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III Mostra da Consciência Negra faz importante análise
Evento discute importância no negro na sociedade
No Brasil de hoje, centenas de anos após o fim da escravidão, os negros ainda são as maiores vítimas da violência e pobreza, enfrentando barreiras para compor os quadros de maior representatividade num país em que eles são maioria significativa. Dados do IBGE, divulgados em 2015, apontam que 54% dos brasileiros se autodeclararam negros e que, desse percentual, apenas 17% integram a parcela mais rica da população.
Na outra ponta dessa realidade, o racismo continua ganhando espaço. Com uma frequência assustadora, aparecem casos públicos que evidenciam uma das formas mais vis do preconceito contra a raça negra, como no episódio sofrido pela jornalista da TV Globo, Maria Júlia Coutinho, atacada na página oficial do jornal em que trabalha, cuja repercussão ganhou destaque. Nem mesmo o fato da jornalista situar-se dentro do percentual de negros cuja condição econômica é favorável livrou-a de conhecer a face do preconceito. O caso público da jornalista evidencia também o grande número de negros que passam pela violência no anonimato. O mapa da violência, divulgado com base em informações do IBGE em 2016, revelou que Alagoas é o estado mais violento para a população negra em todo país. O resultado preocupa especialmente realidade do estado, constituído por número considerável de negros, quilombolas e indígenas, muitos deles residentes nos campos e que em várias situações tem seus direitos às terras desrespeitados.
A ignorância e o desconhecimento talvez sejam os elementos que expliquem parte do racismo. Basta um olhar rápido na história da formação brasileira para perceber a relevância do negro na nossa sociedade. A Lei n 10.639/2003 reconhece a história, quando inclui no currículo oficial brasileiro a temática da história e cultura afro-brasileira. Baseada no estabelecimento de uma educação cidadã, fundada na ética e no respeito e apreço à tolerância, a proposta pedagógica do IFAL Campus Santana do Ipanema insere mais um importante elemento no combate ao preconceito: no próximo dia 31 de maio, o campus realizará a III Mostra da Consciência Negra. O evento tem como objetivo promover nas gerações atuais um olhar crítico e consciente da história do negro, enquanto elemento constituinte da sociedade brasileira e seu protagonismo nas artes, educação, literatura, cinema, música, esportes, gastronomia, religiosidade e demais expressões culturais que integram a civilização brasileira.
Os professores Aloir, Ana Lady, Fabiana, Flávio, Gustavo, Huly, Juliano, Levy, Marcela e Priscila serão os orientadores das turmas. Participam da mostra todas as séries dos cursos integrado e subsequente em Agropecuária e abordará toda a temática do negro na sociedade, com especial olhar para o que depende dessa atividade para garantia de uma vida digna. A culminância do projeto será feita através da exposição dos conteúdos e temas pesquisados, inserindo o aluno na realidade estudada, colocando-o como sujeito ativo do seu próprio conhecimento, marca pedagógica que o campus visa estabelecer, através de diversas ações interdisciplinares.