Projeto de extensão fortalece produção de carne ovina no sertão alagoano

Elas estão no imaginário infantil, já entraram para a história da ciência mundial ao ter um de seus exemplares se tornado o primeiro clone animal e têm grande influência na culinária da Ásia, África e Oceania. Com tantos requisitos, as ovelhas viraram opção de geração de renda para pequenos produtores no Nordeste brasileiro, num nicho de mercado do agronegócio que não para de crescer na região.

Segundo dados do Censo Agropecuário, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018, o Nordeste foi a única região do país em que os rebanhos de ovinos cresceram mais de 15% entre os anos de 2006 e 2017. O crescimento da ovinocultura nos últimos anos motivou até a criação do Dia Nacional da Ovinocultura, que será comemorado em dia 19 de janeiro, após aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania da Câmara Federal. 

As diversas destinações comerciais - da produção de leite, extração de lã e venda de carne - tornam a criação de ovelhas um negócio lucrativo. De olho na expansão da atividade, um projeto de extensão do campus do Ifal em Santana do Ipanema pretende promover o fortalecimento da ovinocultura de corte em São José da Tapera, sertão do estado. Sob coordenação da docente Regina Cely Benício da Silva, Doutora em Nutrição Animal pela UFPB,  o projeto “Assistência Técnica à produtores de ovinos de corte”  leva aos pequenos produtores técnicas adequadas de manejo e assistência técnica que será prestada em atividades práticas.

No Sítio São Vicente, zona rural do município, será criada uma unidade demonstrativa na Fazenda São Thiago, onde os conhecimentos práticos serão compartilhados. A ideia é proporcionar um aumento significativo na produtividade e qualidade dos produtos, assim como favorecer o bem-estar dos animais.

“Pretendemos aumentar a produção de carne ovina por hectare, assim como sua qualidade; melhorar os índices de concepção, natalidade e desmame precoce; aprimorar as condições sanitárias do rebanho e contribuir para o desenvolvimento da região”, Regina Benício, coordenadora do projeto

No projeto de extensão os estudantes bolsistas são estimulados a participar ativamente na utilização das novas tecnologias, aprendendo na prática o que é visto nas teorias dentro da sala de aula. Os discentes Marcos Antônio Lima da Silva e Felipe Sidrão Abreu, do Curso Técnico Integrado em Agropecuária,  acompanham de perto a implantação e execução das atividades previstas. 

Para superar os baixos índice de produção no semiárido, gerados pelas dificuldades impostas pela caatinga, as palestras de conscientização são parte importante na ação extensionistas. Nesse caso, Regina ganha reforço do também docente Rinaldo José de Souto Maior, também Doutor em Nutrição Animal pela UFPB. Casados, os docentes compartilham desde cedo a paixão pela Zootecnia.

Com as técnicas compartilhadas, a iniciativa espera reduzir custos de produção e valorizar o produto entregue pelo agricultor, gerando aumento significativo na margem de lucro e favorecendo a permanência do homem no campo com uma melhor qualidade de vida.