Projeto de extensão explora a importância do umbuzeiro para o sertão

Euclides da Cunha o batizou como a “árvore sagrada do sertão”. Não é à toa. O umbuzeiro é fonte de socorro para os habitantes das regiões mais secas do Nordeste, quando as chuvas são escassas e impedem o desenvolvimento de outras culturas agrícolas, como a do milho e do feijão. Basta voltarmos para a origem etimológica da palavra para entender a relevância dessa espécie típica da caatinga brasileira. Do tupi-guarani, “ymbu” significa “árvore que dá de beber”, remontando a uma característica marcante da árvore que armazena água em sua raiz e garante sua sobrevivência durante os longos períodos de estiagem.

Foi a partir do estudo das potencialidades da comercialização do umbu, que o Coordenador de Extensão do IFAL Campus Santana do Ipanema, Rafael Balbino, desenvolveu o o projeto de extensão com alunos da Escola Municipal de Educação Básica Antônio Rodrigues Damasceno, localizada na zona rural do município em que estamos instalados. A colheita do fruto, de característica doce e levemente azeda, foi apresentada como perspectiva de geração de renda, através da venda do produto in natura ou processado. Como consequência do melhor aproveitamento do umbu enquanto atividade econômica, o projeto destaca a necessidade de reflorestar a caatinga com o cultivo da espécie, fato que colabora consideravelmente para o desenvolvimento socioambiental da região.

A exploração do umbuzeiro para a geração de renda de centenas de famílias sertanejas, acaba por desenvolver uma cultura de respeito ao meio ambiente, à medida que aponta um olhar mais cuidadoso da comunidade local com a natureza. Técnico em Agropecuária e Mestre em Agronomia, Rafael Balbino destaca a relevância do projeto: “Valorizar os produtos da terra nos torna pessoas mais conscientes e ligadas na grande potencialidade que nosso povo tem. Visualizar no umbuzeiro uma oportunidade de mudança de vida confirma o importante papel que ele pode exercer em meio ao cenário da caatinga”.

O projeto, que já está no terceiro ano de execução, é apenas um dos muitos desenvolvidos pelo IFAL Campus Santana, reforçando o compromisso da unidade com a melhoria de vida dos sertanejos. A idéia agora é comercializar a umbuzada, uma espécie de vitamina à base da polpa do umbu misturada com leite e adoçada. A bebida é apreciada por boa parte dos sertanejos e ganha destaque na culinária local sempre que há safra de umbu. Não se assuste, portanto, se muito em breve você encontrar a bebida nas prateleiras dos supermercados. Essa ideia, inclusive, foi premiada no AVANT IF 2017, um concurso de idéias inovadoras e empreendedoras, sediado no nosso campus no último final de semana, ficando com o terceiro lugar. Além de Rafael, integram a equipe a servidora Marys Balbino, os alunos do campus Caio Nobre, Derllânio da Silva, Inah Dantas, além do voluntário Floriano Damasceno. Nas próximas semanas você vai conhecer na nossa página mais exemplos bem sucedidos de projetos de extensão desenvolvidos por aqui.