Você está aqui: Página Inicial > Campus > Santana do Ipanema > Notícias > Projeto trabalha inclusão social com o ensino de Libras
conteúdo

Notícias

Projeto trabalha inclusão social com o ensino de Libras

Ação acontece em escola no município de Major Izidoro

publicado: 04/10/2017 08h50, última modificação: 04/10/2017 10h13
Exibir carrossel de imagens Projeto insere inclusão para surdo em escola no município de Major Izidoro

Projeto insere inclusão para surdo em escola no município de Major Izidoro

Quando criou a primeira escola de surdos, em 1857, na cidade do Rio de Janeiro, é possível que Dom Pedro II não imaginasse que um século e meio depois a inclusão deles dentro do sistema educacional fosse ainda um dos maiores desafios. Com o crescimento demográfico do país, o número de surdos aumentou significativamente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010), o Brasil tem 9,7 milhões deles, o que representa pouco mais de 5% da nossa população.

Os dados indicam a necessidade de fortalecer políticas públicas que incluam os surdos dentro das escolas, como a Declaração dos Direitos Linguísticos, assinada pela UNESCO em 1996, em Barcelona. Ali houve o reconhecimento da língua como direito humano. Mais tarde, a Lei nº 10.436, de 2002, reconheceu a Linguagem Brasileiras de Sinais - LIBRAS como meio legal de comunicação e expressão no país, devendo compor os currículos da formação de docentes no país. Anos depois, o Decreto nº 5.626, de 2005, regulamentou a lei e trouxe elementos importantes, como a obrigatoriedade  da oferta, desde a educação infantil, do ensino de LIBRAS como segunda língua para os surdos.

12 anos depois, porém, o cenário ainda é desafiador. Faltam intérpretes da língua de sinais em grande parte das instituições de ensino, fato que dificulta a inclusão dos surdos em palestras, seminários, atividades extraclasse. A acessibilidade consagrada na legislação esbarra no descumprimento da própria lei.

 

O projeto

 

Incluir as pessoas com deficiência dentro da escolar regular é um pressuposto básico da educação no Brasil. No que se refere à inclusão dos surdos na escola, trazer à tona o conhecimento da Língua Brasileira de SINAIS - LIBRAS é o caminho para uma escola cidadã. Dentro dessa perspectiva, o projeto de extensão "Arte Libras - a arte de aprender e se comunicar com a Língua Brasileira de Sinais", desenvolvido pelo Campus Santana, insere o conhecimento sobre a linguagem na Escola Municipal Adovaldo Albuquerque Alves, localizada no município de Major Izidoro. A unidade de ensino, que possui casos de alunos surdos, motivou a ação.

A sensibilização da comunidade escolar para inclusão de alunos surdos é uma das marcas do projeto, que leva conhecimento aos alunos dos 6º e 7º anos. O projeto apresenta, de forma fácil, conceitos básicos de LIBRAS, como o alfabeto, números, cores, meses do ano, saudações e termos próprio do ambiente escolar e do cotidiano. Coordena a ação o Professor Fábio Henrique Sales de Lima Lau, que conta com os bolsistas Júlia Heloizy Bezerra e Eduardo Silva de Farias Júnior, alunos do Curso Técnico Integrado em Agropecuária.

Imagem 9Material impresso, vídeos, exercícios, entre outros mecanismos, tornam fácil o aprendizado dos alunos, viabilizando a comunicação em LIBRAS e a inclusão educacional de surdos. A iniciativa do Campus Santana tem um viés inclusivo, marca dos nossos projetos de extensão. A responsabilidade pela inclusão dos surdos é de toda sociedade, mas a escola desempenha um papel de protagonismo nessa tarefa. O último dia 26 marcou o 160º aniversário da criação da primeira escola de surdos no país e, por isso mesmo, é anualmente celebrado como o Dia Nacional dos Surdos.

 

O ensino de LIBRAS dentro do Campus Santana

 

Reduzir as barreiras educacionais e incluir surdos no ensino regular, garantindo o efetivo processo de ensino-aprendizagem, passou a ser um desafio ainda maior no Campus Santana. Em 2015, nossa escola recebeu sua primeira aluna com deficiência auditiva. Camila Maria Santos Silva é discente do Curso Técnico em Agropecuária e possui deficiência auditiva total bilateral.

 O caso de Camila gerou um importante debate dentro da escola e recebeu grande atenção do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas, que lutou pela chegada de um Intérprete de LIBRAS.  A situação chegou, inclusive, para o Ministério Público Federal em Alagoas, que recomendou a contratação. Pouco mais de dois anos depois, a realização: o Campus Santana tem autorizada a contratação do profissional e será o primeiro do Ifal a receber um intérprete de sinais. O processo seletivo está  em andamento, sendo composto por prova objetiva e de títulos.

O valor da comunicação na formação humana é destaque na fala do Diretor do Campus, Gilberto Gouveia Neto: "O intérprete de LIBRAS é o profissional que possibilita a comunicação e a interação dos surdo dentro da escola e a chegada desse profissional no Campus vem consolidar a missão do Ifal na região, que cumpre sua função social", destacou o gestor. Essa é a sétima matéria da série sobre os projetos de extensão do Campus Santana.

Imagem 11