Teve início, no último dia 29, a 5ª Mostra de Ações Multidisciplinares do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), realizado no Campus Batalha, evento que está aberto ao público e acontece até esta sexta-feira, 1, com a apresentação de produtos alimentícios e atividades culturais desenvolvidas por 259 alunos da unidade, nos últimos seis meses.

“É meu Sertão, minha doce morada, meu pedaço de chão”, foi o tema que guiou o planejamento e a criação de suas ideias. Como são estudantes do curso técnico de Agroindústria, parte deles desenvolveu alimentos que utilizassem os produtos da região, em combinações não convencionais. Além disso, os alunos foram estimulados a pensar em estratégias para a sua oferta no mercado.

Entre os produtos estavam biscoitos salgados, fabricados com farinha de palma; bombons recheados com o juá, fruto do juazeiro; ketchup de beterraba; um queijo coalho com jerked beef, ou trufados com tamarindo; um sorbet de graviola, enriquecido com própolis vermelha e linhaça. Todos os produtos tiveram suas análises físico-químicas realizadas nos próprios laboratórios da unidade e passaram por testes sensoriais entre os estudantes e servidores da instituição.

Para quem é intolerante ao leite, ou mesmo os veganos, que evitam o consumo de qualquer produto de origem animal, um grupo de estudantes desenvolveu o Sorbet Mix. “Ele se diferencia do sorvete comum, por apresentar apenas o uso de água, gelo, o açúcar, uma fruta bastante fibrosa e também um emulsificante. No nosso caso, escolhemos como fruta, em resposta à temática de valorização da região Nordeste, a graviola; como emulsificante, a farinha de linhaça e como aditivo, a própolis vermelha, que só é produzido no estado de Alagoas e na África”, comentou a estudante Larissa Emanuely Silva.Queijo coalho foi testado mesclado com diferentes porcentagens de uso de charque.jpeg

O queijo coalho mesclado com jerked beef, um tipo de carne popularmente conhecido como charque, também buscou acrescentar aos hábitos alimentares da população sertaneja uma nova combinação de dois produtos alimentícios presentes na região. “A gente fez duas combinações, uma com 2,5% de charque, em relação ao peso da massa, e a outra, com 5% , foi a que a gente teve maior aceitabilidade do público”. As análises sensoriais foram realizadas com o queijo servido assado na chapa, relatou Sila Cristina, membro do grupo.

Os estudantes da Agro Carne também buscaram atuar com combinações proteicas, ao desenvolver o Kakta bovina, enriquecida com a banana verde. Eles pontuaram que o produto foi desenvolvido visando atender as limitações de comercialização da carne de carneiro, proteína que geralmente é utilizada para a formulação do prato. Além disso, foram acrescentados os benefícios do consumo da fruta, “como controle do colesterol e peso, além de evitar a prisão de ventre”, comentou Letícia Beatriz.Alunas desenvolveram licores de umbu, acerola e tamarindo, para amadurecer o queijo coalho.JPG

O grupo Oxe Queijo Sertanejo fez uma combinação de queijos maturados em licores naturais de folha de umbu, tamarindo e acerola, todos produzidos pelos próprios estudantes. Todo o processo de fabricação desses produtos tomou ao menos 50 dias deles, entre a maceração e o envelhecimento dos produtos.

“A partir do momento em que a gente fez os queijos, colocamos eles para maturarem nos licores, fazendo com que agregassem valores como o aroma, o sabor e a coloração, com uma casca que é agradável aos olhos dos consumidores”. O resultado é um queijo mais macio, disse Hillary Farias.Queijo Coalho Trufado com doce de Tamerindo foi uma forma encontrada por estudantes para valorizar o fruto presente na região.JPG

O tamarindo, em forma de doce também foi o produto que agregou valor ao queijo coalho desenvolvido pelas alunas, Keila Tenório, Lara Fabia, Raíssa Medeiros e Shaiane Abreu. Elas comentaram que apesar de possuir em abundância na região, a fruta é muito desvalorizada, “então o nosso trabalho foi uma forma de valorizá-la. Atualmente a Universidade de Roraima fez um trabalho de união do queijo com o açaí, que é uma fruta típica de lá, ou seja, um trabalho muito parecido com o nosso, de valorização das frutas da região. Há também uma praticidade no consumo, porque em vez de comprar dois produtos, o tamarindo e o queijo, você pode comprar os dois em um só”, sugeriu Shaiane.

Cangaço e o bando de Lampião foi uma das salas temáticas apresentadas na Mostra.JPG

Além das stands, o evento conta com apresentações orais, salas temáticas voltadas às histórias de personagens como Lampião e Raul Seixas, ou à obra “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, além de apresentações culturais e bandas, roda de capoeira e toada de vaqueiros.

Uma das organizadoras do evento, a professora Talita Gonçalves lembra que todas as atividades foram selecionadas a partir de um seminário temático, realizado em maio, na unidade. Ela lembra que muitos desses produtos podem ser comercializados no futuro. Isso ocorreu com um licor, apresentado na Mostra, em 2018, e que já está sendo vendido na região, atualmente

O evento será encerrado nesta sexta-feira, 1, pela manhã, com as palestras de Sonja França, da Universidade Federal de Sergipe, apresentando “A consultoria em serviço de alimentação: Uma opção de atuação” e Monique Juna Lopes Leite, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em uma webconferência, abordando a “Síntese de ésteres e suas aplicações”. Confira a programação completa.

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