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Ações produtivas em assentamento integram formação de alunos do Campus Piranhas
Uma parceria entre o Ifal (Instituto Federal de Alagoas) – Campus Piranhas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) proporciona uma integração entre os estudantes dos cursos técnicos de Agroindústria e Agroecologia e mulheres e jovens do Assentamento Patativa do Assaré, no município de Olho D’Água do Casado, localizado a 278 quilômetros de Maceió, capital de Alagoas. A atividade é desenvolvida por intermédio do programa de extensão Minha Comunidade, estimulado pela Pró-reitoria de Extensão do Ifal e tem a finalidade de fortalecer ramos sustentáveis e com justiça social para a sociedade do sertão alagoano. A coordenação do projeto é do professor de Geografia, Claudemir Martins e da professora de Filosofia, Laís Gois.
As ações do programa de extensão começaram em abril deste ano centradas na capacitação, aperfeiçoamento e desenvolvimento de práticas agroindustriais e agroecológicas com mulheres e jovens assentados da reforma agrária do município vizinho a Piranhas, sede do campus do ifal na região. A iniciativa é multidisciplinar e envolve a participação de professores de diferentes áreas, além de alunos bolsistas e voluntários de ambos os cursos.
Como atividade integrante do programa realizou-se, no assentamento, no dia 9 de junho deste ano, o segundo seminário do programa que envolveu um grupo de 30 estudantes dos dois cursos técnicos numa promoção da coordenação e dos professores Aline Ferreira (Sociologia), Aluísio de Carvalho (Filosofia), Rodrigo Leite (Agroindústria) e Madson Silva (Agroecologia). O local tem nome registrado no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) como Assentamento Costa, mas é conhecido pelos assentados do Sertão por Patativa do Assaré, em homenagem ao poeta e improvisador popular, nascido na cidade de Assaré no Ceará.
“Aliando uma diversidade de momentos (mística de acolhimento, exposição do programa, oficina, momento de campo, entre outros), o momento se concretizou em uma oportunidade ímpar de integração teoria prática e Ifal – Comunidade”, explicou o coordenador, Claudemir Martins.
Durante a visita, as famílias assentadas, lideranças do MST na região e jovens apicultores do Projeto Arajuba “Apicultura na Reforma Agrária”, em execução na comunidade, recepcionaram os alunos e os encaminharam até o apiário onde eles tiveram a oportunidade de praticar e conhecer de perto a atividade apícola, uma importante experiência agroecológica geradora de emprego e renda, desenvolvida pelos jovens assentados no âmbito do referido Projeto Arajuba.
Produção no quintal
Outro grupo foi recebido pela família assentada do estudante Marcos Antônio, do Curso de Agroecologia do Campus Piranhas do Ifal que é voluntário do Programa Minha Comunidade. Na oportunidade, os integrantes do projeto conheceram a policultura no quintal produtivo dessa unidade de produção familiar: capim elefante, feijão, milho, abóbora, mamão, banana, pinha, quiabo, coentro, melão coalhada, conjugado à criação de ovinos. Um belo exemplo de produtividade, produção e de diversidade, marcantes da agricultura familiar camponesa.
Depois do almoço entre as equipes e as famílias assentadas, houve uma oficina sobre apicultura, com enfoque em orientações sobre os procedimentos com a manipulação da cera alveolada e na condução de alguns processos da atividade apícola, a exemplo da captura de enxames na Caatinga. Em seguida, mulheres assentadas explicaram o beneficiamento de frutas, através da produção de doces. “Na ocasião foi possível perceber as dificuldades do grupo e assim pensar possíveis ações por parte de alunos e professores do curso de Agroindústria, a fim de contribuir no melhoramento da atividade”, ressaltou.
Para o professor Claudemir, “parcerias como estas desenvolvidas com camponeses e camponesas assentadas, através do Programa Minha Comunidade, são fundamentais para aproximar os estudantes dos problemas e desafios que, futuramente na condição de profissionais, poderão se depararem, bem como, reforçam e confirmam a importância e o papel estratégico do Ifal/Campus Piranhas para a construção de uma sociedade cada vez menos desigual no sertão alagoano”.
Colaboração:
Prof. Claudemir Martins