Você está aqui: Página Inicial > Campus > Santana do Ipanema > Notícias > Pesquisa do Campus Santana surge como alternativa no semiárido alagoano
conteúdo

Notícias

Pesquisa do Campus Santana surge como alternativa no semiárido alagoano

Projeto leva ação a evento internacional

publicado: 09/11/2017 09h32, última modificação: 09/11/2017 14h17
Exibir carrossel de imagens Professor Luiz Torres e bolsista Dylan Markes participam de evento internacional em Campina Grande

Professor Luiz Torres e bolsista Dylan Markes participam de evento internacional em Campina Grande

Dezembro de 2015: “Seca leva produtores a vender o gado para não ver o rebanho morrer no semiárido alagoano”; Março de 2017: “Produtores do sertão alagoano lamentam morte de gado por causa da seca em Alagoas”. Uma rápida visita à internet é suficiente para encontrarmos exemplos de notícias que dão conta do prejuízo com a morte de rebanhos bovinos em períodos de seca no semiárido nordestino. O clima seco, que produz cenários de desertificação no sertão, acaba por tornar bastante onerosa a alimentação dos rebanhos nesse período, que pode representar até 70% do custo total com os animais. Como consequência dessa dificuldade, aparece a baixa produtividade do rebanho, em razão da escassez de água, elemento essencial para vida animal, mas uma pesquisa desenvolvida no Campus Santana do Ipanema pode ajudar a mudar esse quadro.

É que professores e alunos do campus desenvolvem pesquisa na qual alimentos alternativos são testados para substituir a alimentação tradicional dos bovinos, a fim de combater a queda de peso e de garantir a manutenção eficaz da produção e reprodução dos animais. A dieta à base de grãos não volumosos foi a saída encontrada pelos pesquisadores para proteger o rebanho das dificuldades oriundas da seca. A pesquisa é coordenada pelos professores Luiz Carlos Real Torres e Rinaldo Souto Maior, junto ao o bolsista de iniciação científica Dylan Markes Santana Lima, que eram vinculados ao Curso Técnico em Agropecuária. Apesar de apresentar um processo de metabolismo mais lento, o uso de grãos na dieta bovina apresentou resultados importantes para a pesquisa: após isolar 20 bezerros com peso inicial de 63 kg, aplicando uma dieta total de grãos e água, ficou constatado que os animais mantiveram o ganho de peso da alimentação tradicional, contrariando, inclusive, os estudos consagrados pela literatura na área. Uma nova alternativa para a pecuária bovina em tempos de seca nascia ali: no período de escassez de forragem no semiárido nordestino, o gado não mais precisará sucumbir.

O sucesso da pesquisa, desenvolvida no Campus Santana, não tardou a trazer bons resultados: o trabalho foi credenciado para participação no II CONIDIS – Congresso Internacional da Diversidade do Semiárido, que está sendo realizado na cidade de Campina Grande, na Paraíba, de 8 a 10 de novembro. O evento reconhece as experiências humanas bem sucedidas na busca pelo estabelecimento de relações humanas que dialoguem com o meio ambiente, além de discutir pesquisas científicas que acrescentem melhores condições de vida dos habitantes no semiárido. O feito de Luiz, Rinaldo e Dylan, com sua pesquisa intitulada "Utilização de dieta total de grãos para bovinos em confinamento e avaliação de uso de aditivos alimentares" representa um marco na agropecuária local, reforçando o compromisso social do Ifal com o desenvolvimento regional. A pesquisa foi desenvolvida no município de Olho D´Água da Flores, distante 18 km de Santana do Ipanema, na Fazenda Ybyporanga. O produto é patenteado pela empresa ”Futuras e Rações”.

Projeto apresenta alternativa à agropecuária no semiárido

Em Campina Grande, o Professor Luiz Carlos Torres falou sobre a participação no evento: "É muito importante que o IFAL promova essas ações de divulgação dos projetos de pesquisa e extensão que são realizados nos campi, principalmente em eventos internacionais e que tem participação de várias instituições. Esse projeto foi construído em parceria com um produtor de leite da região. Depois dos resultados obtidos na pesquisa, em vez de vender os animais machos nascidos na fazenda, o produtor está confinando esses animais com a dieta proposta, aumentando e diversificando as fontes de renda da propriedade, ampliando as possibilidades de produção, além de não depender dos alimentos volumosos, já que nas regiões semiáridas, temos épocas de escassez e consequente falta de alimento na grande maioria das fazendas. Além disso é uma experiência única para que os nossos alunos participem e obtenham experiência na participação de eventos desse porte", explicou o docente que orientou o projeto em sua passagem pelo Campus Santana. O orientador, que hoje está lotado no Campus Maragogi, agradeceu o empenho do Diretor do Campus Santana, Gilberto Neto, e do Chefe de Departamento de Administração, Pedro Valadares, que, segundo Luiz, foram essenciais na disponibilização dos recursos que garantiram a participação no II CONIDIS. Mais uma ação importante que ajuda o semiárido alagoano a se desenvolver.